@MASTERSTHESIS{ 2023:1357067525, title = {Valor e expansão da comunidade moral: do bem-estarismo senciocêntrico ao holismo biocêntrico}, year = {2023}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/7075", abstract = "A concepção de valor, enquanto bem não-instrumental, amoral e potencial fundamentador de teorias morais normativas, possui diferentes respostas ao longo da história da filosofia moral. Dentre estas, a teoria do valor hedonista desenvolvida por Jeremy Bentham e, posteriormente, por John Stuart Mill, caracteriza-se por seu enfoque no bem-estar dos indivíduos passíveis de experienciar prazer e dor. Assim, o hedonismo abre portas para uma moralidade voltada ao bem-estar, tal qual a teoria moral consequencialista de Mill, conhecida como “utilitarismo clássico”. Somando-se a esse novo paradigma algumas reformas teóricas, autores como Peter Singer adotam a teoria do valor preferencialista, caracterizada pela definição de bem-estar enquanto satisfação de preferências. Com base na teoria preferencialista, Peter Singer expande a comunidade moral, de modo a incluir nela todos os seres sencientes, tornando-se, assim, um dos principais expoentes do paradigma moral não-antropocêntrico. Entretanto, as fronteiras da comunidade moral provaram-se cada vez mais flexíveis, de modo a possibilitar o surgimento de novas teorias do valor com maior poder de expansão da comunidade moral em relação às teorias bem-estaristas. Nesse contexto, Holmes Rolston III desenvolve uma teoria do valor caracterizada, dentre outras coisas, por descentralizar a concepção de bem não-instrumental da capacidade de experienciar bem-estar. Para Rolston, a condição mínima para a existência de valor é a simples presença de vida em sentido biológico, sendo que a condição de possibilidade para a existência de vida é o caráter ambientalmente relacional dos organismos vivos e seus meios, caráter esse nomeado de “holismo”. A partir da fundamentação proporcionada pelo holismo biocêntrico, Rolston propõe que a comunidade moral seja composta não somente por humanos e tampouco por seres sencientes, mas por todas as entidades holísticas (biosfera, ecossistemas, biomas, espécies) e os organismos que as compõem. Sendo Rolston o grande precursor da ética ambiental, pode-se dizer que a área da ética ambiental é resultante tardio do debate acerca das fronteiras da comunidade moral, o qual teve seu estopim, respectivamente, nas contribuições teóricas de Bentham, Mill e, especialmente, Peter Singer.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }