Export iten: EndNote BibTex

Please use this identifier to cite or link to this item: https://tede.unioeste.br/handle/tede/6684
Tipo do documento: Tese
Title: O Brasil diante do espelho: autocracia burguesa e luta de classes na transição conservadora (1974-1988)
Autor: Silva Junior, Samuel Fernando da 
Primeiro orientador: Calil, Gilberto Grassi
Primeiro membro da banca: Calil , Gilberto Grassi
Segundo membro da banca: Maciel , David
Terceiro membro da banca: Almeida , Gelsom Rozentino de
Quarto membro da banca: Hoeveler, Rejane Carolina
Quinto membro da banca: Paziani , Rodrigo Ribeiro
Resumo: Esta tese tem como objeto a autocracia burguesa durante a transição conservadora (1974-1988). Argumenta que a autocracia burguesa possui seus “antecedentes históricos” nas relações escravistas de produção, no sentido de bloquear, com base na violência, qualquer forma de manifestação política e social do produtor direto, o escravizado. Sua transformação em autocracia burguesa, durante a transição do trabalho escravo para o trabalho livre, manifestouse na persistência de a classe dominante compreender os trabalhadores, especialmente aqueles organizados politicamente, enquanto “inimigos públicos da ordem”. Eis o fulcro da revolução burguesa no Brasil. No que diz respeito à transição conservadora, elucidaremos como a autocracia burguesa atuava no sentido de bloquear, obstruir e dificultar a organização dos trabalhadores enquanto classe social independente, fosse em movimentos, fosse em sindicatos e partidos. Para tal empreitada, a burguesia e seus prepostos políticos se utilizaram de um diferenciado arcabouço político e institucional: desde os sindicatos “pelegos” no sentido de desarmar a organização independente dos trabalhadores; a intransigência nas negociações durante os movimentos paredistas; o Estado, através da “Justiça”, na decretação da ilegalidade das greves; até as formas mais violentas de dominação através do braço armado da ditadura. Tudo concorrendo para destruir o processo de organização dos trabalhadores enquanto classe social independente. Portanto verificaremos como a autocracia burguesa passou por um longo processo de “autorreforma” durante a transição conservadora com o objetivo de preservar aquilo que lhe era fundamental: a democracia restrita aos “círculos dominantes” ao não aceitar a constituição dos trabalhadores enquanto classe social: uma espécie de “circuito fechado”, nas palavras de Florestan Fernandes, em que os “de baixo” não são percebidos, do ponto de vista especificamente político, como pertencentes à ordem. Ao contrário, quando organizados politicamente de forma independente, são reiteradamente percebidos como “inimigos públicos da ordem”, preservando-se a “mentalidade” (tipicamente colonial/ escravista) em não perceber os trabalhadores enquanto interlocutores socialmente válidos “dentro da ordem”. Isto é, a revolução burguesa brasileira, cujo marco fundamental data do golpe de 1964, interrompeu o processo de “integração social” que estava em disputa, demonstrando que o ápice revolucionário da burguesia era a repressão aos trabalhadores em processo de organização como classe para si. A ordem autocrática-burguesa é restrita demais para comportar uma sociedade na qual os “de baixo” participem politicamente e de forma independente, isto é, por fora do reboquismo “democrático-burguês”, das lideranças “ilustradas” da burguesia e da sua ala à esquerda, preservando-se, portanto, a tutela sobre a organização política dos trabalhadores. Ao fim desta tese veremos como o processo final da transição conservadora, até a promulgação da Constituição, não aboliu estes elementos tipicamente autocráticos da burguesia brasileira, institucionalizando-os.
Abstract: Esta tesis tiene como objeto la autocracia burguesa durante la transición conservadora (19741988). Argumenta que la autocracia burguesa tiene sus “antecedentes históricos” en las relaciones esclavistas de producción, en el sentido de bloquear, con base en la violencia, cualquier forma de manifestación política y social del productor directo, el esclavizado. Su transformación en autocracia burguesa, durante la transición del trabajo esclavo al trabajo libre, se manifestó en la persistencia de la clase dominante en entender a los trabajadores, especialmente a los políticamente organizados, como “enemigos públicos del orden”. Este es el punto de apoyo de la revolución burguesa en Brasil. En cuanto a la transición conservadora, dilucidaremos cómo actuó la autocracia burguesa para bloquear, entorpecer y dificultar la organización de los trabajadores como clase social independiente, ya sea en movimientos, ya sea en sindicatos y partidos. Para tal empresa, la burguesía y sus agentes políticos utilizaron un marco político e institucional diferente: de los sindicatos de “pelegos” en el sentido de desarmar la organización independiente de los trabajadores; intransigencia en las negociaciones durante los movimientos de huelga; el Estado, a través de la “Justicia”, al declarar la ilegalidad de las huelgas; a las formas más violentas de dominación a través del brazo armado de la dictadura. Todo ello concurriendo a destruir el proceso de organización de los trabajadores como clase social independiente. Por tanto, comprobaremos cómo la autocracia burguesa atravesó un largo proceso de “autorreforma” durante la transición conservadora con el objetivo de preservar lo que le era fundamental: la democracia restringida a los “círculos dominantes” al no aceptar la constitución de los trabajadores como una clase social: una especie de “circuito cerrado”, en palabras de Florestan Fernandes, en el que los “de abajo” no son percibidos, desde un punto de vista específicamente político, como pertenecientes al orden. Por el contrario, cuando se organizan políticamente de forma independiente, son percibidos repetidamente como “enemigos públicos del orden”, conservando la “mentalidad” (típicamente colonial/esclavista) de no percibir a los trabajadores como interlocutores socialmente válidos “dentro del orden”. Es decir, la revolución burguesa brasileña, cuyo hito fundamental data del golpe de 1964, interrumpió el proceso de “integración social” que estaba en disputa, demostrando que el vértice revolucionario de la burguesía era la represión de los trabajadores en proceso de organizarse como una clase para si. El orden autocrático-burgués es demasiado restringido para sostener una sociedad en la que participen política e independientemente los “de abajo”, es decir, fuera del reboquismo “democrático-burgués”, los líderes “ilustrados” de la burguesía y su ala. izquierda, preservando, por tanto, la protección sobre la organización política de los trabajadores. Al final de esta tesis, veremos cómo el proceso final de la transición conservadora, hasta la promulgación de la Constitución, no abolió estos elementos típicamente autocráticos de la burguesía brasileña, institucionalizándolos.
Keywords: Autocracia burguesa
Formação social brasileira
Transição conservadora
Democracia
Luta de classes
CNPq areas: CIÊNCIAS HUMANAS:HISTÓRIA
Idioma: por
País: Brasil
Publisher: Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Sigla da instituição: UNIOESTE
Departamento: Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras
Program: Programa de Pós-Graduação em História
Campun: Marechal Cândido Rondon
Citation: SILVA JUNIOR, Samuel Fernando da. O Brasil diante do espelho: autocracia burguesa e luta de classes na transição conservadora (1974-1988). 2023. 588f. Tese (Doutorado em História) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Marechal Cândido Rondon, 2023.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Endereço da licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
URI: https://tede.unioeste.br/handle/tede/6684
Issue Date: 28-Feb-2023
Appears in Collections:Doutorado em História (MCR)

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
Samuel_SilvaJunior_2023.pdf5.85 MBAdobe PDFView/Open Preview


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons