@PHDTHESIS{ 2025:361243952, title = {Colhendo esperança: igualdade de gênero e agricultura urbana na luta contra a fome e a pobreza}, year = {2025}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7907", abstract = "A Declaração Universal dos Direitos Humanos prevê que todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal e este é um direito inalienável. Mas isso ainda não é realidade para uma grande parcela da população que sequer tem alimentação adequada e em quantidade suficiente para sobreviver e muitos morrem de fome. Enquanto isso, um percentual bem menor de pessoas possui muito mais que o necessário para a sua sobrevivência. A desigualdade no acesso a direitos fundamentais está intrinsecamente ligada a processos históricos como o colonialismo e a fenômenos climáticos associados à Oscilação Sul do El Niño - ENSO. A confluência desses dois elementos foi determinante para que se estabelecessem estruturas de pobreza, miséria e desigualdades que persistem atualmente. Nesse contexto, mulheres e meninas são, historicamente, as populações mais vulnerabilizadas e as que mais sofrem os impactos gerados pelas profundas desigualdades sociais e econômicas que moldam as sociedades no mundo todo. É nesse cenário que a presente tese se insere, investigando como a agricultura urbana pode ser uma ferramenta para enfrentar essas desigualdades, especialmente no âmbito da segurança alimentar, da igualdade de gênero e do empoderamento feminino, dialogando com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1, 2 e 5. Assim, a partir de uma visão crítica, esta tese tem como objetivo analisar a influência das hortas urbanas na promoção da segurança alimentar e da igualdade de gênero de mulheres participantes do Programa Território Cidadão do Município de Cascavel – Pr. Para tanto, optou-se pela pesquisa de natureza aplicada, com abordagem qualitativa, utilizando como métodos de coleta de dados a revisão bibliográfica, a entrevista semiestruturada realizada com o gestor do programa, a entrevista em profundidade com mulheres participantes das hortas urbanas e a observação pessoal. Os dados coletados foram analisados a partir da Análise de Conteúdo proposta por Bardin (2016) e indicam que, para o público estudado, o cultivo de alimentos em hortas urbanas contribuiu para a melhoria da qualidade de vida das mulheres participantes. Esses resultados evidenciam que a agricultura urbana pode ser uma estratégia eficaz para auxiliar no combate à pobreza, à miséria, à insegurança alimentar e nutricional e à desigualdade de gênero promovendo, ao mesmo tempo, o empoderamento feminino, a inclusão social e a sustentabilidade nas comunidades em que é implementada. No entanto, é necessário que estas iniciativas venham acompanhadas por políticas públicas integradas, que reconheçam as desigualdades de gênero historicamente construídas e que promovam ações direcionadas à emancipação, autonomia e o empoderamento das mulheres a fim de transformar as estruturas das relações sociais, econômicas e ambientais, promovendo equidade e justiça. Assim sendo, a horta não é apenas um espaço de produção, mas torna-se também um terreno fértil para que as mulheres fortaleçam suas vozes, reconheçam seus potenciais e adquiram ferramentas para transformar suas realidades. A prática coletiva de cultivo e a organização de atividades nesses espaços transcendem a funcionalidade material e se tornam práticas emancipatórias e transformadoras, consolidando-se como expressão concreta de resistência, pertencimento e construção de novas possibilidades de vida.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural Sustentável}, note = {Centro de Ciências Agrárias} }