Export iten: EndNote BibTex

Please use this identifier to cite or link to this item: https://tede.unioeste.br/handle/tede/5108
Tipo do documento: Tese
Title: Políticas linguísticas e políticas educacionais: prefiguração e performatização de identidades em Moçambique
Other Titles: Linguistic policies and educational policies: Prefiguration and performatization of identities in Mozambique
Autor: Macaringue, Ilidio Enoque Alfredo 
Primeiro orientador: Santos, Maria Elena Pires
Primeiro membro da banca: Klauck, Samuel
Segundo membro da banca: Souza, Lynn Mario Trindade Menezes de
Terceiro membro da banca: Berger, Isis Ribeiro
Quarto membro da banca: Pinto, Joana Plaza
Resumo: Moçambique, lócus desta pesquisa, enquanto Estado-nação Moderno, resultou da luta armada de libertação nacional desencadeada pela FRELIMO (Frente de Libertação de Moçambique), de 1964 a 1974, que derrubou o sistema colonial português e garantiu a proclamação da independência nacional, em 1975. Para a construção e consolidação do Estado-nação, escolheu-se o Português como língua oficial e língua de unidade nacional (MACHEL, 1978), num contexto sociolinguístico dominado pelas línguas bantu. Com efeito, nesta tese tenho como objectivo geral compreender como os processos identitários são prefigurados e/ou performatizados nas políticas linguísticas e políticas educacionais em Moçambique. A pesquisa inscreve-se na área da Linguística Aplicada Transgressiva (PENNYCOOK, 2006), Indisciplinar, Interdisciplinar e Transdisciplinar (MOITA LOPES, 2006), e foi desenvolvida com base na abordagem pós-colonial (SOUSA SANTOS, 1998; 2003; MOITA LOPES, 2006; MIGNOLO, 2010; MAKONI; MEINHOF, 2006; QUIJANO, 2010) e pós-estruturalista (PENNYCOOK, 2006), a partir do olhar sóciohistórico e cultural. Com base na análise e interpretação dos dados que incluem várias leis, documentos históricos, paisagens linguísticas e excertos de notícias e de artigos de opinião publicados em jornais, constatei que as políticas linguísticas e as políticas educacionais em Moçambique, enquanto instrumentos de gestão do território e da pluralidade étnico-linguística e cultural, estão estritamente associadas à prefiguração da identidade nacional. Por conseguinte, ambas não reflectem, integralmente, os desafios e os anseios de parte significativa da sociedade, em virtude de que ainda persistem violações dos direitos linguísticos e dos direitos humanos, sobretudo quando os cidadãos não têm igualdade de acesso aos serviços públicos como ministérios, tribunais, esquadras de polícia, bem como aos bens de consumo, à informação e à educação escolar plena nas suas respectivas línguas autóctones, porque a língua que une, inversamente separa e exclui, ao criar barreiras selectivas para a integração efectiva dos cidadãos na sociedade. Mais ainda, defendo a necessidade de ajustarmos, enquanto colectividade nacional, as concepções sobre os estudos da linguagem em sociedades globalizadas, como a moçambicana, de modo a problematizar e desnaturalizarmos a ideia de existência de línguas puras e uniformes, ou seja, pré-dadas (PENNYCOOK, 2006), como se deixa crer com a norma-padrão do Português, que é um construto sóciocultural (uma hipóstase), segundo Bagno (2011), imposto pelas políticas de prefiguração da identidade nacional (PINTO, 2013). Com isso, poderiam ser visibilizadas outras racionalidades de práticas de linguagem que reflectem o múltiplo e o superdiverso, nas quais as identidades são performatizadas no discurso e nas acções corporais (MOITA LOPES, 2013a; BUTLER, 2003; PENNYCOOK, 2006; PINTO, 2007), bem como nas práticas translíngues que são discursos legitimados pelos contextos sócio-históricos, culturais e ideológicos dos respectivos sujeitos socialmente situados e ideologicamente marcados, para se ver o que não se exergava (PIRES-SANTOS et al., 2015), se ouvir escutando o outro (MENEZES DE SOUZA, 2011), e ter uma postura linguística plural (ALTENHOFEN; BROCH, 2011) que permita garantir a voz e dar ouvidos (ALTENHOFEN, 2013), além de integrar diferentes diferenças (CAVALCANTI; MAHER, 2009) sobre a prática docente do professor de línguas, com recurso à pedagogia das translinguagens (GARCÍA, 2009; CANAGARAJAH, 2013; CAVALCANTI, 2013; YIP; GARCÍA, 2018; GARCÍA; LEIVA, 2014) e à pedagogia culturalmente relevante (LADSON-BILLINGS, 2002).
Abstract: Mozambique, the locus of the research, as a modern nation-state, resulted from the armed struggle for national liberation unleashed by FRELIMO (Mozambique Liberation Front), from 1964 to 1974, which overthrew the Portuguese colonial system and guaranteed the proclamation of national independence in 1975. For the construction and consolidation of the nation-state, Portuguese was chosen as the official language and language of national unity (MACHEL, 1978), in a sociolinguistic context dominated by the Bantu languages. Indeed, in this thesis I have as general objective to understand how the identity processes are prefigured and/or performed in linguistic and educational policies in Mozambique. The research is enrolled in the area of Transgressive Applied Linguistics (PENNYCOOK, 2006), undisciplinary, Interdisciplinary and Transdisciplinary (MOITA LOPES, 2006), and was developed based on the post-colonial approach (SOUSA SANTOS, 1998; 2003; MOITA LOPES, 2006; MIGNOLO, 2010; MAKONI; MEINHOF, 2006; QUIJANO, 2010) and post-structuralist (PENNYCOOK, 2006), from the socio-historical and cultural perspective. Based on the analysis and interpretation of data that includes various laws, historical documents, linguistic landscapes and excerpts from news and opinion articles published in newspapers, I found that language policies and educational policies in Mozambique, as instruments of territory management and ethnic-linguistic and cultural plurality, they are strictly associated with the pre-figuration of national identity. As a result, both do not fully reflect the challenges and concerns of a significant part of society, as violations of linguistic and human rights still persist, especially when citizens do not have equal access to public services such as ministries, courts, police stations, as well as consumer goods, information and full school education in their respective native languages, because the language that unites, inversely separates and exclude, by creating selective barriers to the effective integration of citizens into society. Furthermore, I defend the need to adjust, as a national collectivity, the conceptions about language studies in globalized societies, such as the Mozambican one, in order to problematize and denaturalize the idea of the existence of pure and uniform languages, in other words, pre-given (PENNYCOOK, 2006), as you let yourself believe with the Portuguese standard norm,that is a socio-cultural construct (an hypostasis), according to Bagno (2011), imposed by the national identity pre-figuration policies (PINTO, 2013). With that, other rationalities of language practices that reflect the multiple and the super-diverse could be seen, in which identities are performed in discourse and in bodily actions (MOITA LOPES, 2013a; BUTLER, 2003; PENNYCOOK, 2006; PINTO, 2007), as well as in the translational practices that are legitimized by the socio-historical, cultural and ideological contexts of the respective socially situated and ideologically marked subjects, to see what was not seen (PIRES-SANTOS et al., 2015), hear yourself listening to other (MENEZES DE SOUZA, 2011), and have a plural linguistic stance (ALTENHOFEN; BROCH, 2011) that allows to guarantee the voice and to listen (ALTENHOFEN, 2013), beside of integrating different differences (CAVALCANTI; MAHER, 2009) on the teaching practice of the language teacher, with recourse to the pedagogy of languages (GARCÍA, 2009; CANAGARAJAH, 2013; CAVALCANTI, 2013; YIP; GARCÍA, 2018; GARCÍA; LEIVA, 2014) and the culturally relevant pedagogy (LADSON-BILLINGS, 2002).
Keywords: Políticas linguísticas
Políticas educacionais
Lingua(gem)
Culturas e identidades
Language policies
Educational policies
Language(gem)
Cultures
Identities
CNPq areas: LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LINGUISTICA
Idioma: por
País: Brasil
Publisher: Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Sigla da instituição: UNIOESTE
Departamento: Centro de Educação Letras e Saúde
Program: Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Cultura e Fronteiras
Campun: Foz do Iguaçu
Citation: MACARINGUE, Ilidio Enoque Alfredo. Políticas linguísticas e políticas educacionais: prefiguração e performatização de identidades em Moçambique. 2020. 306 f. Tese (Doutorado em Sociedade, Cultura e Fronteiras) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Foz do Iguaçu, 2020.
Tipo de acesso: Acesso Aberto
Endereço da licença: http://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/
URI: http://tede.unioeste.br/handle/tede/5108
Issue Date: 15-Jul-2020
Appears in Collections:Doutorado em Sociedade, Cultura e Fronteiras (FOZ)

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
Ilidio_Enoque_Alfredo_Macaringue_2020.pdfDocumento principal3.8 MBAdobe PDFView/Open Preview


This item is licensed under a Creative Commons License Creative Commons