@PHDTHESIS{ 2024:1261980209, title = {Governando indivíduos e populações: as faces do biopoder nas páginas da revista Veja (1979 – 1988)}, year = {2024}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7559", abstract = "Esta tese problematiza os enunciados jornalísticos da revista Veja, utilizando como fonte de pesquisa um conjunto de reportagens de capa de edições publicadas entre os anos de 1979 e 1988, cujo propósito é governar a vida dos indivíduos e da população. As reportagens de capa selecionadas foram separadas em três grupos: (1) as que buscam gerenciar o corpo dos indivíduos; (2) as que têm como propósito gerenciar a interioridade dos sujeitos; e (3) as que veiculam saberes e alertas de segurança com o objetivo de gerenciar a vida da população. As reportagens de capa da revista Veja são examinadas por meio do referencial metodológico da arqueogenealogia de Michel Foucault, partindo do princípio de que o periódico é um dispositivo do biopoder, ou seja, uma rede tomada por múltiplos discursos que instauram e circulam saberes, exercendo poder sobre a vida dos indivíduos e da população como uma força positiva, produtiva e transformadora, estimulando os indivíduos e organizando o estado social da população. O objetivo geral deste trabalho é investigar as condições de possibilidade para a emergência destes enunciados jornalísticos que buscam exercer poder sobre a vida dos indivíduos e da população, bem como os efeitos desta produção discursiva. Para resolver nossa problemática, estruturamos o trabalho em três frentes de investigação, que são desenvolvidas em três capítulos. No primeiro capítulo, o objetivo é entender como os enunciados jornalísticos de Veja buscam gerenciar os corpos dos indivíduos. Neste sentido, prática de esportes, exercícios físicos e os procedimentos estéticos que buscam construir e/ou manter a beleza corporal emergem nas páginas de Veja como um capital humano que tem como propósito otimizar corpos para que se tornem mais eficientes no trabalho, produzam fluxos de renda e alcancem o sucesso. O segundo capítulo trata das reportagens de capa que têm como foco gerenciar a interioridade dos indivíduos, ou seja, indicam como esses devem se comportar, sentir, agir e tomar decisões em suas vidas. Portanto, adquirir novos conhecimentos e habilidades cognitivas, administrar suas emoções, ser autônomo e buscar felicidade e autoestima constante tornam-se um importante capital humano, uma vantagem competitiva que pode colocar indivíduos à frente de outros. No terceiro capítulo, são investigadas as reportagens de capa que têm como propósito gerenciar a vida da população enquanto espécie, por meio da veiculação de saberes médicos e científicos que promovem a saúde, assim como, enunciados jornalísticos que veiculam dados estatísticos, emitem normas, controles, regulamentações e alertas sobre a segurança da população. Em suma, a investigação em Veja consiste em desnaturalizar o olhar sobre esse veículo de comunicação, permitindo identificar os saberes e as forças que atravessam os anos de 1979 a 1988 e, ao mesmo tempo, questionar algumas de nossas certezas contemporâneas a respeito do tipo de sujeito que nos tornamos.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Centro de Ciências Humanas, Educação e Letras} }