@PHDTHESIS{ 2021:982263699, title = {A escrita de vestibulandos com laudo de dislexia em provas de redação}, year = {2021}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7492", abstract = "O tema deste trabalho é a prática da produção escrita em situação de vestibular para um público específico. Situa-se na interconexão entre duas áreas do conhecimento humano: a da linguagem e a da saúde. De uma maneira mais restrita, concentra-se na produção escrita de vestibulandos com laudo de dislexia. O entendimento é o de que estudos da linguagem nos oferecem insumos para analisar a produção escrita do ponto de vista da interação social e da língua, e estudos na área da saúde nos possibilitam compreender como a dislexia tem sido compreendida em termos conceituais e descritivos. Com base nas necessidades expostas como justificativas, a problematização é orientada pelo seguinte questionamento: como se caracteriza a redação de vestibulandos com laudo de dislexia, em situação de exame público, numa Instituição de Ensino Superior do oeste do Paraná? Para respondê-la, objetiva analisar o discurso escrito de vestibulandos na prática linguística de redigir em situação de exame público e que apresentam laudo de dislexia como requisito para a solicitação de banca especial para correção de suas redações. De modo específico, objetiva: I) caracterizar as condições concretas de produção e circulação da interação verbal nas quais os vestibulandos com laudo produziram seus discursos; II) avaliar o atendimento dos textos analisados aos gêneros do discurso solicitados nas propostas e aos critérios de avaliação da instituição; III) refletir sobre eventuais desvios em relação aos temas, aos gêneros e às formas da língua, considerando as situações de interação definidas nas provas de redação. Metodologicamente, realiza uma pesquisa qualitativo-interpretativista de análise documental. O corpus é constituído de 49 redações, sendo 27 referentes à prova do vestibular do ano de 2016, 11 de 2017 e 11 de 2018, escritas nos gêneros “carta do leitor”, “artigo de opinião” e “comentário interpretativo crítico”, constantes nas propostas de redação oferecidas aos vestibulandos. A pesquisa se insere no campo da Linguística Aplicada, em diálogo com os estudos da linguagem e da saúde, ocupando-se de usos da escrita em uma dada situação de interação, a prova de redação do vestibular, que têm como examinadores a banca de avaliação da referida instituição, e em uma situação fictícia, contida nas propostas de redação dos referidos exames. As conclusões são: I) o acontecimento social da interação discursiva foi delineado pelo conjunto de informações apresentado nas propostas de redação e foi solicitado, também, o posicionamento do vestibulando frente ao conteúdo temático indicado; II) a maioria dos 49 textos-enunciados produzidos nos gêneros do discurso oferecidos pelas propostas dos 3 anos analisados atende, satisfatoriamente, aos comandos de produção quanto à situação de interação estabelecida, aos gêneros do discurso, aos temas e às formas da língua, evidenciando o domínio da leitura e da escrita pelo maioria dos vestibulandos com laudo. Aqueles que conseguem parcialmente ou não consegue atender se deve à baixa quantidade e qualidade de condução de experiências de leitura e de escrita de gêneros do discurso durante a história de vida desse e de outros vestibulandos que apresentaram as mesmas características limitantes, uma vez não terem sido suficientes para possibilitar o domínio dos gêneros do discurso básicos, comumente solicitados em exames; III) a análise das palavras que apresentaram9 algum desvio na relação grafema/fonema ao que está convencionado na ortografia da língua portuguesa revelou, quantitativamente e qualitativamente falando, que a maior parte das ocorrências se constitui de violações das formas ortográficas cuja grafia é determinada arbitrariamente e, por consequência, dicionarizada, devido principalmente à substituição de uma letra por outra com o mesmo som, seja no iní- cio, no meio ou no fim da palavra, todas sendo justificadas, principalmente, pelo apoio do usuário na oralidade. Houve também, em quantidade importante, casos de violações justificadas pela interferência das características estruturais do dialeto de quem as escreve, com relevância para a supressão letras ou fonemas no início, no meio ou no fim da palavra. Assim, refuta-se a hipótese superficial de que as dificuldades apontadas e levantadas seriam devido à presença da dislexia. Os discursos escritos não se configuram como apropriados para o estabelecimento do diagnóstico e, muitas vezes, o que se aponta como “problemas” ou “dificuldades”, tem como fonte geradora desse diagnóstico uma concepção de linguagem apenas enquanto código comunicativo, de mensuração restritiva, que se serve de testes com base em palavras e/ou frases isoladas.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }