@PHDTHESIS{ 2025:11233695, title = {Mulheres na Ciência. De bruxas a cientistas. Uma análise da presença feminina na docência no IFPR}, year = {2025}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7983", abstract = "O objetivo central desta tese consiste em investigar a atuação docente feminina na Educação Profissional e Tecnológica, especificamente no âmbito do Instituto Federal do Paraná (IFPR). A pesquisa procura analisar os discursos que constituem as mulheres como produtoras e disseminadoras do saber científico, inseridas em uma sociedade estruturada por relações de classe e de gênero. A questão de pesquisa que orientou o estudo foi: em que medida as relações de gênero influenciam as escolhas profissionais das docentes? A investigação buscou compreender como a educação profissional se consolidou historicamente como um espaço predominantemente masculino, sobretudo nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática). Nesse sentido, a tese se propõe a discutir os processos históricos de inserção feminina na docência da Educação Profissional e Tecnológica, com foco no IFPR, tensionando a concepção capacitista, fragmentária e segregacionista que historicamente marcou a educação voltada às classes trabalhadoras. Inspirada no percurso que vai das chamadas “bruxas” perseguidas ao longo da história até as mulheres que hoje produzem ciência, a pesquisa problematiza as permanências e rupturas que atravessaram este processo. O referencial teórico está ancorado nas contribuições de Michelle Perrot (2019), Heleieth Saffioti (2013), Jane Soares de Almeida (1998/2004), Andréa Lisly Gonçalves (2006), Silvia Federici (2017), Guacira Lopes Louro (1986) e Gerda Lerner (2020), autoras que oferecem suporte para compreender as relações de gênero, as dinâmicas de poder e os processos históricos de marginalização feminina na ciência e na educação. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa, de caráter exploratório e descritivo, que combinou análise documental e bibliográfica com investigação de campo. Para a etapa empírica, foi aplicado um questionário às docentes, de modo a levantar dados sobre sua trajetória acadêmico-profissional, as percepções sobre a prática docente e as experiências no ambiente institucional. Os resultados demonstraram que, embora as mulheres estejam presentes em todas as áreas e cursos ofertados, a igualdade se limita à presença, não se estendendo às condições de trabalho, reconhecimento profissional ou acesso a posições de maior poder decisório. Nos cargos de gestão, as mulheres concentram-se majoritariamente em funções gratificadas de menor nível hierárquico, enquanto os homens ocupam preferencialmente o alto escalão. Outro dado relevante refere-se às experiências de assédio moral, preconceito e brincadeiras sexistas: 77% das docentes afirmaram ter vivenciado ou testemunhado essas situações no ambiente institucional. Os depoimentos também revelaram as tensões derivadas das relações de gênero, envolvendo, por exemplo, a conciliação entre carreira, maternidade e família, os desafios ao optar por carreiras historicamente masculinizadas, e a resistência enfrentada ao assumir cargos de gestão. Em síntese, a pesquisa confirma a tese de que as mulheres docentes do IFPR estão presentes em todas as áreas científicas, embora ainda enfrentem desigualdades estruturais e simbólicas em relação aos homens. Para a maioria das entrevistadas, a prática docente se configura como uma forma de fazer ciência, independente da área de conhecimento em que atuam, reforçando sua identidade como mulheres cientistas.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }