@MASTERSTHESIS{ 2024:548900595, title = {Fascismo, nazismo e seus neologismos: uma abordagem arquivística de inspiração foucaultiana}, year = {2024}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7661", abstract = "Mediante a intensa circulação, na atualidade, dos termos fascismo, nazismo e seus neologismos (neofascismo e neonazismo) como formas de denominação de práticas específicas de violência, a presente pesquisa parte da premissa de que, muitas vezes, esses termos são utilizados de modo a considerar como só uma e mesma coisa acontecimentos emergentes em condições históricas distintas. Ressalta-se que não se trata de rejeitar o uso de tais termos em relação ao que desponta na contemporaneidade, mas sim de atentar para o perigo do esvaziamento de seus sentidos. Busca-se problematizar, em vista disso, o absoluto de uma associação dirigida a ocorrências que, embora tenham a ver com algumas das linhas constitutivas do fascismo e do nazismo históricos, apresentam-se segundo dinâmicas e funções distintas. A partir de uma abordagem filosófico-histórica inspirada em Michel Foucault, que compreende que a história opera por descontinuidades, a hipótese da pesquisa é a de que estaríamos diante da emergência de práticas de violência assinaláveis segundo novas gêneses históricas. Em seu percurso argumentativo, a pesquisa dedica-se a uma investigação precisa dos contextos em questão, objetivando destacar suas regularidades e singularidades, e investir em deslocamentos históricos precisos. Para isso, focaliza, na seguinte ordem, determinados acontecimentos: práticas específicas de violência vigentes no Brasil entre os anos de 2019 e 2022; o fascismo e o nazismo europeus da primeira metade do século XX; o desenvolvimento de práticas e discursos no contexto brasileiro da década de 1930, entendidos à época como alusivos ao fascismo e ao nazismo. Como procedimento fundamental, a pesquisa lida com a noção foucaultiana de arquivo utilizando, para a forja arquivística, o Relatório de Eventos Antissemitas e Correlatos no Brasil (01/01/2019 a 30/06/2022), formulado pelo Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil, e manchetes de jornais, tanto atuais quanto das décadas de 1920-1930, em especial as edições de 1933 a 1934 dos jornais Deutscher Morgen, semanário oficial do Partido Nazista no Brasil, e O Homem Livre, porta-voz da Frente Única Antifascista (FUA). O movimento investigativo mostra, por meio das conjunturas selecionadas e das relações entre suas diferenças, tensões e contradições, como e por que se pode afirmar suas singularidades. Nessa perspectiva filosófica, não são os grandes fatos que elucidam a história, mas sim as minúcias, os pequenos acontecimentos e seus desencaixes. Ao lançar um feixe de luz sobre as minúcias, estima-se que a pesquisa possa iluminar aquilo que dificilmente podemos enxergar no próprio presente.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }