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Please use this identifier to cite or link to this item: https://tede.unioeste.br/handle/tede/6975
Tipo do documento: Dissertação
Title: Parindo a nação? maternidades, amamentação e o discurso médico higienista na corte imperial (Rio de Janeiro, décadas de 1870 e 1880)
Autor: Santos, Nubia Sotini dos 
Primeiro orientador: Silva, Andréia Vicente da
Primeiro membro da banca: Carula, Karoline
Segundo membro da banca: Wadi, Yonissa Marmitt
Terceiro membro da banca: Soares, Ana Carolina Eiras Coelho
Quarto membro da banca: Pereira, Ivonete
Resumo: A presente dissertação analisa os discursos médicos higienistas sobre maternidade, práticas de aleitamento e cuidado infantil, visando compreender como estiveram associados a um projeto nacional. As fontes documentais são as teses médicas da Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro durante as décadas de 1870 e 1880, período em que o ideário de progresso e da civilidade europeia atingiram a capital brasileira e o país. Naquele contexto, a maternidade e a amamentação se tornaram tópicos centrais de um profundo e intenso debate político. A análise das teses médicas evidencia a formação de um campo de disputa, em que se condena a amamentação praticada por amas de leite — majoritariamente escravizadas —, chamada de “aleitamento mercenário”, e se defende e exalta a amamentação praticada pelas mães biológicas, designada como “aleitamento materno”. A partir desses debates, os médicos objetivaram construir uma nação que fosse física e moralmente saudável, de modo a distanciarse da perspectiva colonial em transição no fim do império. Para alçar a modernidade e a civilização da nação brasileira, as mães brancas eram incentivadas a amamentar, tornando-se, assim, salvacionistas. Ao amamentar seus próprios filhos, garantiam a sobrevida deles, assim como a prosperidade da nação. Já o aleitamento mercenário era compreendido como maléfico tanto para as crianças brancas, que poderiam adoecer por meio de um suposto contágio através do leite, como para o progresso da pátria. Por meio da análise do conteúdo, da análise do discurso e dos silêncios, examina-se como os médicos representaram a presença e a ausência da mãe branca e o papel das amas de leite nas décadas finais do século XIX. Considera-se também a ausência da figura materna escravizada nos escritos médicos. O conceito de “necrobiopoder” foi utilizado para evidenciar como os discursos médicos do período comprometeram-se com a sobrevida das crianças brancas, percebidas como o futuro da nação, assim como negligenciaram as vidas de crianças negras nascidas de mães escravizadas.
Abstract: This dissertation analyzes hygienist medical discourses on maternity, breastfeeding practices and infant care, aiming to understand their association with a national project. The documentary sources are the medical theses of the Medical School of Rio de Janeiro during the 1870s and 1880s, a period when the ideals of progress and European civility reached the Brazilian capital and the country. In that context, motherhood and breastfeeding became central subjects in a deep and intense political debate. The analysis of the medical theses demonstrates the formation of a playing field, which condemns breastfeeding by wet nurses–mostly enslaved–, called “mercenary breastfeeding”, and advocates breastfeeding by the biological mother, called “maternal breastfeeding”. From these debates, doctors aimed to build a physically and morally healthy nation that could distance itself from the colonial perspective in transition at the end of the empire. To raise the modernity and civilization of Brazilian nation, white mothers were encouraged to breastfeed, thus becoming salvationists. By breastfeeding their own children, they guaranteed the kids survival, as well as the protection of the nation. Doctors understood mercenary breastfeeding, on the other hand, as harmful for both children–who could become ill through an alleged contagion through milk—and the homeland progress. Through content analysis, as well as discourse and silence analysis, we examine how, during the final decades of the 19th century, doctors represented the presence and the absence of white mothers, also the role of wet nurses. We consider the absence of the enslaved maternal figure in doctors’ writings too. The concept of necrobiopoder (necro-biopower) works to demonstrate how the medical discourses of that time were committed to the survival of white children, thought of as the future of the nation, as well as neglected the lives of black children born to enslaved mothers.
Keywords: Maternidade
Aleitamento
Médico higienista
Amas de leite
CNPq areas: CIÊNCIAS HUMANAS:HISTÓRIA
Idioma: por
País: Brasil
Publisher: Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Sigla da instituição: UNIOESTE
Departamento: Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras
Program: Programa de Pós-Graduação em História
Campun: Marechal Cândido Rondon
Citation: SANTOS, Nubia Sotini dos. Parindo a nação? maternidades, amamentação e o discurso médico higienista na corte imperial (Rio de Janeiro, décadas de 1870 e 1880). 2023. 139 f. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Endereço da licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
URI: https://tede.unioeste.br/handle/tede/6975
Issue Date: 25-Aug-2023
Appears in Collections:Mestrado em História (MCR)

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