@PHDTHESIS{ 2023:363206325, title = {Transgressão, erotismo e solidão na lírica de Gilka Machado, Delmira Agustini e Rosario Castellanos}, year = {2023}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6946", abstract = "Nesta tese, atento-me para a forma e o conteúdo poéticos da composição lírica de três escritoras latino-americanas: a brasileira Gilka Machado; a uruguaia Delmira Agustini e a mexicana Rosario Castellanos. Poetas importantes que ousaram arrostar o interdito e cumpriram, na surdina, um papel essencial de resistência e de luta no entrecho do agon sociocultural e ideológico da relação sócio-histórica homem-mulher patriarcais. Logo, neste estudo, atento-me para a forma e o conteúdo poéticos da composição lírica das autoras, buscando bases de análise e de interpretação que deslindem o modo como as poetas exploram, por meio de imagens líricas, as relações entre os afetos, as emoções, os sentimentos e o desejo de ser dentro do universo social e humano, no intuito de desvelar a paixão que as move, suas impulsões transgressoras e a solidão ontológica que, de forma notória ou subentendida, despontam de suas poiesis. Assim, o objetivo geral da pesquisa volta-se para a comparação das aproximações e/ou dos distanciamentos no que diz respeito à poética das três autoras estudadas, mediante a investigação das estratégias discursivas e das escolhas semânticas e sintáticas no que se refere a linguagem lírica por elas utilizada. A base teórica foi fundamentada por proposições e conceitos de escritores de diversas áreas do conhecimento. A exemplo, cito os principais: dos estudos comparados – Pierre Brunel (1995), Tânia F. Carvalhal (2006); da teoria literária – Benedetto Croce (2001), Hans Ulrich Gumbrecht (2010); da psicanálise – Sigmund Freud (1974) e, especialmente, Jacques Lacan (1998); dos sistemas semissimbólicos – semiótica explorada por Lucia Santaella (2019); dos estudos culturais – Theodor Adorno (1975), Raymond Williams; dos estudos históricos e de ciência política – Peter Gay (1990), Jacques Le Goff (2003); dos filosóficos – Martin Heidegger (1997), Georges Bataille (1987), Friedrich Nietzsche (2008); da crítica feminista – Beth Miller (1987), Celia Amorós (1991), Rosário Castellanos (1984). O método comparativo alicerçou as análises e a força analógica dos versos líricos guiou as escolhas teóricas no intuito de desvelar as particularidades líricas das autoras. Como resultado, constatei que a poética dessas três escritoras contribuiu para dilatar os espaços de atuação das mulheres de seus países, da América Latina e quiçá do mundo. Embora Gilka Machado e Delmira Agustini tragam muitas semelhanças na forma e no conteúdo de suas poéticas, revelando um sincretismo entre o Simbolismo e o Modernismo, a força acional que move os afetos no entrecho lírico, em Gilka Machado, é mais tátil e recorre com mais frequência à materialidade evocada por meio dos cinco sentidos ainda que eles sejam utilizados como molas propulsoras para o alcance das esferas do sublime. Em Delmira Agustini, seus afetos voltam-se correntemente para elementos metafóricos de que emanam aspectos metafísicos. Em Rosario Castellanos, as análises desvelam que suas convicções estéticas se distanciam das de Machado e de Agustini, porque sua poiesis centraliza-se na reavaliação crítica do passado e de suas heranças no presente, mantendo um diálogo irônico com a história, com a história da arte, com a sociedade e com a cultura, de modo que a força motriz de sua literatura se centra na subversão enunciativa inscrita na e pela discursividade.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }