@MASTERSTHESIS{ 2023:449451396, title = {A violência contra a mulher, o espaço digital e o processo de desculpabilização do agressor numa narrativa fílmica}, year = {2023}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6945", abstract = "Na sociedade brasileira e mundial, tem-se assistido ao aumento da violência contra a mulher, ou, talvez, agora, tem-se assistido à sua exposição de forma menos velada, por conta dos canais de denúncia e as redes de apoio às vítimas. Considerando o amplo e complexo debate que envolve o tema, esta dissertação procede a um recorte e volta-se para a análise de discursos sobre as práticas de violência contra a mulher decorrentes das redes sociais, tomando como corpus de investigação um docudrama. Embora os espaços de mídia ocupem um importante papel social, seus canais têm engrossado o leque de ações de violência contra a mulher, vítimas de assédios, de ameaças, de perseguições e exposições de seus momentos íntimos por parceiros e ex-companheiros, com o propósito de humilhar, denegrir e prejudicar publicamente a vítima. Na compreensão de que existem condutas sociais avaliadas como melhores e piores em decorrência de normas sociais enraizadas em vista de uma sociedade marcadamente ainda patriarcal e machista, que, historicamente negou a autonomia feminina, a pesquisa, valendo-se do enfoque teórico da Análise de Discurso de linha francesa, problematiza por meio de recortes de cenas e enunciados da série "Vítimas digitais" (2019), como o discurso de violência encontra respaldo numa prática de desculpabilização do agressor. A pesquisa parte do pressuposto de que os efeitos de sentido produzidos pela série geram leituras contraditórias em relação ao objetivo declarado por seus idealizadores, no caso, identificar as mulheres como vítimas e levar a sociedade a refletir o tema. O estudo mostra que para além desse propósito, manifesta-se nos recortes de análise a presença de uma memória sócio-histórica punitiva sobre o comportamento feminino, que atua como limitadora e cerceadora sobre o que pode ou não a mulher em relação ao seu corpo, à sua sexualidade, às suas escolhas ao deixar indícios de uma tolerância frente à postura/ação do sujeito masculino. O resultado alcançado por este estudo é mais uma provocação ao discurso linear e explicitado nos propósitos do docudrama que visa dar voz à mulher, porque mostra como ainda é preciso que amarras da ordem da formação social sejam desfeitas para que uma condição de equidade entre os sujeitos seja conquistada; há, de fato, no mundo, questões particulares que afetam todas as mulheres, simplesmente, porque são mulheres (ADICHIE, 2015). A vulnerabilidade feminina encontra raízes no preconceito escrito nas tábulas rasas das estruturas sociais que dispõem sobre o que seja da ordem do masculino em detrimento do feminino. Assim, buscou-se, aqui, somar às reflexões que se orientam a pensar sobre o tema de violência contra a mulher em prol de que os crimes e as culpas encontram em outras versões também possibilidades de compreensão.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }