@MASTERSTHESIS{ 2024:199918605, title = {"A violência é uma área cinza" – (inter)visões sobre o fenômeno da violência sexual: nuances e caminhos da saúde-educação.}, year = {2024}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7295", abstract = "A violência sexual constitui um fenômeno complexo e multifacetado que envolve considerar a interseccionalidade de raça-classe-gênero. Destaca se a questão do gênero como uma categoria de análise histórica: a violência sexual é uma violência de gênero. Tal afirmativa não está representada somente na constatação de que a maioria das pessoas violadas são mulheres, mas, no reconhecimento de um sistema de dominação patriarcal: racista, capitalista e sexista. A violência nos acompanha e todas já fomos violadas de alguma forma, basta se sentir mulher. Um dos representativos que caracteriza a subserviência feminina é a cultura do estupro – prática escravagista e de guerra, naturalizada no imaginário social – condição que explica a necessidade do cuidado hospitalar emergencial a partir do protocolo estudado. Compreende um fluxo de atendimento que se pretende humanizado, composto por: acolhimento, exames, medicações, dentre outras ações que visam diminuir os impactos na saúde das pessoas violadas, assim como em uma perspectiva global, buscando uma cultura de paz. Este trabalho representa uma dissertação apresentada no Programa de Pós-graduação em Educação da Unioeste (PPGE-FB), cujas reflexões movimentam-se em torno da história e aplicabilidade do protocolo para o atendimento às pessoas em situação de violência sexual, centrado nas narrativas de nove profissionais, em uma vista qualitativa. Este modo ativo e acolhedor de escutar, representa o mesmo que buscou-se vivenciar com as e os profissionais entrevistadas(os), a partir do método fenomenológico, compondo entrevistas individuais. Compreende-se a entrevista fenomenológica como um modo aberto de escutar, aceitar, mergulhar no encontro com o outro e sua narrativa. O material produzido pelas falas foi transcrito e analisado, buscando os sentidos e significados que a experiência com o acolhimento dos casos de violência sexual alcança, constituindo ‘unidades de sentido’. Essa síntese está representada nas tópicas: violência-protocolo, gênero-interseccionalidades e saúde educação-humanização. Os conteúdos revelaram um distanciamento em relação à temática, cuja aproximação se deu a partir da instituição do protocolo, emergindo visões diversas. Para alguns profissionais representa um marco no cuidado, para outros uma obrigatoriedade que é reproduzida no fluxo emergencial dos atendimentos hospitalares. O uso de protocolos nos espaços de saúde procura garantir maior segurança e qualidade no atendimento, porém, o modo como cada ator interpreta, se afeta e materializa, bem como na interdependência da prática multiprofissional, poderá não corresponder ao preconizado, tendendo a revitimizações. A partir dos discursos profissionais e dos registros institucionais foi possível constatar a invisibilidade dos corpos femininos adultos, demarcado em relação às mulheres negras e a população LGBTI+, predominando o atendimento voltado para crianças, nem sempre correspondendo aos critérios do protocolo. Na perspectiva da formação, a temática de gênero e sexualidade permanece em um lugar de marginalidade, evocando a necessidade de que sejam insistentemente trabalhadas, compreendendo os processos educativos pertencentes aos nossos modos de vir-a-ser. Embora o protocolo encontre-se regido pela Política Nacional de Humanização e constitua-se um instrumento de educação em saúde, evidenciou-se a necessidade de transgressão da ordem vigente que nos desumaniza, bem representada nos caminhos da educação feminista. Nesse sentido, a pesquisa encontra-se com a crítica feminista, com destaque para o feminismo negro, na construção de práticas educativas afirmativas que possam dignificar a vida de todas as corporeidades, correspondendo à saúde-educação que tanto queremos: para todas, todos e todes.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Centro de Ciências Humanas} }