@MASTERSTHESIS{ 2025:1710352628, title = {De Clara Dos Anjos a Eunice E Mabel: Um Olhar Decolonial Para O Protagonismo negro Feminino Em Lima Barreto e Eliana Alves Cruz}, year = {2025}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7748", abstract = "Esta pesquisa desenvolve um estudo comparativo sobre a construção do protagonismo negro feminino nos romances Clara dos Anjos, de Lima Barreto ([1924] 2012) e Solitária, de Eliana Alves Cruz (2022), com foco nas intersecções entre raça, gênero e classe, considerando como essas dimensões estruturam as vivências das protagonistas. As obras são analisadas sob uma perspectiva decolonial, destacando como as personagensfemininas negrassão elaboradas literariamente e como suas experiências se relacionam com os efeitos da colonialidade. Almeja-se, assim, compreender como a construção do protagonismo negro feminino feita nos textos contribui para as discussões sobre a representação literária da mulher negra no Brasil sob uma perspectiva decolonial, uma vez que as obras apresentam a negritude feminina não somente como uma característica física, mas como uma dimensão social que expõe a crítica aos preconceitos enfrentados pelas personagens e destacam a sua resistência frente à colonialidade, apontando para caminhos de reflexão crítica sobre as dinâmicas de poder que as envolvem. Para tanto, o estudo, de caráter qualitativo-interpretativista, baseia-se em teorias de Anibal Quijano (2005), Antônio Candido (2006), Thomas Bonnici (2012), Regina Dalcastagnè (2017), Walter Mignolo (2017), Nelson Maldonado-Torres (2018), Conceição Evaristo (2020), Françoise Vergès (2020), Lélia Gonzalez (2020), Maria Lugones (2020) para explorar as relações de poder na modernidade/colonialidade e sua representação na literatura. A metodologia também se apoia nos estudos comparados, conforme os postulados de Tania Carvalhal (2006a) e Eduardo Coutinho (2017), considerando as dimensões históricas, sociais e culturais que moldam as obras. Para tanto, leva-se em conta a inserção das obras literárias supracitadas, que constituem o corpus da pesquisa, nos contextos latino-americano e, mais especificamente, brasileiro. Nesse sentido, ao investigar a intertextualidade entre as narrativas, identifica-se como a colonialidade afeta as mulheres negras, comparando as diferentes construções de identidade racial nas obras, tanto no contexto da Primeira República quanto na contemporaneidade. Os resultados apontam para uma convergência nas duas obras em relação à denúncia das dinâmicas de exclusão social e à importância do autoconhecimento crítico da identidade racial. Contudo, as narrativas de Barreto (2012) e Cruz (2022) se diferenciam em suas abordagens: enquanto Barreto (2012) adota uma perspectiva analítica e distanciada para revelar as opressões estruturais, Cruz (2022) insere uma dimensão subjetiva e de vivência crítica mais próxima das experiências compartilhadas das mulheres negras. Dessa forma, elucida-se que as duas obras denunciam a ação das estruturas coloniais de opressão que marginalizam socialmente a negritude feminina de modo que também apontam para formas de resistência, utilizando a literatura como uma ferramenta de transgressão e ressignificação.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }