@PHDTHESIS{ 2025:159325879, title = {Desnudando as carnes: representações dos corpos e das masculinidades nas páginas d’ O Rio Nu (1898-1916)}, year = {2025}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7930", abstract = "A presente tese problematiza representações veiculadas pelo periódico humorístico ilustrado carioca O Rio Nu. Diante desse artefato tão obsceno quanto moderno, o principal objetivo desta tese é compreender as formas pelas quais diferentes masculinidades foram qualificadas nas páginas de O Rio Nu, bem como as articulações dessas representações com a complexa realidade social do Rio de Janeiro no início do século XX. Circulando por quase duas décadas, de 1898 a 1916, esse humorístico — que, na maior parte de sua trajetória, foi bissemanário — consagrou-se como o mais longevo e bem-sucedido expoente da chamada “Imprensa de Gênero Alegre ou Livre” no Rio de Janeiro. Tratava-se de um nicho editorial caracterizado pela centralidade da temática sexual e pela cobertura das então chamadas “diversões alegres” (determinadas peças teatrais, livros proibidos, prostíbulos, cabarés etc.). Embora não recorresse a descrições explícitas de órgãos genitais, por meio de um humor sexual e de uma linguagem repleta de duplos sentidos, o periódico tratava dos corpos cariocas, suas sensações e prazeres, ambicionando não apenas divertir e entreter, mas também provocar apelo sexual nos corpos de seus leitores. Entre os historiadores culturais que incorporaram o conceito de representação, tomamos como referencial basilar a produção do pesquisador dos impressos Roger Chartier. Entende-se, portanto, a representação como um gesto criador que opera classificações, divisões e delimitações que organizam a apreensão do mundo social, ao mesmo tempo em que o constitui e o molda (Chartier, 1990). No que diz respeito às masculinidades, recorre-se à produção da cientista social Raewyn Connell. Em seus trabalhos, Connell (1995; 2009; 2013; 2016) conceitua as masculinidades como configurações de práticas realizadas na ação social. Portanto, não se pode falar em masculinidade de forma singular — como uma entidade fixa encarnada nos corpos ou nas personalidades de indivíduos nascidos com falo. Em suma, este trabalho propõe um estudo historiográfico de gênero, evidenciando a concorrência de diferentes padrões de masculinidade na Capital Federal no alvorecer da modernidade — período permeado por transformações na experiência urbana carioca e pelo acirramento, nas esferas oficiais de poder, de debates sobre o futuro nacional.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras} }