Share |
![]() ![]() |
Please use this identifier to cite or link to this item:
https://tede.unioeste.br/handle/tede/7295
Tipo do documento: | Dissertação |
Title: | "A violência é uma área cinza" – (inter)visões sobre o fenômeno da violência sexual: nuances e caminhos da saúde-educação. |
Other Titles: | 'Violence is a gray area' – (inter)views on the phenomenon of sexual violence: nuances and paths of health-education. 'La violencia es una zona gris' – (entre)vistas sobre el fenómeno de la violencia sexual: matices y caminos de la educación en salud. |
Autor: | Machado, Sabrina ![]() |
Primeiro orientador: | Marques, Sônia Maria dos Santos |
Primeiro membro da banca: | Marques, Sônia Maria dos Santos |
Segundo membro da banca: | Lingnau, Carina Merkle |
Terceiro membro da banca: | Guimarães, Rafael Siqueira |
Quarto membro da banca: | Pecoraro, Tatiane |
Resumo: | A violência sexual constitui um fenômeno complexo e multifacetado que envolve considerar a interseccionalidade de raça-classe-gênero. Destaca se a questão do gênero como uma categoria de análise histórica: a violência sexual é uma violência de gênero. Tal afirmativa não está representada somente na constatação de que a maioria das pessoas violadas são mulheres, mas, no reconhecimento de um sistema de dominação patriarcal: racista, capitalista e sexista. A violência nos acompanha e todas já fomos violadas de alguma forma, basta se sentir mulher. Um dos representativos que caracteriza a subserviência feminina é a cultura do estupro – prática escravagista e de guerra, naturalizada no imaginário social – condição que explica a necessidade do cuidado hospitalar emergencial a partir do protocolo estudado. Compreende um fluxo de atendimento que se pretende humanizado, composto por: acolhimento, exames, medicações, dentre outras ações que visam diminuir os impactos na saúde das pessoas violadas, assim como em uma perspectiva global, buscando uma cultura de paz. Este trabalho representa uma dissertação apresentada no Programa de Pós-graduação em Educação da Unioeste (PPGE-FB), cujas reflexões movimentam-se em torno da história e aplicabilidade do protocolo para o atendimento às pessoas em situação de violência sexual, centrado nas narrativas de nove profissionais, em uma vista qualitativa. Este modo ativo e acolhedor de escutar, representa o mesmo que buscou-se vivenciar com as e os profissionais entrevistadas(os), a partir do método fenomenológico, compondo entrevistas individuais. Compreende-se a entrevista fenomenológica como um modo aberto de escutar, aceitar, mergulhar no encontro com o outro e sua narrativa. O material produzido pelas falas foi transcrito e analisado, buscando os sentidos e significados que a experiência com o acolhimento dos casos de violência sexual alcança, constituindo ‘unidades de sentido’. Essa síntese está representada nas tópicas: violência-protocolo, gênero-interseccionalidades e saúde educação-humanização. Os conteúdos revelaram um distanciamento em relação à temática, cuja aproximação se deu a partir da instituição do protocolo, emergindo visões diversas. Para alguns profissionais representa um marco no cuidado, para outros uma obrigatoriedade que é reproduzida no fluxo emergencial dos atendimentos hospitalares. O uso de protocolos nos espaços de saúde procura garantir maior segurança e qualidade no atendimento, porém, o modo como cada ator interpreta, se afeta e materializa, bem como na interdependência da prática multiprofissional, poderá não corresponder ao preconizado, tendendo a revitimizações. A partir dos discursos profissionais e dos registros institucionais foi possível constatar a invisibilidade dos corpos femininos adultos, demarcado em relação às mulheres negras e a população LGBTI+, predominando o atendimento voltado para crianças, nem sempre correspondendo aos critérios do protocolo. Na perspectiva da formação, a temática de gênero e sexualidade permanece em um lugar de marginalidade, evocando a necessidade de que sejam insistentemente trabalhadas, compreendendo os processos educativos pertencentes aos nossos modos de vir-a-ser. Embora o protocolo encontre-se regido pela Política Nacional de Humanização e constitua-se um instrumento de educação em saúde, evidenciou-se a necessidade de transgressão da ordem vigente que nos desumaniza, bem representada nos caminhos da educação feminista. Nesse sentido, a pesquisa encontra-se com a crítica feminista, com destaque para o feminismo negro, na construção de práticas educativas afirmativas que possam dignificar a vida de todas as corporeidades, correspondendo à saúde-educação que tanto queremos: para todas, todos e todes. |
Abstract: | Sexual violence constitutes a complex and multifaceted phenomenon that
involves considering the intersectionality of race-class-gender. The issue
of gender stands out as a category of historical analysis: sexual violence
is gender-based violence. This statement is not only represented in the
observation that the majority of people raped are women, but in the
recognition of a system of patriarchal domination: racist, capitalist and
sexist. Violence accompanies us and we have all been violated in some
way, just feel like a woman. One of the representatives that characterizes
female subservience is the culture of rape – a practice of slavery and war,
naturalized in the social imagination – a condition that explains the need
for emergency hospital care based on the protocol studied. It comprises a
flow of care that is intended to be humanized, consisting of: reception,
exams, medications, among other actions that aim to reduce the impacts
on the health of people violated, as well as from a global perspective,
seeking a culture of peace. This work represents a dissertation presented
at the Postgraduate Program in Education at Unioeste (PPGE-FB), whose
reflections revolve around the history and applicability of the protocol for
assisting people in situations of sexual violence, centered on the
narratives of nine professionals, in a qualitative view. This active and
welcoming way of listening represents the same thing that we sought to
experience with the professionals interviewed, based on the
phenomenological method, composing individual interviews. The
phenomenological interview is understood as an open way of listening,
accepting, diving into the encounter with the other and their narrative.
The material produced by the speeches was transcribed and analyzed,
seeking the senses and meanings that the experience of accepting cases of
sexual violence reaches, constituting 'units of meaning'. This synthesis is
represented in the topics: violence-protocol, gender-intersectionalities
and health-education-humanization. The contents revealed a distance in
relation to the theme, whose approach took place after the institution of
the protocol, with different views emerging. For some professionals it
represents a milestone in care, for others it is an obligation that is
reproduced in the emergency flow of hospital care. The use of protocols
in healthcare spaces seeks to ensure greater safety and quality of care,
however, the way each actor interprets, affects and materializes, as well
as the interdependence of multidisciplinary practice, may not correspond
to what is recommended, leading to revictimization. From professional
discourses and institutional records, it was possible to verify the
invisibility of adult female bodies, demarcated in relation to black women
and the LGBTI+ population, with care aimed at children predominating,
not always corresponding to the protocol criteria. From a training
perspective, the theme of gender and sexuality remains in a marginal
place, evoking the need for them to be insistently worked on,
understanding the educational processes belonging to our ways of
becoming. Although the protocol is governed by the National
Humanization Policy and constitutes an instrument of health education,
the need to transgress the current order that dehumanizes us, well
represented in the paths of feminist education, was evident. In this sense,
the research meets feminist criticism, with emphasis on black feminism,
in the construction of affirmative educational practices that can dignify
the lives of all corporeality, corresponding to the health-education that we
so much want: for everyone La violencia sexual constituye un fenómeno complejo y multifacético que implica considerar la interseccionalidad raza-clase-género. La cuestión de género destaca como categoría de análisis histórico: la violencia sexual es violencia de género. Esta afirmación no sólo se representa en la observación de que la mayoría de las personas violadas son mujeres, sino en el reconocimiento de un sistema de dominación patriarcal: racista, capitalista y sexista. La violencia nos acompaña y todas hemos sido vulneradas de alguna manera, solo siéntete mujer. Uno de los representantes que caracteriza el sometimiento femenino es la cultura de la violación –práctica de esclavitud y guerra, naturalizada en el imaginario social–, condición que explica la necesidad de atención hospitalaria de emergencia a partir del protocolo estudiado. Comprende un flujo de atención que se pretende humanizar, compuesto por: recepción, exámenes, medicamentos, entre otras acciones que apuntan a reducir los impactos en la salud de las personas vulneradas, así como desde una perspectiva global, buscando una cultura de paz. Este trabajo representa una disertación presentada en el Programa de Posgrado en Educación de la Unioeste (PPGE-FB), cuyas reflexiones giran en torno a la historia y aplicabilidad del protocolo de atención a personas en situación de violencia sexual, centrada en las narrativas de nueve profesionales, en una visión cualitativa. Esta forma de escucha activa y acogedora representa lo mismo que buscamos experimentar con los profesionales entrevistados, a partir del método fenomenológico, componiendo entrevistas individuales. La entrevista fenomenológica se entiende como una forma abierta de escuchar, aceptar, sumergirse en el encuentro con el otro y su narrativa. El material producido por los discursos fue transcrito y analizado, buscando los sentidos y significados que alcanza la experiencia de aceptar casos de violencia sexual, constituyendo 'unidades de significado'. Esta síntesis está representada en los temas: violencia-protocolo, interseccionalidades de género y salud educación-humanización. Los contenidos revelaron un distanciamiento en relación al tema, cuyo abordaje se produjo después de la institución del protocolo, surgiendo diferentes miradas. Para algunos profesionales representa un hito en la atención, para otros es una obligación que se reproduce en el flujo de urgencia de la atención hospitalaria. El uso de protocolos en los espacios de salud busca garantizar mayor seguridad y calidad de la atención, sin embargo, la forma en que cada actor interpreta, incide y materializa, así como la interdependencia de la práctica multidisciplinaria, puede no corresponder a lo recomendado, conduciendo a la revictimización. A partir de discursos profesionales y registros institucionales, fue posible verificar la invisibilidad de los cuerpos femeninos adultos, deslindados en relación a las mujeres negras y a la población LGBTI+, predominando los cuidados dirigidos a los niños, no siempre correspondiendo a los criterios protocolarios. Desde una perspectiva formativa, el tema de género y sexualidad permanece en un lugar marginal, evocando la necesidad de trabajarlos con insistencia, entendiendo los procesos educativos propios de nuestros modos de llegar a ser. Si bien el protocolo se rige por la Política Nacional de Humanización y constituye un instrumento de educación en salud, fue evidente la necesidad de transgredir el orden actual que nos deshumaniza, bien representado en los caminos de la educación feminista. En este sentido, la investigación encuentra la crítica feminista, con énfasis en el feminismo negro, en la construcción de prácticas educativas afirmativas que puedan dignificar la vida de toda corporalidad, correspondientes a la educación-salud que tanto deseamos: para todos y para todas. |
Keywords: | Violência de gênero Protocolo Educação em saúde Humanização Interseccionalidades Gender violence Protocol Health education Humanization Intersectionalities Violencia de género Protocolo Educación para la salud Humanización Interseccionalidades |
CNPq areas: | CIÊNCIAS HUMANAS:EDUCAÇÃO |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Publisher: | Universidade Estadual do Oeste do Paraná |
Sigla da instituição: | UNIOESTE |
Departamento: | Centro de Ciências Humanas |
Program: | Programa de Pós-Graduação em Educação |
Campun: | Francisco Beltrão |
Citation: | MACHADO, Sabrina. "A violência é uma área cinza" – (inter)visões sobre o fenômeno da violência sexual: nuances e caminhos da saúde-educação. 2024. 259 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão, 2024. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Endereço da licença: | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ |
URI: | https://tede.unioeste.br/handle/tede/7295 |
Issue Date: | 21-Mar-2024 |
Appears in Collections: | Mestrado em Educação (FBE) |
Files in This Item:
File | Description | Size | Format | |
---|---|---|---|---|
Sabrina Machado 24.pdf | 2.99 MB | Adobe PDF | View/Open Preview |
Items in TEDE are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.