@PHDTHESIS{ 2025:891950532, title = {O discurso publicitário e a segmentação do corpo feminino: da dispersão em fragmento}, year = {2025}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7839", abstract = "Com esta pesquisa, busca-se explicitar quais são as injunções físico-estéticas que circulam nas redes sociais sobre o público feminino na contemporaneidade. Com esse objetivo, considera-se como dispositivo teórico-metodológico a Análise de Discurso pecheutiana, sobretudo, os dois textos escritos por Pêcheux, assinados sob o pseudônimo de Thomas Herbert: “Reflexões sobre a situação teórica das Ciências Sociais e, especialmente, da Psicologia Social” (2015) e “Observações para uma Teoria Geral das Ideologias” (1995). A partir deles, procura-se mobilizar os conceitos de Prática Técnica, Prática Política, Prática Ideológica e Prática Social, bem como aquela que é, cronologicamente, a primeira definição de discurso apresentada pelo autor: o discurso constituído por fragmentos dispersos que têm a coerência de uma neurose e que exercem uma função no todo social (Herbert, 2015). Para a realização do estudo, em termos de dados empíricos de observação, analisam-se vinte e quatro (24) campanhas publicitárias recortadas de diferentes perfis do Instagram entre os anos de 2020 a 2024. A escolha das postagens se deu a partir de um recurso chamado patrocinado, uma vez que se considera que ele possibilita impulsionar financeiramente os anúncios e fazer com que eles apareçam, de modo arbitrário, aos usuários. Ou seja, mesmo sem desejar, os sujeitos podem ser alcançados através dessa ferramenta e induzidos ao consumo de determinados bens. Com base no corpus selecionado, é possível verificar que, ao mesmo tempo que os anúncios prometem a realização de desejos e incentivam o consumo, também constroem uma imagem de mulher que, na maciça maioria das vezes, recai sobre o seu aspecto físico. Assim sendo, entende-se que os discursos propagados por meio da publicidade têm uma linha de coerência que é regularizada no sentido de sustentar uma função determinante no todo social para as mulheres, impondo-lhes um modelo corporal definido em detrimento de outros aspectos que lhes são constitutivos. Percebe-se, então, que a mulher, no discurso publicitário, é atingida por uma quantidade desenfreada de produtos que criam um modelo corporal que beira o inalcançável, além de determinar uma ciranda de gastos e descontentamento, o que, no limite, prevê um corpo sempre desajustado em relação ao acordo social vigente. Sob esta perspectiva, constata-se que as campanhas publicitárias buscam vender itens destinados ao abdômen, aos seios, aos glúteos, aos músculos, às faces, aos cabelos, às unhas, às mãos e aos pés femininos; ao que parece, não há partes do corpo da mulher que não sejam açambarcadas pela mais-valia econômica. Tem-se, portanto, um corpo que é segmentado em cabeça, tronco e membros pela produção de bens e do consumo. Tendo este conjunto de pressupostos em vista, procura-se defender a tese de que o discurso publicitário, na atualidade, constitui-se como um Aparelho Ideológico de Estado, já que se encontra a favor da ideologia dominante e daquilo que interessa ao capitalismo. Ele é, desse modo, a voz autorizada que usa das artimanhas que dispõe como, por exemplo, o elogio ao produto anunciado, a realização de promessas, ameaças e chantagens, a utilização de chamarizes e slogans atrativos, a desqualificação da concorrência e a ratificação do imaginário social, para impor a venda e o lucro, mesmo que isso signifique arbitrar sobre os corpos femininos e tratá- los como objetos manipuláveis.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }