@PHDTHESIS{ 2023:633124352, title = {Corpos no armário: performances narrativas das masculinidades e travessias homoeróticas na fronteira}, year = {2023}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6955", abstract = "O objetivo desta pesquisa, situada na Tríplice Fronteira do Iguaçu, foi investigar as construções das performances narrativas das masculinidades (BUTLER, 2003; CONNELL, 2003) a partir de estratégias de mascaração da sexualidade homoerótica, por meio de travessias de fronteiras (Brasil-Argentina/Brasil-Paraguai), de homens que se relacionam sexoafetivamente com outros homens, buscando entender a formação dos discursos voltados ao “entrar e sair do armário” (SEDGWICK, 2007). Procurei, deste modo, analisar, compreender e discutir relatos de experiências sexuais dissidentes (BENTO, 2006; LOURO, 2004), narrativas e histórias de vida, por meio de conversas onlineOffline (MOITA LOPES, 2020), tanto virtuais como face a face, antes, durante e após a pandemia da Covid-19, com usuários do aplicativo de relacionamentos Grindr, focando em sujeitos que mantêm travessias fronteiriças em busca de práticas homoeróticas. Esta pesquisa insere-se no amplo campo do estudo das humanidades, seguindo as orientações no sentido de transgressão e rompimento com os limites disciplinares, em direção a uma perspectiva inter/trans/indisciplinar (MIGNOLO, 2008; MOITA LOPES, 2006), sob a luz da etnografia multissituada e em movimento (PEIRANO, 2014; MARCUS, 1995; RAMOS, 1990). A justificativa deste trabalho pautou-se na importância de se discutir questões focalizadas nos corpos e desejos que foram colocados no subterrâneo (POLLAK, 1989) por serem vistos como “desviados” (BECKER, 2008), além de terem suas práticas, vivências e experiências tomadas como infames e abjetas (PINHEIRO, 2018), o que, consequentemente, silenciou, negou, ocultou e jogou para o âmbito do privado esses modos de saber-viver. Essas subjetividades foram invisibilizadas e vituperadas, ao longo dos anos, pelos discursos hegemônicos: religioso, político-jurídico, biológico-científico, familiar patriarcal, escolar, midiático, entre outros (FOUCAULT, 2004). Ao analisar os processos indexicais (SILVERSTEIN, 2009), de entextualização (BAUMAN e BRIGGS, 1990) e as pistas linguísticas (BLOMMAERT, 2010) envolvidas na construção das performances narrativas de estratégias de sigilo (MISKOLCI, 2017), argumenta-se que, por medo de preconceitos, represálias e abandono, muitos homens que se relacionam sexoafetivamente com outros homens utilizam o espaço cibernético como esconderijo (um “armário virtual”) para suas práticas homoeróticas, performatizando masculinidades heteronormativas (como a o culto ao corpo musculoso) e atravessando fronteiras (mesmo em tempos de isolamento social) para não serem reconhecidos em seu território de origem, uma espécie de sexílio (GUZMÁN, 1997). Dessa maneira, as performances de gênero nãomasculinistas e as práticas sexuais que fogem à hegemonia da heterocisnormatividade acabam, ainda, sofrendo processos de rejeição e exclusão.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Cultura e Fronteiras}, note = {Centro de Educação Letras e Saúde} }