@PHDTHESIS{ 2025:1267963840, title = {Nietzsche e Guyau: egoísmo e altruísmo, uma interpretação de Alfred Fouillée}, year = {2025}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7909", abstract = "Esta tese examina a interpretação de Alfred Fouillée acerca do autoproclamado imoralismo de Friedrich Nietzsche. Em sua obra Nietzsche e o Imoralismo, Fouillée alerta para os perigos e as extravagâncias presentes nas doutrinas do filósofo alemão, propondo-se a combater seus avanços, sobretudo em solo francês. A fim de indicar uma alternativa ao pensamento nietzschiano, Fouillée apresenta as ideias de seu jovem enteado — também filósofo e poeta — Jean-Marie Guyau, que teria desenvolvido noções bastante originais e sérias no campo da moral. É nesse contexto que Fouillée estabelece uma oposição entre Nietzsche e Guyau, conclamando os leitores a tomarem partido. De um lado, situam-se as concepções de Guyau, que sustentam a espontaneidade do altruísmo e de sentimentos como a generosidade e a simpatia; de outro, figura Nietzsche, representando o egoísmo e à agressividade. O imoralismo nietzschiano, autoproclamado, configura-se, sob a ótica de Fouillée, como mera inversão dos valores cristãos, consubstanciando uma apologia de valores opostos àqueles pregados pelo cristianismo. Assim, Nietzsche seria, segundo Fouillée, um “dogmático anticristão”, defensor de valores como egoísmo, agressividade, volúpia e antipiedade. A análise da interpretação de Fouillée permite-nos constatar que o intuito do intérprete não era compreender ou dialogar com o pensamento de Nietzsche, mas julgá-lo e combatê-lo. Interpretações dessa natureza, a nosso ver, fundam preconceitos e desconsideram os esforços nietzschianos para superar as dicotomias valorativas e para pensar a moral sob novas perspectivas. Ainda que a obra de Fouillée sobre Nietzsche tenha sido publicada há mais de um século, observa-se, até hoje, a persistência de leituras que reduzem a complexidade e a exuberância do pensamento nietzschiano à imagem de um filósofo demente, ególatra, agressivo e militarista. Nossa pesquisa demonstra que a leitura de Fouillée não constitui um caso isolado na França. Por esse motivo, no primeiro capítulo, exploramos aspectos gerais do contexto de recepção da obra de Nietzsche em solo francês, apresentando, também, as principais críticas de Fouillée às doutrinas nietzschianas e a já mencionada oposição entre Nietzsche e Guyau. No segundo capítulo, abordamos as noções de egoísmo e altruísmo no pensamento de Nietzsche, bem como as críticas por ele dirigidas aos utilitaristas — como Jeremy Bentham, John Stuart Mill e Herbert Spencer —, os quais, segundo o filósofo, não teriam sido capazes de questionar “o valor dos valores” e, por conseguinte, de enfrentar o verdadeiro problema da moral. O terceiro capítulo consiste em uma análise das ideias morais de Jean-Marie Guyau, especialmente daquelas relacionadas ao egoísmo e ao altruísmo. A fim de nos distanciarmos da leitura de Fouillée e do papel que ele atribui ao jovem filósofo como antípoda de Nietzsche, tomamos como base as obras do próprio Guyau, assim como as anotações deixadas por Nietzsche sobre seus escritos. Por fim, no quarto capítulo, tratamos do imoralismo nietzschiano e de sua vinculação com a tarefa de transvaloração de todos os valores. Neste mesmo capítulo, debruçamo-nos sobre a análise da interpretação de Fouillée, com o objetivo de verificar se ela faz jus, ou não, aos propósitos efetivos do pensamento nietzschiano.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }