@MASTERSTHESIS{ 2023:1341915280, title = {A ideia de concepção pública de justiça: entre John Rawls e Michael Sandel}, year = {2023}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6937", abstract = "Nosso trabalho teve como objetivo investigar os critérios de justificação para uma concepção pública de justiça. Centramos a pesquisa naquilo que veio a se convencionar como debate liberalismo-comunitarismo que ocorreu na década de 1980, especialmen-te a partir da crítica de Michael Sandel ao liberalismo político de John Rawls. A investi-gação que segue é relevante, pois o elemento chave da contenda está em definir um modelo de justificação para a formação das políticas de Estado. Conceitualmente, bus-camos discutir o problema da prioridade do justo em detrimento do bem, vez que o ca-ráter plural das democracias contemporâneas dificulta a tarefa de encontrar uma única concepção de bem para fundamentar uma concepção pública de justiça. Metodologi-camente, organizamos nossa exposição em três capítulos. No primeiro, apresentamos a teoria da justiça como equidade de Rawls a partir de suas obras de primeira e segun-da fase, especialmente Uma Teoria da Justiça e O Liberalismo Político. Depois, discu-timos as objeções comunitaristas, principalmente a partir da crítica de Michael Sandel em O Liberalismo e os Limites da Justiça. Por último, avaliamos o debate entre Rawls e Sandel. Isso posto, as formulações de Rawls a respeito da filosofia política, a partir do lançamento de Uma Teoria da Justiça em 1971, estabelecem um novo paradigma para a investigação filosófica da respectiva área de estudo. A pretensão fundamental de Rawls está na reformulação da teoria do contrato social sob a ótica da justiça social e tem como conteúdo dois princípios de justiça: o princípio da liberdade igualitária e o segundo princípio compondo a igualdade de oportunidades e o princípio da diferença. Para que isso seja possível, Rawls lança mão de uma situação hipotética e a-histórica para justificar seus princípios da justiça, a posição original, onde a partes, sob um véu de ignorância, escolherão os princípios da justiça como equidade. Embora poderosa a formulação rawlsiana, ela não ficou isenta de críticas e, dentre as principais, está aque-la feita por Michael Sandel. Sandel não discorda a respeito dos pressupostos da justiça social, mas com a maneira como Rawls estabelece seus critérios de justificação. Na perspectiva do autor, a concepção de justiça não pode anteceder as concepções de bem, pois isso implicaria na existência de um sujeito atomizado, um “eu desvinculado”. Sandel entende que a falha de Rawls é própria de todas as teorias deontológicas, pois são as características constitutivas das pessoas que lhes permitem pactuar o conteúdo das comunidades políticas que regerão suas vidas, vez que conhecem e compartilham de determinadas práticas. Dito isso, avaliamos a crítica de Sandel direcionada à Rawls e verificamos que os dois autores se desencontram em alguns aspectos conceituais. Isso nos levou a comparar a interpretação de Rawls fornecida por Sandel para verificar os entendimentos conceituais dos autores. Depois de tudo, em conclusão, entendemos a crítica de Sandel tem grande relevância para o debate contemporâneo e merece ser levada em consideração, mas o autor se equivocou ao interpretar a teoria rawlsiana como puramente deontológica, universalista e aplicável a qualquer tipo de sociedade.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }