@PHDTHESIS{ 2022:308720475, title = {Bergson e o retorno à experiência: raison élargie e devir poético negro}, year = {2022}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6322", abstract = "A pesquisa propõe advogar a tese central de que o “retorno à experiência em sua fonte” figura, em termos bergsonianos, como um pano de fundo desde onde Merleau-Ponty encampa a tarefa de uma “razão alargada” (raison élargie) capaz de abranger novas formas de saberes e que Léopold Sédar Senghor (1906-2001), pensador e escritor senegalês, traz à tona em seu devir poético da negritude. Ao adotarmos, aqui, essa perspectiva, sustentamos que a noção de experiência infunde nova luz no circuito de um debate ainda pouco revisitado da obra de Bergson e sua recepção crítica. Para tanto, ao nosso juízo, o exercício intuitivo de imersão no real – tese bergsoniana por excelência – parece convergir, em certa medida, com o leitmotiv fenomenológico de um “retorno às coisas mesmas” pondo, em evidência, o sentido último de nossa experiência integral capaz de abrir possibilidades ontológicas múltiplas ressignificadas para além da “racionalidade estreita” do saber ocidental. Nessa direção, se reconfiguram duas interfaces possíveis de diálogo. De uma parte, o acento merleau-pontyano, oriundo de Hegel, da ideia de “razão alargada” que teve forte impulso na antropologia cultural inaugurada por Claude Lévi-Strauss. De outra, certa releitura pós-colonialista da fortuna crítica bergsoniana que tem, nos trabalhos de Senghor, um sugestivo recorte. Nossa hipótese é a de que o devir poético, constituído a partir de um pensamento híbrido – no horizonte, é claro, dessa nova ideia de razão – renova uma abertura à experiência outra, quiçá, um retorno à experiência descolonizada do racionalismo ocidental. Via Bergson, o poeta senegalês põe, em questão, tal modelo universal de razão ao compreender a alteridade radical figurada na experiência da négritude ou do devir negro. Trata-se, enfim, de conferir um estatuto próprio à noção bergsoniana de experiência como um conceito aberto, plural e inclusivo por meio do qual a cultura negro-africana, em seu movimento diaspórico, se torna uma matriz exemplar.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }