@MASTERSTHESIS{ 2025:829262440, title = {ATENDIMENTO DE MIGRANTES NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ DE 2010 A 2023}, year = {2025}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7882", abstract = "Nos fluxos recentes de migração ao Brasil, os estados de São Paulo e Paraná se destacaram como destinos de escolha para residência de migrantes. No Paraná, Cascavel se configura como rota de passagem para os migrantes e importante município receptor, com economia atrativa para esta mão de obra. O Hospital Universitário do Oeste do Paraná (HUOP) é o principal hospital público da região, sendo referência em diversas especialidades. Trata-se de pesquisa exploratória, com abordagem quantitativa que teve como objetivo identificar e analisar dados gerais do processo migratório no município de Cascavel e o perfil demográfico e epidemiológico de migrantes que receberam atendimento no HUOP, no período de 2010 a 2023. A pesquisa foi desenvolvida a partir de dados obtidos nos prontuários dos migrantes atendidos no HUOP, coletados no período de abril a outubro de 2024 e no Portal de Imigração por meio do sistema SisMigra, no período de janeiro a abril de 2024. Os resultados do SisMigra mostram que, 8219 migrantes foram registrados como residentes no município de Cascavel, com crescimento expressivo a partir de 2010 e pico em 2023 com 2239 migrantes. A série histórica mostra uma dinâmica migratória com fluxos contínuos, com oscilações ao longo do período, resultado de conjunturas específicas como instabilidade política, em 2016/2017, e a pandemia de Covid-19 em 2020/2021. Os migrantes com mais registros no SisMigra são haitianos com 45,97% (n=3778), venezuelanos com 43,72% (n=3593) e paraguaios com 7,43% (n=611). Se até 2020 a predominância de migrantes, era de haitianos, isso se modifica a partir de 2021 quando os venezuelanos superam a migração haitiana, a exemplo de 2023, quando foi registrada a entrada de 185 haitianos e de 1891 venezuelanos no município. O perfil demográfico encontrado no SisMigra, mostra que 57,89% (n=4758) eram homens, 81,75% (n=6719) solteiros e 40,71% (n=3346) com idade entre 25 e 40 anos. Entre as ocupações/profissões registradas no sistema, a principal foi de estudante, com 16,27% (n=1337). Em relação aos dados dos migrantes atendidos no HUOP, do total de 753, 60,29% (n=454) eram haitianos, 25,37% (n=191) paraguaios e 5,18%(n=39) venezuelanos; 35,86% (n=270) eram casados; 60,29% (n=454) tinham entre 25 e 40 anos; 61,09% (n=460) eram negros e 19,52% (n=147) tinham ensino médio completo. Salienta-se que 36,12% (n=272) dos prontuários não apresentavam o campo escolaridade preenchido e 46,22% (n=348) não foi registrada a ocupação. A maior procura, em 79,28% (n=597) dos casos, foi de mulheres. Para estes migrantes foram realizados 4667 procedimentos, sendo o serviço de ginecologia e obstetrícia o mais utilizado, em 65,14% (n=3040) dos casos, seguido de clínica médica com 30,88% (n=1441). Conclui-se que o Brasil tem se constituído em importante país receptor de migrantes latino-americanos e, que a maioria das demandas de atendimento hospitalar são de mulheres, cujos procedimentos estão vinculados à saúde sexual e reprodutiva. Recomenda-se políticas públicas locais que favoreçam o acolhimento ao migrante, investimentos na capacitação de profissionais de saúde para atendimento intercultural, considerando as especificidades culturais e linguísticas dessa população, assim como melhorar os registros, no HUOP, dos dados de escolaridade e ocupacional.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Biociências e Saúde}, note = {Centro de Ciências Biológicas e da Saúde} }