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Tipo do documento: Dissertação
Title: Medicalização da infância: estudo sobre as pesquisas dos programas de pós-graduação em educação e psicologia no Brasil (2010-2020)
Other Titles: Childhood Medicalization: a study on the Graduate Programs in Education and Psychology in Brazil research (2010-2020).
Autor: Morais, Brunesa Paulus de 
Primeiro orientador: Umbelino, Janaina Damasco
Primeiro membro da banca: Umbelino, Janaina Damasco
Segundo membro da banca: Matos, Neide da Silveira Duarte de
Terceiro membro da banca: Souza, Simone Vieira de
Resumo: A presente pesquisa vincula-se aos estudos realizados pelo Grupo de Pesquisa sobre Ensino Aprendizagem e Teoria Histórico-Cultural (GEPEATH) do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE e está inscrita na Linha de Pesquisa Cultura, Processos Educativos e Formação de Professores. A medicalização da infância alocada em um espectro amplo, qual seja, a medicalização da vida, se insere como uma estratégia massiva no enfrentamento das pretensas dificuldades no processo de aprendizagem e/ou problemas de conduta manifestos por crianças, especialmente no contexto escolar. Estratégia que tende à transposição de problemáticas cotidianas, sociais heterogêneas à dimensão biológica, individual homogeneizante, culpabilizando os sujeitos e isentando de responsabilidade as demais instituições sociais. O fenômeno da medicalização tem sido alvo de estudos na tentativa de demonstrar como os sofrimentos humanos e a própria existência vêm sendo patologizada desde a mais tenra infância. Nesse sentido, objetivou-se compreender as discussões sobre o processo de medicalização da infância no âmbito das Pós-Graduações brasileiras em Educação e Psicologia, nível de mestrado, recorrendo-se a uma pesquisa qualitativa do tipo estado do conhecimento: de caráter bibliográfico, descritivo e inventariante. Para tanto, foi realizado um mapeamento (outubro de 2021) por meio da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), delimitando-se o recorte temporal de dez (10) anos: de 2010 a 2020. Período que coincide com a criação do Fórum Sobre Medicalização da Educação e da Sociedade (FSMES) (2010), porquanto a literatura sugere um aumento nas pesquisas após o lançamento deste. Como fundamentação teórica, parte-se dos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural (THC) que têm no Materialismo Histórico-Dialético suas bases filosóficas e epistemológicas. Os resultados obtidos indicam que as dificuldades no processo de aprendizagem e os problemas de conduta manifestos pelas crianças no contexto escolar não raramente são tomados como disfunções que acometem o corpo biológico. E, enquanto saber remediador das tensões no interior da escola, as intervenções de cunho médico repercutem no imaginário coletivo como sendo responsáveis pela melhora no funcionamento biológico e cognitivo da criança, responsáveis por sua aprendizagem e desenvolvimento. Justifica-se, então, o uso de psicofármacos na infância para dar conta da “criança problema”; da criança que não acompanha os demais colegas nas etapas de ensino correspondentes; da criança marcada por processos de sofrimento, independentemente de quais sejam. Ainda, as exigências da sociedade capitalista somado aos interesses da indústria farmacêutica contribuem para a promoção inadvertida de medicamentos, propagando formas de relacionamento esteadas nos psicofármacos, incidindo igualmente sobre a formação de docentes, suas concepções e práticas. A temática demonstra relevância e a necessidade de discussão coletiva, de modo que familiares, professores e outros profissionais formem uma unidade de proteção às crianças e enfrentamento de processos medicalizantes. Finalmente, a pesquisa corresponde a um movimento de compreensão do fenômeno da medicalização da infância, conhecimentos datados historicamente e situados contextualmente, portanto, mutáveis e permeados de lacunas. Dessa forma, sugere-se a extensão de estudos, de pesquisas a teses, congressos na área, periódicos e ao contexto escolar, sobretudo na intenção de caminhar e construir saberes conjuntamente. Além, é claro, de escutar e acolher as principais implicadas no processo: as crianças.
Abstract: The present research is linked to the studies carried out by the Postgraduate Program in Education of the Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE Research Group called Teaching Learning and Cultural-Historical Theory (GEPEATH), which is inscribed in the Research Line Culture, Educational Processes and Teacher Training. Childhood medicalization is part of a broad spectrum, i.e., life medicalization, and is inserted as a massive strategy to face the alleged difficulties in the learning process and/or conduct problems manifested by children, especially in the school context. This strategy tends to transpose heterogeneous social and daily problems to the biological and individual homogenizing dimension, blaming the subjects and exempting other social institutions from responsibility. The medicalization phenomenon has been the study's target in an attempt to demonstrate how human suffering and existence itself have been pathologized since early childhood. In this sense, the objective was to understand the discussions about the childhood medicalization process in the Brazilian graduate studies in Education and Psychology scope, at the master's level, using qualitative research inserted in knowledge state type: bibliographic, descriptive, and inventory. To this end, mapping was carried out (October 2021) through the Brazilian Digital Library of Theses and Dissertations (BDTD), delimiting the time frame of ten (10) years: from 2010 to 2020; the period that coincides with the Forum on Medicalization of Education and Society (FSMES) (2010) creation, whereas the literature suggests an increase in research after its start. As a theoretical foundation, this study starts from the Historical-Cultural Theory (THC) foundation, which has its philosophical and epistemological bases in HistoricalDialectical Materialism. The results indicate that the difficulties in the learning process and behavior problems manifested by children in the school context are not taken as dysfunctions that affect the biological body. And, as a remediator of the tensions inside the school, the medical interventions resonate in the collective imagination as being responsible for the child's biological and cognitive functioning improvement, being responsible for his/her learning and development. The use of psychotropic drugs in childhood is then justified to account for the "problem child"; the child who does not keep up with other classmates in the corresponding education stages; the child marked by suffering processes, regardless of what they are. Moreover, the capitalist society demands added to the pharmaceutical industry interests contribute to the promotion of inadvertent medicine, propagating forms of relationships based on psychotropic drugs, also affecting the training of teachers, their conceptions, and practices. This subject demonstrates relevance and a collective discussion need, so that family members, teachers, and other professionals form a unit to protect children and confront medicalization processes. Finally, the research corresponds to a movement to understand the childhood medicalization phenomenon, historically dated knowledge and contextually situated, therefore, changeable and permeated with gaps. Thus, it is suggested the extension of studies and research to theses, and congresses in the area, from journals to the school context, especially to build knowledge together. Besides, of course, listening to and welcoming the main people involved in the process: the children.
Keywords: Criança
Desenvolvimento
Educação
Medicalização
Psicologia
Child
Development
Education
Medicalization
Psychology
CNPq areas: CIÊNCIAS HUMANAS:EDUCAÇÃO
Idioma: por
País: Brasil
Publisher: Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Sigla da instituição: UNIOESTE
Departamento: Centro de Ciências Humanas
Program: Programa de Pós-Graduação em Educação
Campun: Francisco Beltrão
Citation: MORAIS, Brunesa Paulus de. Medicalização da infância: estudo sobre as pesquisas dos programas de pós-graduação em educação e psicologia no Brasil (2010-2020). 2022.169 F.. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Francisco Beltrão.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Endereço da licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
URI: https://tede.unioeste.br/handle/tede/6321
Issue Date: 6-Oct-2022
Appears in Collections:Mestrado em Educação (FBE)

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