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https://tede.unioeste.br/handle/tede/7885
Tipo do documento: | Tese |
Title: | A universidade no labirinto do capitalismo dependente: luta de classes e “modernização conservadora” no Brasil (1950-1982) |
Autor: | Oliveira, Veridiana Bertelli Ferreira de ![]() |
Primeiro orientador: | Calil, Gilberto Grassi |
Primeiro membro da banca: | Leher, Roberto |
Segundo membro da banca: | Martins, Antonio Gabriel Santana |
Terceiro membro da banca: | Koling, Paulo José |
Quarto membro da banca: | Silva, Carla Luciana Souza da |
Resumo: | Esta tese analisa a formação e a consolidação das universidades brasileiras no contexto do desenvolvimento do capitalismo monopolista dependente no país, e como esse processo se articulou, estrutural e dinamicamente, às transformações sociais, econômicas e políticas, entre 1950 e 1982. A partir de diferentes mediações, investigam-se as funções da universidade num país dependente e seu papel na divisão internacional do trabalho científico e tecnológico. Argumenta-se sobre a formação de força de trabalho de diferentes níveis e adequada à nova divisão capitalista do trabalho (do técnico ao gerente e cientista), a função de naturalização e justificação da ordem, e de incorporação e adaptação tecnológica, vinculadas à divisão internacional do trabalho. Paralelamente, consolidaram-se as desigualdades regionais entre as instituições, e o ensino superior assumiu papel na contenção social, sobretudo por meio da ampliação das matrículas via instituições isoladas privadas. Assim, como num caleidoscópio, a universidade é analisada em múltiplas camadas, de dentro para fora e de fora para dentro, na qual os diferentes níveis da divisão do trabalho (concepção e execução, departamentalização, hierarquização, especialização etc.) e diferentes mecanismos de controle (internos e externos) foram sendo incorporados e aprimorados à sua própria dinâmica. Externamente, destaca-se a pressão e a indução imperialista por meio de agências governamentais e fundações privadas, articuladas às mudanças econômicas internas: pela acelerada industrialização, urbanização e inserção do Brasil na divisão internacional do trabalho. E pela constituição e reformulação de um aparato institucional de controle externo, composto por setores governamentais e instituições vinculadas ao Sistema Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, formalizado nos anos de 1970. Internamente, a tese aborda projetos de universidade que refletiram diferentes interesses de classe – a breve experiência da Universidade de Brasília (UnB), os Seminários Nacionais de Reforma Universitária da União Nacional de Estudantes (UNE) e Comissões de Planejamento da ditadura, até as transformações institucionais mais profundas. Dentre estas, analisam-se a constituição e a consolidação desigual da pesquisa e da pós-graduação entre as universidades e áreas de conhecimento, a profissionalização docente, a burocratização da carreira e a adaptação da estrutura política, administrativa e pedagógica aos parâmetros da administração científica, baseadas na racionalização, centralização do poder e descentralização do controle, divisão entre planejamento e execução, reproduzindo, a partir de sua própria lógica, a divisão do trabalho que ocorre em âmbito nacional e internacional. Processo construído de forma gradual e que recompôs o bloco no poder conservador nas universidades, entre os antigos catedráticos (reenquadrados titulares) – associados a uma concepção oligárquica, exclusivista e elitista de país e, consequentemente, de universidade, e os setores “modernizadores” – vinculados à concepção de “modernização” sem democratização. Esse processo foi acompanhado por políticas de cooptação e concentrada repressão aos setores progressistas, parte imprescindível para a vitalidade da “modernização conservadora”. Dessa maneira, buscamos demonstrar que os elementos que poderiam representar um salto qualitativo foram subordinados ao horizonte “conservantista” e contrarrevolucionário, por meio da esterilização política da universidade, da repressão e sua submissão à dinâmica dos mercados interno (dependente) e externo (que reforça a dependência), caracterizando-se como uma verdadeira contrarreforma universitária. Assim, foi na ditadura que se consolidaram tendências e mecanismos que forjaram a atual universidade brasileira, com base no ensino, pesquisa, extensão e prestação de serviços, tal como a entendemos e conhecemos. |
Abstract: | Esta tesis analiza la formación y consolidación de las universidades brasileñas en el contexto del desarrollo del capitalismo monopolista dependiente en el país, y cómo este proceso se articuló, estructural y dinámicamente, con las transformaciones sociales, económicas y políticas entre 1950 y 1982. A partir de diferentes mediaciones, se investigan las funciones de la universidad en un país dependiente y su papel en la división internacional del trabajo científico y tecnológico. Se argumenta sobre la formación de fuerza de trabajo en diferentes niveles (desde técnicos hasta gerentes y científicos), adecuada a la nueva división capitalista del trabajo, así como su función de naturalización y justificación del orden establecido, y de incorporación y adaptación tecnológica, vinculadas a la división internacional del trabajo. Paralelamente, se consolidaron las desigualdades regionales entre instituciones, y la educación superior asumió un papel de contención social, especialmente mediante la expansión de matrículas en instituciones privadas aisladas. Así, como en un caleidoscopio, la universidad es analizada en múltiples capas, de adentro hacia afuera y viceversa, donde los diferentes niveles de la división del trabajo (concepción y ejecución, departamentalización, jerarquización, especialización, etc.) y los mecanismos de control (internos y externos) se incorporaron y perfeccionaron en su dinámica interna. Externamente, se destaca la presión e inducción imperialista a través de agencias gubernamentales y fundaciones privadas, articuladas con los cambios económicos internos: la acelerada industrialización, urbanización e inserción de Brasil en la división internacional del trabajo. También por la creación y reformulación de un aparato institucional de control externo, compuesto por sectores gubernamentales e entidades vinculadas al Sistema Nacional de Desarrollo Científico y Tecnológico, formalizado en la década de 1970. Internamente, la tesis aborda proyectos universitarios que reflejaron intereses de clase divergentes: desde la breve experiencia de la Universidad de Brasilia (UnB), los Seminarios Nacionales de Reforma Universitaria de la Union Nacional de Estudiantes (UNE) y las Comisiones de Planificación de la dictadura, hasta las transformaciones institucionales más profundas. Entre estas, se analiza la constitución y consolidación desigual de la investigación y posgrado entre universidades y áreas del conocimiento, la profesionalización docente, la burocratización de la carrera académica y la adaptación de la estructura política, administrativa y pedagógica a los parámetros de la administración científica, basada en la racionalización, centralización del poder y descentralización del control. Este proceso reprodujo, desde su propia lógica, la división del trabajo a nivel nacional e internacional. Un proceso gradual que recomponía el bloque de poder conservador en las universidades, entre los antiguos catedráticos (reconvertidos en titulares) —asociados a una visión oligárquica, exclusivista y elitista del país y, por ende, de la universidad— y los sectores "modernizadores", vinculados a una concepción de “modernización sin democratización”. Este proceso estuvo acompañado de políticas de cooptación y represión concentrada contra los sectores progresistas, elementos clave para la viabilidad de la “modernización conservadora”. De este modo, se demuestra que los elementos que podrían haber significado un salto cualitativo fueron subordinados a un horizonte “conservador” y contrarrevolucionario, mediante la esterilización política de la universidad, la represión y su sumisión a la dinámica de los mercados interno (dependiente) y externo (que refuerza la dependencia), configurándose como una verdadera contrarreforma universitaria. Fue durante la dictadura cuando se consolidaron las tendencias y mecanismos que moldearon la universidad brasileña actual, estructurada en enseñanza, investigación, extensión y prestación de servicios, tal como la conocemos hoy. |
Keywords: | Capitalismo monopolista dependente Ditadura civil-militar Universidade brasileira Modernização conservadora Contrarreforma universitária |
CNPq areas: | CIÊNCIAS HUMANAS:HISTÓRIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Publisher: | Universidade Estadual do Oeste do Paraná |
Sigla da instituição: | UNIOESTE |
Departamento: | Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras |
Program: | Programa de Pós-Graduação em História |
Campun: | Marechal Cândido Rondon |
Citation: | OLIVEIRA, Veridiana Bertelli Ferreira de. A universidade no labirinto do capitalismo dependente: luta de classes e “modernização conservadora” no Brasil (1950-1982). 2025. 521f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon, 2025. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Endereço da licença: | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ |
URI: | https://tede.unioeste.br/handle/tede/7885 |
Issue Date: | 27-Feb-2025 |
Appears in Collections: | Doutorado em História (MCR) |
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