Share |
![]() ![]() |
Please use this identifier to cite or link to this item:
https://tede.unioeste.br/handle/tede/6636
Tipo do documento: | Dissertação |
Title: | A morte vivida: o paradoxo da finitude em Jean-Paul Sartre |
Other Titles: | The living death: the paradox of finitude in Jean-Paul Sartre |
Autor: | Gonçalves, Thiago Sitoni ![]() |
Primeiro orientador: | Silva, Claudinei Aparecido de Freitas da |
Primeiro coorientador: | Cardoso Neto, Libanio |
Primeiro membro da banca: | Castro, Fabio Caprio Leite de |
Segundo membro da banca: | Santos, Tiago Soares dos |
Terceiro membro da banca: | Silva, Claudinei Aparecido de Freitas da |
Resumo: | Jean-Paul Sartre (1905-1980) mantém vivo interesse pela Psicologia em seus escritos filosóficos desde as obras de 1930. Desde a sua imersão na fenomenologia de Husserl, o autor redesenha criticamente essa relação epistemológica, a qual circunscreve os fenômenos humanos longe dos aparatos positivistas da ciência psicológica clássica, partindo da experiência concreta no mundo. Com isso no horizonte, esta pesquisa se constrói pelo seguinte enigma: como descrever o fenômeno da morte enquanto uma experiência paradoxal revelada pela finitude e esboçar uma clínica diante da finitude? O problema da pesquisa divide-se em dois momentos na obra sartriana, seja, inicialmente, a de sua psicologia fenomenológica, seja, em segundo lugar, sob o viés de sua psicanálise existencial. Em um posicionamento contrário à filosofia “digestiva”, própria do espiritualismo francês, ao idealismo e às teorias clássicas que explicam as ações humanas pela fisiologia, o movimento do jovem Sartre é de evocar, à primeira vista, o retorno às coisas mesmas via o cogito pré-reflexivo. Para este primeiro momento da obra sartriana, busca-se compreender seu diálogo com a fenomenologia, a fim de descrever a estrutura última da consciência. A emoção, a imagem, o sonho e a alucinação ganham sentido encarnado no mundo, por meio de um vínculo inextricável consciência-mundo, capazes de uma descrição fenomênica sem fazer uso de um eu transcendental puro (sentido husserliano), ou um inconsciente (sentido psicanalítico). Em um segundo momento, o trabalho se volta para uma descrição das condutas no território da liberdade, na intersubjetividade, na má-fé, na angústia e na responsabilidade descritas em O Ser e o Nada por uma nova abordagem psicanalítica de fundo existencial e por uma literatura engajada, discutida em Que é a Literatura?. Trata-se de um duplo percurso de análise acerca da realidade humana, a partir de uma vizinhança comunicante entre a filosofia e a literatura, para decifrar o projeto originário do existente humano em sua dimensão mais radical: a finitude. No terceiro capítulo, descrever-se-á a maneira como a temática da morte apresentou-se ao filósofo em meio a situação-limite contornada pelo período entreguerras. Tratar-se-á de desembaraçar compreensões a partir da fenomenologia existencial sobre o fenômeno da morte, da finitude e em que medida elas podem ser descritas como uma experiência vivida, acompanhada pelo dinamismo da consciência. A partir da experiência mediada pela prosa, no conto O Muro, acompanhar-se-á a narrativa da personagem Pablo Ibbieta e de seus companheiros de cela nas vésperas de seu fuzilamento. O paradoxo da finitude acontecerá por uma realidade humana que se coloca em questão em seu próprio ser e que mesmo na situação-limite, em que a morte desmorona qualquer sentido positivo da sua existência, nela, haverá o apelo à sua liberdade em inventariar um outro sentido de existir. Neste sentido inventivo e de inspiração, buscar-se-á nos aportes sartrianos a enunciação de uma práxis psicológica diante da finitude, contemplando a união entre a filosofia e a literatura sartriana. |
Abstract: | Since 1930, Jean-Paul Sartre (1905-1980) has been keeping a lively interest in Psychology due to his philosophical writings. Since his immersion in Husserl’s phenomenology, the author critically redraws this epistemological relationship which circumscribes the human phenomena away from the positivist perspective and classic psychological science, starting from a concrete experience in the world. Thus, this research is based on the following enigma: how to describe the death phenomenon as a paradoxical experience revealed by finitude and comprehend a clinic in face of finitude? The research problem divides itself into two moments in Sartrean work, whether, initially, in his phenomenological psychology, or, secondly, his existential psychoanalysis. In opposing position to the “digestive” philosophy of French spiritualism, idealism and the classic theory that explains human actions by physiology, the young Sartre’s movement is to evoke, in the beginning, the return to the things themselves through the pre-reflective cogito. For this first moment of Sartrean work, we seek to comprehend his dialogue with phenomenology to describe the ultimate essence of consciousness. The emotion, image, dream and hallucination become an incarnational meaning in the world by an inextricable bond between consciousness-world, capable of a phenomenic description without using a transcendental Self (Husserlian sense) or an unconscious (psychoanalytic sense). In a second order, the research describes the conduct in the territory of freedom, intersubjectivity, bad-faith, anguish and responsibility written in Being and Nothingness from a new psychoanalytic approach, of an existential inspiration and engaged literature, described in What Is Literature? This is a double course of human reality analysis in its most radical dimension: the finitude. In the third chapter, we describe how the death theme presents itself to the philosopher in a limited situation, contextualized by the interwar period. We will untangle comprehension by phenomenology-existential philosophy about death and finitude and how we can describe them as a lived experience accompanied by the dynamism of consciousness. From the experience guided by prose, in the short story The Wall, we will follow the narrative of Pablo Ibbieta and his cellmates on the eve of his execution. The finitude’s paradox will happen by a human reality that questions its being and, even in a hard situation, in which death crumbles any positive sense of existence, there will be the appeal to freedom in inventing another way of existing. In this inventive and inspiring sense, we search in Sartrean contribution an enunciation of a psychological praxis in face of the finitude including the union between Sartrean philosophy and literature. |
Keywords: | Sartre Morte Facticidade Psicanálise existencial Death Facticity Existential psychoanalysis |
CNPq areas: | CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA |
Idioma: | por |
País: | Brasil |
Publisher: | Universidade Estadual do Oeste do Paraná |
Sigla da instituição: | UNIOESTE |
Departamento: | Centro de Ciências Humanas e Sociais |
Program: | Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
Campun: | Toledo |
Citation: | GONÇALVES, Thiago Sitoni. A morte vivida: o paradoxo da finitude em Jean-Paul Sartre. 2023. 236 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Toledo, 2023. |
Tipo de acesso: | Acesso Aberto |
Endereço da licença: | http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/ |
URI: | https://tede.unioeste.br/handle/tede/6636 |
Issue Date: | 14-Mar-2023 |
Appears in Collections: | Mestrado em Filosofia (TOL) |
Files in This Item:
File | Description | Size | Format | |
---|---|---|---|---|
Thiago_Goncalves_2023.pdf | 1.58 MB | Adobe PDF | View/Open Preview |
Items in TEDE are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.