@MASTERSTHESIS{ 2024:847930735, title = {“LUGAR DE MULHER É ONDE ELA QUISER”: O AGRO TAMBÉM É DELAS.}, year = {2024}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7438", abstract = "O Brasil é muito (re-)conhecido devido à agricultura e à quebra de recordes de produtividade em safras mundiais. Com muita frequência, esse sucessso é atribuído ao homem do campo, enquanto a mulher é apagada desses discursos. Desta forma, lançamos nosso olhar sobre os discursos que reforçam ou apagam essas diferenças entre homens e mulheres, em especial, do/no campo, e propomos investigar como eles se repetem ou possibilitam a irrupção de outros discursos que significam a mulher como sujeito capaz de atuar e obter sucesso no agronegócio, em uma revista voltada, essencialmente, para o público masculino. Nesse sentido, delimitamos como objeto de estudo, capas e matérias de capas dedicadas às mulheres que trabalham com o agronegócio em três edições online da revista Globo Rural, que circularam de forma impressa e no espaço digital durante o mês de março, nos anos de 2020; 2021; 2022. O recorte dessas materialidades foi feito levando em consideração que no mês de março (dia 08), é comemorado o Dia Internacional da Mulher, data oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 1970, para marcar a luta histórica das mulheres que buscavam ter seus direitos equiparados aos dos homens. O objetivo geral desta pesquisa é, portanto, investigar como são discursivizadas/significadas as mulheres que trabalham com o agronegócio em três edições de capas e matérias de capas da revista Globo Rural, que circularam no espaço digital, no mês de março, oficialmente dedicado às mulheres, nos anos de 2020, 2021 e 2022. Logo, a pergunta norteadora desta pesquisa é: como são discursivizadas/significadas as mulheres que trabalham com o agronegócio em três edições de capas e matérias de capa da revista Globo Rural, que circularam no espaço digital, no mês de março, oficialmente dedicado às mulheres, nos anos de 2020, 2021 e 2022? Traçamos como objetivos específicos: a) analisar quais discursos repetem o já instituído sobre o lugar da mulher do/no campo na nossa formação social e quais apontam para outros sítios de significação; b) interpretar quais efeitos de sentidos 10 irrompem nos discursos recortados para análise; c) verificar em quais formações discursivas se inscrevem as sequências discursivas recortadas para análise. Quanto ao gesto analítico, nos respaldamos na Análise de Discurso de orientação francesa, fundada por Michel Pêcheux e que se solidificou em território brasileiro a partir da década de 80, por meio dos estudos de Eni P. Orlandi e demais pesquisadores que a ela se juntaram para estudar as relações que se estabelecem entre o sujeito, a língua e a história. Após o gesto analítico, podemos dizer que às mulheres sempre coube cuidar dos filhos, do marido e dos afazeres domésticos, mas, aos poucos, elas vêm ocupando outros lugares, como por exemplo, no agronegócio, ainda tido como espaço de dominação masculina. São essas mudanças que a revista Globo Rural pretende mostrar, no entanto, ao fazer circular esse discurso, apaga o trabalho daquelas mulheres que se acostumaram enfrentar as intempéries climáticas, como sol escaldante, ventos, chuvas, calor ou frio em excesso, todos os dias. A mulher do campo discursivizada pela revista é a mulher branca, rica, sucessora e/ou herdeira. Apesar disso, não se pode negar que a revista dá visibilidade à maior participação das mulheres no agronegócio e ao apoio que elas recebem de familiares ou de cooperativas, que já compreenderam que o lugar delas é “onde elas quiserem” e isso inclui o agronegócio.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }