@MASTERSTHESIS{ 2025:990641291, title = {Itinerário terapêutico de mulheres migrantes com câncer de colo uterino em um município de fronteira}, year = {2025}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/8050", abstract = "O câncer do colo do útero é um grave problema de saúde pública, sendo uma das principais causas de morbimortalidade entre mulheres no mundo. O itinerário terapêutico desempenha um papel crucial na trajetória de pacientes em busca de diagnóstico e tratamento, especialmente em contextos de vulnerabilidade social. Em regiões de fronteira, a mobilidade populacional e as dificuldades de acesso aos serviços de saúde podem impactar esse percurso, gerando desafios e desigualdades no cuidado. Este estudo teve como objetivo compreender o itinerário terapêutico de mulheres migrantes com câncer do colo do útero usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) em um município de fronteira, analisando barreiras e facilidades no diagnóstico e tratamento, bem como apreendendo suas experiências durante esse processo. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva, com referencial teórico-metodológico baseado na hermenêutica-dialética. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas com mulheres migrantes em tratamento para câncer do colo do útero em um centro de oncologia de Foz do Iguaçu, Paraná. As entrevistas foram analisadas utilizando a abordagem de análise temática proposta por Minayo, resultando na categorização dos dados em três eixos principais: o itinerário terapêutico percorrido pelas participantes, suas experiências durante o tratamento e as percepções sobre os serviços de saúde na fronteira. As categorias indicam que a migração para o Brasil ocorreu, sobretudo, pela gratuidade do SUS e pela escassez de especialidades médicas no país de origem das participantes. Contudo, desafios como diagnóstico tardio, demora na entrega de exames, barreiras linguísticas e vulnerabilidade social foram apontados como fatores que comprometem o tratamento. Além disso, o deslocamento frequente entre países e as dificuldades burocráticas no acesso ao SUS foram desafios enfrentados pelas participantes. O suporte familiar e a religiosidade emergiram como elementos centrais no enfrentamento da doença. A análise hermenêutica-dialética permitiu compreender que o processo de adoecimento e cuidado não se dá apenas no âmbito biomédico, mas também nas interações sociais e culturais das pacientes com o sistema de saúde. Conclui-se que, embora o SUS represente um avanço significativo na ampliação do acesso à saúde, ainda persistem barreiras estruturais e sociais que dificultam o atendimento adequado a essa população. Assim, políticas públicas voltadas à equidade na atenção à saúde de migrantes são fundamentais para garantir um cuidado mais efetivo e reduzir as desigualdades no acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer do colo do útero.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública em Região de Fronteira}, note = {Centro de Educação Letras e Saúde} }