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Tipo do documento: Tese
Title: Ilusão concreta: a função estruturante do fetichismo na sustentação ideológica e material da sociedade capitalista, segundo Karl Marx
Other Titles: Concrete ilusion: Concrete illusion: the structuring function of fetishism in the ideological and material support of capitalist society, according to Karl Marx
Autor: Lima, Gerson Lucas Padilha de 
Primeiro orientador: Schütz, Rosalvo
Primeiro membro da banca: Brutti, Tiago Anderson
Segundo membro da banca: Chagas, Eduardo Ferreira
Terceiro membro da banca: Lorenzoni, Anna Maria
Quarto membro da banca: Antumes, Jadir
Resumo: O objetivo central desta tese é apresentar os pressupostos e determinações estruturantes do fetichismo – ilusão concreta – na sustentação do sistema das categorias da economia política burguesa, de modo a tornar possível uma crítica imanente ao mesmo, a partir do pensamento de Karl Marx. Nesse sentido, esta investigação pretende mostrar a função social que o fetichismo exerce na legitimação ideológica e material concernentes à dinâmica do capital e, igualmente, evidenciar quais as implicações/consequências disso para a práxis revolucionária, que visa à superação do capital. Para tematizar, responder a essas questões, mostramos como o fetichismo está presente em todo o transcurso teórico-formativo da obra de Marx, ainda que por vezes de forma implícita. Simultaneamente, evidenciamos que o fetichismo perpassa todos os campos de produção e reprodução da vida social no capitalismo. Demonstramos que, embora essa hipótese possa ser comprovada de modo mais explícito no transcurso da argumentação marxiana em O Capital, a sua intuição teórica conceitual percorre, de certa forma, a totalidade de sua obra. Para realizar essa tarefa, inicialmente, realizamos uma discussão referente à ideia geral do fetichismo e como ela transitou e se desenvolveu na obra marxiana; posteriormente, mostramos o desenvolvimento da ideia de fetichismo mediante a explicitação das contradições inerentes à mercadoria (a forma valor) que se põe como algo ineliminável à reprodução do capital, porque é inerente à célula elementar da riqueza na sociedade capitalista; no terceiro movimento argumentativo, mostramos as implicações do fetichismo para a legitimação da exploração capitalista mediante a formação do mais-valor e, através do tempo livre (que se apresenta como contrafático do tempo de trabalho socialmente necessário à produção da riqueza burguesa) se estabelece como uma forma possível imanente de superação do fetichismo. O fetichismo se estabelece como a maneira invertida em que o pensamento da economia política e a experiência dos indivíduos em geral apreendem a realidade contraditória, invertida da práxis social, em que são tecidas e reconhecidas as relações sociais na lógica da sociedade burguesa. Na concepção fetichista da realidade, os produtos do engenho humano aparecem dotados de vida própria, poder autônomo, independentemente de sua consecução real, funcionando, assim, como forma de naturalização, de legitimação ideológica e concreta da sociedade capitalista. Dessa forma, o ato revolucionário é, no fundo, uma luta que visa à superação do caráter fetichista, seus pressupostos e suas consequências para todas as instâncias da ordem burguesa, rumo ao reino da liberdade onde a instauração da igualdade é condição necessária para o exercício das diferentes capacidades humanas. Diferente da sociedade burguesa que se orienta por uma igualdade formal/abstrata, uma sociedade emancipada se estabelece pela vigência da liberdade e igualdade concretas, onde cada indivíduo trabalhará para a comunidade a partir das suas potencialidades específicas, e receber da sociedade um conjunto de riqueza correspondente às suas necessidades e carências integrais em devir.
Abstract: The central objective of this thesis is to present the presuppositions and structuring determinations of fetishism - concrete illusion - in supporting the category system of bourgeois political economy, in such a way as to make possible an immanent critique of the same, from the thought of Karl Marx. In this sense, this investigation intends to show the social function that fetishism plays in the ideological and material legitimation concerning the dynamics of capital, and, also, highlight the implications/consequences of this for the revolutionary praxis, which aims to overcome capital. To thematize, answer these questions, we show how fetishism is present throughout the formative theoretical course of Marx's work, even if sometimes implicitly. Simultaneously, we evidence that fetishism permeates all fields of production and reproduction of social life in capitalism. We demonstrate that, although this hypothesis can be proven more explicitly during the Marxian argumentation in Capital, his theoretical and conceptual intuition runs through the entirety of his work in a certain way. To accomplish this task, initially, we carried out a discussion regarding the general idea of fetishism and how it transited and developed in Marx's work; later, we show the development of the idea of fetishism through the explicitness of the contradictions inherent to the commodity (the value form) that appears as something ineliminable to the reproduction of capital, because it is inherent to the elementary cell of wealth in capitalist society; in the third argumentative movement, we show the implications of fetishism for the legitimation of capitalist exploitation through the formation of surplus value, and, through free time (which presents itself as a counterfactual to the socially necessary working time for the production of bourgeois wealth) it establishes itself as a possible immanent form of overcoming fetishism. Fetishism is established as the inverted way in which the thought of political economy and the experience of individuals in general apprehend the contradictory, inverted reality of the social praxis in which they are woven and recognized as social relations in the logic of bourgeois society. In the fetishist conception of reality, the products of human ingenuity appear endowed with a life of their own, autonomous power, regardless of its actual achievement, thus functioning as a form of naturalization, of ideological and concrete legitimation of capitalist society. In this way, the revolutionary act is basically a struggle that aims to overcome the fetishistic character, its presuppositions and its consequences for all instances of the bourgeois order, towards the realm of freedom where the establishment of equality is a necessary condition for the exercise of different human capabilities. Unlike the bourgeois society that is guided by formal/abstract equality, an emancipated society is established by the validity of freedom and concrete equality, where each individual will work for the community based on their specific potential and receive from society a set of wealth corresponding to its integral needs and deficiencies in becoming.
Keywords: Emancipação humana
Fetichismo
Legitimação
Práxis revolucionária
Marx
Human emancipation
Fetishism
Legitimation
Revolutionary praxis
CNPq areas: CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Idioma: por
País: Brasil
Publisher: Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Sigla da instituição: UNIOESTE
Departamento: Centro de Ciências Humanas e Sociais
Program: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Campun: Toledo
Citation: LIMA, Gerson Lucas Padilha de. Ilusão concreta: a função estruturante do fetichismo na sustentação ideológica e material da sociedade capitalista, segundo Karl Marx. 2022. 200 f. Tese (Doutorado em Filosofia) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Toledo, 2022.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Endereço da licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
URI: https://tede.unioeste.br/handle/tede/6634
Issue Date: 5-Dec-2022
Appears in Collections:Doutorado em Filosofia (TOL)

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