Export iten: EndNote BibTex

Please use this identifier to cite or link to this item: https://tede.unioeste.br/handle/tede/6030
Tipo do documento: Dissertação
Title: O silêncio das línguas cansadas: as diásporas do saber e o reexistir da educação escolar indígena
Other Titles: The silence of tired languages: the diasporas of knowledge and the reexistence of indigenous school education
Autor: Silva, Ismael Pereira da 
Primeiro orientador: Wenczenovicz, Thaís Janaina
Primeiro membro da banca: Wenczenovicz, Thaís Janaina
Segundo membro da banca: Marques, Sônia Maria dos Santos
Terceiro membro da banca: Freitas, Riva Sobrado de
Resumo: Colocar em perspectiva histórica a educação é historicizar a memória. Esse movimento colabora para perceber como os caminhos políticos e conceituais, relativos aos acontecimentos processuais para formulação do que atualmente é entendido, concebido e experienciado como educação escolar indígena se desdobra entre o contexto institucionalizante de hierarquização e o desmonte e esvaziamento dos seus saberes e sentidos. A reprodução antológica de poder imbrica na (re)produção cultural e ancestral do conhecimento, da educação e do saber, o qual imerge ao apagamento de suas narrativas, histórias e memórias, refletidas em suas perdas na efetivação de sua alteridade sobre a aprendizagem, o ensino e a formação intercultural. Tal implicação ocorre atemporalmente na aplicabilidade de práticas coloniais de poder instrumentalizadas e mantidas por complexos tentáculos dominantes e marcas tecidas no corpo social e cultural do sujeito-indígena, fazendo com que a educação escolar indígena ainda esteja subalternizada nos processos e projetos coloniais. Nesse limiar, a construção dos processos pedagógicos e elaboração dos materiais didáticos, assim como as disciplinas, ocorre a partir de seus saberes e necessidades cosmológicas atravessados por dispositivos de domínio estabelecidos desde o colonialismo até as diversas faces da colonialidade atuantes no poder, no ser e no saber. A partirde então, questiona-se: “Quais os processos e a inter- relação entre a colonialidade apresentadacomo instrumento de poder e domínio sobre a educação, o conhecimento e o saber na formação escolar indígena?”. Assim, pretendeu analisar os impactos do colonialismo e a implicação da colonialidade nas incursões de apagamento do saber e no processo de implementação das políticas públicas de educação escolar indígena, após a aprovação da Constituição Federal (1988). Para tanto, apoia-se nas colaborações de pensadores do Sul Global envoltos no debate modernidade-colonialidade e nas produções de resistência política e literária indígena, que também se somam a conceitos e pensadores outros, a fim de ampliar e aprofundar o debate. Outrossim, utilizou-se o procedimento metodológico bibliográfico-investigativo, como a escuta das vozes indígenas de professores, discentes, bem como, outros sujeitos de comunidades indígenas do Estado do Paraná com o uso da História Oral Temática. Tendo em vista dialogar a escrita com oralidade buscando possíveis respostas nos ventos do Sul Global que trazem consigo significativa colaboração das vozes de docentes indígenas das etnias Guaranis e Kanhgág em Nova Laranjeiras no Paraná, Brasil. Buscou-se entender os processos que trazem ações coloniais consolidadas a partir de um ideário Ocidental e vigente, elaboram novos percursos de violência e violações de direitos e promulgam a diferença, na ausência da garantia ao direito e no constante apagamento de suas narrativas e alteridades. Intentou-se identificar tessituras da voz indígena dentro dos processos educativos e de aprendizagem em nível da Educação Básica. Assim, objetiva-se contribuir na (re)afirmação, dentro dos campos acadêmicos e sociais, que a educação escolar indígena é potencializadora de (re)existência, manifestações identitárias e corporais, expressões e cosmovisões, conhecimentos e identidades culturais étnicas, a partir da emancipação de seus saberes por meio da “desobediência epistêmica” encontrada na práxis e luta decolonial. Rompe-se com a dominação colonial advinda do Norte Global tornando-se ocupantes desses lugares dos quais são participantes ativos e legítimos no contexto da sociedade brasileira, nos quais o exercício institucionalizantede decisão e poder sejam plurinacionais e pluridiversos, a fim de conceber a educação escolar indígena como interlocução política-epistêmica necessária para (re)existência, retomada e (re)conhecimento de sua “humanidade” perante a banalização de suas histórias e humanidades.
Abstract: Putting education in historical perspective is to historicize memory, this can lead us to realize how the political and conceptual paths, relating to procedural events for the formulation of whatis currently understood, conceived and experienced as indigenous school education unfold between the institutionalizing context of hierarchization and the dismantling and emptying of their knowledge and meanings. The anthological reproduction of power is imbricated in the cultural and ancestral (re)production of knowledge, education and knowledge, which immersesin the erasure of their narratives, stories and memories, reflected in their losses in the realization of their otherness on learning, the intercultural education and training. This implication occurstimelessly in the applicability of colonial power practices instrumentalized and maintained by complex dominant tentacles and marks woven into the social and cultural body of the indigenous-subject, making indigenous school education still subordinate in colonial processesand projects. In this threshold, the construction of pedagogical processes and the elaboration ofteaching materials, as well as the disciplines, takes place from their knowledge and cosmological needs crossed by domination devices established from colonialism to the differentfaces of coloniality acting on power, being and in knowing. From then on, the question is: “What are the processes and the interrelationship between coloniality presented as an instrument of power and domain over education, knowledge and knowledge in indigenous school education?”. Thus, intends to analyze the impacts of colonialism and the implications of coloniality in the incursions of erasing knowledge and in the process of implementing public policies for indigenous school education, after the approval of the Federal Constitution (1988). To do so, it relies on the collaborations of thinkers from the Global South involved in the modernity-coloniality debate and on productions of indigenous political and literary resistance, which also add to other concepts and thinkers, in order to broaden and deepen the debate. Furthermore, the bibliographic-investigative methodological procedure is used, listening to the indigenous voices of teachers, students, as well as other subjects from indigenous communitiesin the state of Paraná using the Thematic Oral History. With a view to dialoguing writing with orality, seeking possible answers in the winds of the Global South that bring with them significant collaboration of the voices of indigenous teachers of the Guarani and Kanhgág ethnicities in Nova Laranjeiras in Paraná, Brazil. It was sought intended to identify indigenous voice textures within the educational and learning processes at the level of Basic Education. Thus, the objective is to contribute to the (re)affirmation, within academic and social fields, that indigenous school education enhances (re)existence, identity and bodily manifestations, expressions and cosmovisions, knowledge and ethnic cultural identities, based on emancipation of their knowledge through the “epistemic disobedience” found in the praxis and decolonial struggle. The colonial domination coming from the Global North is broken by becoming occupants of those places in which they are active and legitimate participants in the context of Brazilian society, in which the institutionalizing exercise of decision and power is plurinational and diverse, in order to conceive education indigenous school as a political- epistemic dialogue necessary for (re)existence, resumption and (re)cognition of their 'humanity'in the face of the banalization of their stories.
Keywords: Colonialidade(s)
Decolonialidade
Educação escolar indígena
Emancipação dos saberes
Eurocentrismo
Coloniality(ies)
Decoloniality
Emancipation of knowledge
Eurocentrism
Indigenous school education
CNPq areas: CIENCIAS HUMANAS::EDUCACAO
Idioma: por
País: Brasil
Publisher: Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Sigla da instituição: UNIOESTE
Departamento: Centro de Ciências Humanas
Program: Programa de Pós-Graduação em Educação
Campun: Francisco Beltrão
Citation: SILVA, Ismael Pereira da. O silêncio das línguas cansadas: as diásporas do saber e o reexistir da educação escolar indígena. 2022. 190 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Endereço da licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
URI: https://tede.unioeste.br/handle/tede/6030
Issue Date: 4-Mar-2022
Appears in Collections:Mestrado em Educação (FBE)

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
Ismael_Pereira_Silva_2022.pdf1.68 MBAdobe PDFView/Open Preview


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons