@PHDTHESIS{ 2025:659962706, title = {Saúde mental e docência no ensino superior: vozes de uma universidade pública do estado do Paraná}, year = {2025}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/8132", abstract = "A saúde mental historicamente permeia muitas discussões, principalmente no século XXI, a partir da reforma psiquiátrica promovida nas décadas de 60 e 70. Esse momento foi decisivo para a mudança dimensional do entendimento sobre saúde mental. Porém, por mais que haja uma premissa voltada para os aspectos biopsicossociais em saúde mental, ainda percebe-se na atual conjuntura capitalista, uma posição hegemônica de individualização e biologicismo não se considerando os aspectos sociais, políticos, econômicos e culturais que, assoociados a singularidade do sujeito, constituem as mazelas do adoecimento psíquico. Ao longo das últimas décadas, o docente universitário vem sofrendo os impactos das transformações operadas na sociedade e na universidade em sua atividade de trabalho. Dessa forma, o objetivo foi investigar a relação entre o trabalho e a saúde mental de docentes da UNIOESTE, e compreender quais os fatores de risco para “o adoecer” neste contexto de atividade. Esta pesquisa ancorou-se no aporte teórico da Psicologia Histórico Cultural de Lev Semionovitch Vigotski (1896-1934) e autores que compactuam com essa perspectiva, e utiliza-se do método materialista histórico-dialético de Karl Marx (1818-1883) para a análise e interpretação dos resultados. Primeiramente realizou-se uma pesquisa teórica/bibliográfica em bases de dados científicas, e na sequência uma pesquisa de campo quantitativa e qualitativa com 201 docentes. Na etapa qualitativa, 9 docentes que apresentaram maiores índices de riscos foram selecionados. Utilizou se técnicas estatísticas e análise de conteúdo para a compreensão dos dados coletados por meio de escalas padronizadas e entrevista semiestruturada. Os resultados quantitativos demonstraram que os docentes apresentam risco “crítico” e “grave” para o adoecimento psíquico, principalmente relacionados aos fatores de Organização e Condições de Trabalho, Relações Sócio Profissionais, Custo Afetivo, Cognitivo e Danos Físicos. Com base nas narrativas dos docentes, 4 núcleos e 8 categorias emergiram. De acordo com os docentes, a precarização e intensificação do trabalho, o sentido e desvalorização profissional, a competitividade no ambiente acadêmico, as relações sociais antagônicas, e a qualidade de vida diminuída, acarretam estados de sofrimento e/ou adoecimento psíquico, como esgotamento mental, desgaste, irritação, estresse, ansiedade, falta de motivação e paciência, inibição social e melancolia. Para enfrentar esses estressores, descrevem estratégias individuais como medicação, esportes, atividades culturais/entretenimento, animais de estimação, se isolar de algumas pessoas; e relatam que não há ações coletivas da universidade que auxiliem neste enfrentamento, apenas projetos pontuais desenvolvidos pelos próprios docentes. Ficou visível o distanciamento entre sentido e significado na atividade, e diante de tantas adversidades vivenciadas, os docentes encontram-se alienados, pois o trabalho deixa de ser uma oportunidade de exploração das capacidades humanas, transformando-se em uma atividade externa que unilateraliza e distorce a essência do sujeito, o que leva ao adoecimento da sua personalidade. Por fim, sugeriu-se estratégias para a implementação de políticas x internas permanentes para a prevenção e promoção da saúde mental docente na UNIOESTE, a partir da criação da Comissão Instititucional de Saúde Mental da UNIOESTE (CISMU). Entende-se que esta pesquisa indica um campo a ser continuamente estudado e sabe-se que essas contribuições se somam às já realizadas, porém não são suficientes para esgotá-las.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }