Export iten: EndNote BibTex

Please use this identifier to cite or link to this item: https://tede.unioeste.br/handle/tede/7985
Tipo do documento: Dissertação
Title: Saúde da mulher migrante internacional universitária: comportamentos de cuidados e o acesso na atenção primária
Other Titles: Health of international migrant university women: care behaviors and access to primary health care
Salud de mujeres universitarias migrantes internacionales: conductas de cuidado y acceso a atención primaria
Autor: Santos, Elisângela Sanches Perandré 
Primeiro orientador: Ferreira, Helder
Primeiro coorientador: Silva, Rosane Meire Munhak da
Primeiro membro da banca: Fabriz, Luciana Aparecida
Segundo membro da banca: Benito, Gladys Amelia Vélez
Resumo: O fenômeno migratório, reconhecido como um direito humano, ultrapassa o deslocamento geográfico por envolver também a travessia de fronteiras culturais e simbólicas. Esse processo impõe às pessoas migrantes a reconstrução de expectativas e significados sobre si e sobre o mundo. Portanto, compreender os movimentos migratórios demanda uma abordagem interseccional, que considere simultaneamente fatores culturais, étnicos, econômicos, históricos e sociais que influenciam a vivência e a inserção em novos contextos. A relação entre migração e saúde revela-se complexa, atravessada por desigualdades estruturais e obstáculos ao acesso a direitos sociais fundamentais, como trabalho, moradia, educação e saúde. No cenário brasileiro, o Sistema Único de Saúde reconhece a influência dos determinantes sociais, econômicos, culturais, étnico-raciais, psicológicos e comportamentais, sobre o modo como diferentes grupos acessam e vivenciam o cuidado em saúde. Esta pesquisa foi desenvolvida a partir de um estudo de método misto paralelo convergente, com o objetivo de compreender as relações entre os comportamentos de cuidado em saúde de mulheres migrantes internacionais universitárias e o acesso à atenção primária à saúde em um município brasileiro de fronteira. O estudo foi realizado em Foz do Iguaçu, cidade situada na tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, e combinou dados quantitativos, com 135 inquéritos, e qualitativos, com 19 entrevistas com mulheres migrantes vinculadas a uma universidade pública. Os dados quantitativos revelaram lacunas importantes no cuidado preventivo à saúde: 47,5% das entrevistadas relataram não realizar o exame preventivo do câncer do colo do útero, e 48,9% não se submeteram a testagens rápidas para infecções sexualmente transmissíveis. A barreira linguística foi apontada por 59,3% como um dos principais entraves para acessar os serviços de saúde. Outros obstáculos incluíram horários incompatíveis das unidades (57,4%) e dificuldades para agendar consultas de rotina (70,4%). Os resultados qualitativos complementaram essas evidências ao mostrar que, embora as participantes reconheçam avanços no sistema de saúde brasileiro em comparação com seus países de origem, ainda enfrentam barreiras linguísticas, desinformação sobre direitos, ausência de acolhimento culturalmente sensível e longos tempos de espera. Observou-se que o cuidado em saúde foi influenciado por aspectos simbólicos e culturais, nos quais coexistem práticas tradicionais, como o uso de chás e plantas medicinais, com estratégias contemporâneas, como atividades físicas e psicoterapia. A saúde sexual e reprodutiva destacou-se como uma área crítica, marcada por desinformação, tabus e desconhecimento sobre os serviços disponíveis. Isso evidencia a necessidade de ações em saúde que considerem as dimensões culturais, acadêmicas e existenciais das experiências migratórias. Nesse contexto, fortalecer redes de atenção sensíveis à interculturalidade, à juventude e à mobilidade humana é fundamental, assim como investir em estratégias intersetoriais, formação continuada das equipes e políticas públicas comprometidas com a equidade e a integralidade do cuidado.
Abstract: The migratory phenomenon, recognized as a human right, goes beyond geographical displacement by also involving the crossing of cultural and symbolic boundaries. This process requires migrants to reconstruct expectations and meanings about themselves and the world. Therefore, understanding migratory movements demands an intersectional approach that simultaneously considers cultural, ethnic, economic, historical, and social factors that influence the experience and integration into new contexts. The relationship between migration and health is complex, shaped by structural inequalities and obstacles to accessing fundamental social rights such as employment, housing, education, and healthcare. In the Brazilian context, the Unified Health System (SUS) acknowledges the influence of social, economic, cultural, ethnicracial, psychological, and behavioral determinants on how different groups access and experience health care. This research was developed through a parallel convergent mixed-methods study aiming to understand the relationship between health care behaviors of international migrant university women and their access to primary health care in a Brazilian border city. The study was conducted in Foz do Iguaçu, a city located at the tri-border area between Brazil, Paraguay, and Argentina. It combined quantitative data, gathered through 135 surveys, and qualitative data, collected via 19 interviews with migrant women affiliated with a public university. The quantitative findings revealed significant gaps in preventive health care: 47.5% of participants reported not undergoing cervical cancer screening, and 48.9% had not taken rapid tests for sexually transmitted infections. Language barriers were cited by 59.3% as a major obstacle to accessing health services. Other reported barriers included incompatible operating hours of health units (57.4%) and difficulties in scheduling routine appointments (70.4%). The qualitative findings complemented these results, showing that although participants acknowledged improvements in the Brazilian health system compared to their countries of origin, they still faced language barriers, lack of information about their rights, absence of culturally sensitive care, and long waiting times. Health care practices were influenced by symbolic and cultural factors, where traditional practices-such as the use of teas and medicinal plants-coexisted with contemporary strategies like physical activity and psychotherapy. Sexual and reproductive health emerged as a critical area, marked by misinformation, taboos, and a lack of awareness about available services. These findings highlight the need for health initiatives that consider the cultural, academic, and existential dimensions of migratory experiences. In this context, strengthening health networks that are sensitive to interculturality, youth, and human mobility is essential, along with investing in intersectoral strategies, continuous training of health teams, and public policies committed to equity and comprehensive care.
El fenómeno migratorio, reconocido como un derecho humano, va más allá del desplazamiento geográfico pues implica también el cruce de fronteras culturales y simbólicas. Este proceso obliga a los migrantes a reconstruir expectativas y significados sobre sí mismos y el mundo. Por tanto, comprender los movimientos migratorios demanda un enfoque interseccional, que considere simultáneamente factores culturales, étnicos, económicos, históricos y sociales que influyen en la experiencia e inserción en nuevos contextos. La relación entre migración y salud es compleja, marcada por desigualdades estructurales y obstáculos para el acceso a derechos sociales fundamentales, como el trabajo, la vivienda, la educación y la salud. En el escenario brasileño, el Sistema Único de Salud reconoce la influencia de determinantes sociales, económicos, culturales, étnico-raciales, psicológicos y comportamentales en la forma como los diferentes grupos acceden y experimentan la atención de salud. Esta investigación se desarrolló a partir de un estudio mixto convergente paralelo, con el objetivo de comprender las relaciones entre los comportamientos de atención de salud de mujeres universitarias migrantes internacionales y el acceso a la atención primaria de salud en un municipio fronterizo brasileño. El estudio se realizó en Foz do Iguaçu, ciudad situada en la triple frontera entre Brasil, Paraguay y Argentina, y combinó datos cuantitativos, con 135 encuestas, y cualitativos, con 19 entrevistas a mujeres migrantes vinculadas a una universidad pública. Los datos cuantitativos revelaron importantes lagunas en la atención sanitaria preventiva: el 47,5% de los encuestados declaró no haberse sometido a pruebas preventivas de detección del cáncer de cuello uterino y el 48,9% no se había sometido a pruebas rápidas para detectar infecciones de transmisión sexual. La barrera del idioma fue señalada por el 59,3% como uno de los principales obstáculos para acceder a los servicios de salud. Otros obstáculos incluyeron horarios de unidad incompatibles (57,4%) y dificultades para programar citas de rutina (70,4%). Los hallazgos cualitativos complementaron esta evidencia al mostrar que, aunque los participantes reconocen avances en el sistema de salud brasileño en comparación con sus países de origen, todavía enfrentan barreras lingüísticas, desinformación sobre derechos, falta de apoyo culturalmente sensible y largos tiempos de espera.Se observó que la atención a la salud fue influenciada por factores simbólicos y culturales, en el que coexisten prácticas tradicionales, como el uso de tés y plantas medicinales, con estrategias contemporáneas, como la actividad física y la psicoterapia. La salud sexual y reproductiva se destacó como un área crítica, marcada por la desinformación, los tabúes y la falta de conocimiento sobre los servicios disponibles. Esto pone de relieve la necesidad de acciones de salud que consideren las dimensiones culturales, académicas y existenciales de las experiencias migratorias. En este contexto, es fundamental fortalecer redes de cuidados sensibles a la interculturalidad, las juventudes y la movilidad humana, invertir en estrategias intersectoriales, formación permanente de equipos y políticas públicas comprometidas con la equidad y la integralidad de la atención.
Keywords: Atenção primária à saúde
Saúde da mulher
Migração internacional
Assistência à saúde comportamentos relacionados com a saúde
Interacionismo simbólico
Primary health care
Women’s health
International migration
Health care: health-related behaviors
Symbolic interactionism
Atención primaria de salud
Salud de la mujer
Migración internacional
Atención de salud: comportamientos relacionados con la salud
Interaccionismo simbólico
CNPq areas: ENFERMAGEM::ENFERMAGEM DE SAUDE PUBLICA
Idioma: por
País: Brasil
Publisher: Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Sigla da instituição: UNIOESTE
Departamento: Centro de Educação Letras e Saúde
Program: Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública em Região de Fronteira
Campun: Foz do Iguaçu
Citation: Santos, Elisângela Sanches Perandré. Saúde da mulher migrante internacional universitária: comportamentos de cuidados e o acesso na atenção primária. 2025. 112 f. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública em Região de Fronteira) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Foz do Iguaçu - PR.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Endereço da licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
URI: https://tede.unioeste.br/handle/tede/7985
Issue Date: 18-Jun-2025
Appears in Collections:Mestrado em Saúde Pública em Região de Fronteira (FOZ)

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
Elisangela_Sanches_Perandre_Santos_2025.pdfDocumento principal1.6 MBAdobe PDFView/Open Preview


Items in TEDE are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.