@MASTERSTHESIS{ 2016:712676160, title = {A ideologia do capital nas políticas públicas de incentivo à leitura: uma análise da política de incentivo à leitura do município de Francisco Beltrão - PR (2005-2015)}, year = {2016}, url = "http://tede.unioeste.br:8080/tede/handle/tede/985", abstract = "Nas últimas décadas o incentivo à leitura foi além da escola, ganhando respaldo em setores hegemônicos da sociedade civil, como grandes empresas e bancos, até tornar-se política de Estado. Os slogans das políticas de incentivo à leitura, com atributos reducionistas, forjaram um senso comum sobre a necessidade da leitura para erradicar desigualdades, produzir paz, incluir, formar o cidadão e transformar consideravelmente a educação. A pesquisa analisa a política de incentivo à leitura no âmbito federal, estadual estabelecendo um marco de incentivo e promoção da leitura do ano de 2007-2014 e no município de Francisco Beltrão-PR, no período de 2005-2015. Parte das seguintes problemáticas: Qual o motivo de o Estado e diferentes setores da sociedade incentivarem a leitura? Qual leitura de mundo está contida nos documentos que orientam as políticas para leitura? Há uma proposta contraideológica em tais orientações? O objetivo da pesquisa foi identificar e analisar as contradições das políticas públicas de incentivo à leitura, desvendar as abordagens alienantes e ideológicas presentes nos programas, campanhas e projetos e a repercussão desse contexto ideológico na política municipal de Francisco Beltrão-PR. Especificamente, compreender o papel do Estado Educador para a manutenção da ordem vigente, consolidação da pedagogia da hegemonia e suas relações com o incentivo à leitura. Desenvolveu-se mediante análise de documentos que orientam as políticas nacionais, internacionais, empresariais e planos estaduais e municipais para a leitura. Para a coleta de dados empíricos, no âmbito da política municipal de Francisco Beltrão - PR, utilizamos entrevistas semiestruturadas complementadas com análises de documentos que as subsidiavam. Os dados foram analisados a partir de Chauí (1994), Marx (1998), Marx e Engels (1998, 2007), Mészáros (2007, 2008, 2012), Saviani (1996, 2004, 2013) e demais autores que fazem a crítica ao neoliberalismo e sua pedagogia da hegemonia. Situamos a leitura a partir de uma abordagem crítica norteada por Britto (1999, 2003, 2009), Freire (2000, 2015) e Silva (1986, 1988, 1998a, 1998b, 1999a, 1999b, 1999c, 2009) compreendendo-a no contexto de democratização do saber e combate à alienação cujas concepções se voltam à conscientização, participação ativa e requerem do educador um posicionamento político frente à sociedade. Os resultados mostram que as políticas de leitura são apresentadas como uma estratégia salvacionista para as classes populares e mascaram os interesses do capital tornados consenso através de sua pedagogia da hegemonia. Distanciam-se de uma promoção da leitura enquanto movimento de conscientização e crítica ao consenso. Apontam que as políticas de leitura se inserem no contexto das relações sociais capitalistas consubstanciadas nas novas relações de produção em função do modelo neoliberal em que o Estado reduz o seu papel e delega aos indivíduos a responsabilidade pelos problemas estruturais da sociedade. O Estado, nesse sentido, se torna educador ao redefinir a tarefa de formar o novo homem adaptado à sociabilidade burguesa. As políticas de incentivo à leitura são parte deste projeto do Estado educador. Atendem aos parâmetros da UNESCO: educação ao longo da vida e a competência em informação. A política municipal se assemelha às políticas nacionais no quesito cidadania, inclusão e responsabilidade social.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Parana}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Centros de Ciências Humanas} }