@MASTERSTHESIS{ 2023:1185465028, title = {Do conceito de Deus do período pré-crítico ao crítico pela elucidação do princípio da ilusão transcendental em Kant}, year = {2023}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6787", abstract = "A Crítica da razão pura de Immanuel Kant trouxe um novo tratamento da razão e da teoria do conhecimento, voltado à questão dos limites do conhecer do ponto de vista da faculdade humana de pensar. Contrastada às tradições do empirismo/ceticismo e do racionalismo, a proposta da Filosofia transcendental exprime como novidade a sua ocupação, menos dos objetos que do modo humano de conhecer. Ao realçar aí o caráter ativo e espontâneo do ato de conhecer, Kant pressupôs e fundou a possibilidade de antecipar os elementos ou estruturas a priori do sujeito (as faculdades) para tratar dos objetos de conhecimento como dos de pensamento. Enquanto na Analítica transcendental expôs os elementos voltados ao caráter constitutivo do conhecimento, na Dialética transcendental expôs o modo de operar da razão que, embora não constitua um conhecimento da natureza, é relevante para o todo dessa faculdade pura. Pertence a esse modo de operar com conceitos que possuem só significado transcendental, pois a eles falta realidade empírica, o domínio daqueles conceitos que representam a continuação da atividade da razão (Vernunft) fora do conhecimento do entendimento (Verstand), mas não desvinculado dele. Esses conceitos são os de Deus, alma e liberdade, que têm ligação com as fontes da metafísica antiga (teologia, cosmologia e psicologia). Na tematização do conceito de Deus apresentamos seu desdobramento desde o pensamento pré-crítico até o crítico em Kant. Se nos primeiros textos sobre o tema Kant tratou de elucidar os elementos dogmáticos e arbitrários no uso desse conceito; nos seguintes ele exprime um modo próprio (transcendental) de extrair da necessidade desse conceito pela razão o caráter sistemático de um ideal do pensamento racional, que não poderia ficar faltante ao pensamento, a saber, o conceito de totalidade. Aí o conhecer procede por meio de raciocínios (inferências). Vinculados a esse modo de proceder Kant debate no texto da crítica os três tipos de prova da existência de Deus, correspondente às tentativas de passar um objeto do mero pensar como objeto de conhecimento determinado. No fundo, tal tentativa revela uma operação corriqueira de autoengano que acomete a razão, em que acredita lidar com uma matéria fornecida pela sensibilidade, quando lida apenas com leis da própria razão para pensar um objeto (totalidade) em função de sua necessidade reflexiva. Enquanto mera aparência (Schein) de conhecimento, em contraste, trata-se de expor o estatuto de legitimidade das ideias como conceitos que não têm referência sensível, a fim de extrair delas os meios de precaver-se para não se enredar em uma ilusão transcendental. A Dialética transcendental visa então a instruir e disciplinar a razão para não ser enganada por um mero conceito, pois por meio do pensamento ela tem em vista uma completude sistemática. Se isso não é objeto de conhecimento, então é tarefa da crítica avaliar a legitimidade das ideias e, para nós, a função organizadora da ideia de Deus que, transcendente ao conhecimento, recebe pela abordagem crítica da razão uma coerência interna indispensável ao pensar.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }