@PHDTHESIS{ 2023:824499194, title = {Encarceramento na penitenciária feminina de foz do iguaçu: como as detentas pensam e organizam a maternidade}, year = {2023}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6732", abstract = "O aprisionamento no Brasil é questão crítica e os dados do INFOPEN/ SISDEPEN mostram que o país está entre os que mais encarcera no mundo. O sexo masculino é predominante na população carcerária e apenas no século XXI as mulheres alcançaram alguma visibilidade nas prisões, em função de períodos de seu crescimento expressivo (conforme os dados oficiais), fazendo emergir preocupações no tratamento penal destinado, sobre cuidados específicos, com relação à maternidade e seus filhos, por exemplo. Inicialmente foram desenvolvidos projetos de unidades prisionais específicas, posteriormente com espaço de convivência para mães e filhos e constatamos que as políticas públicas e o ordenamento jurídico também apresentaram mudanças (com prioridade na garantia de direitos da criança), com a previsão de aplicação de medidas e penas alternativas (para casos específicos) para que as mulheres possam estar e cuidar de seus filhos pequenos, em suas casas. Este estudo, permeado pela razão sensível de Michael Mafessoli, contou ainda com uma pesquisa exploratória e descritiva, de natureza quali-quantitativa. Foi aplicado um questionário junto à 188 mulheres presas na Penitenciária Feminina de Foz do Iguaçu – PR no ano de 2021. Logo, com o objetivo de analisar como as mulheres presas pensam e organizam a maternidade em suas vidas. A pesquisa bibliográfica realizada inicialmente, surpreendeu, pelo crescimento de estudos sobre o tema. Em buscas diversas feitas, também em acervos digitais como os das plataformas BDTD, CAPES e SCIELO, o estado da arte nos surpreendeu, pelo crescimento de trabalhos que abordam a temática, com a presença expressiva da área da saúde e das ciências sociais. A estrutura desta tese conta com 4 capítulos, que percorrem os temas relacionados à prisão, crime, violência, a psicologia na prisão, o encarceramento feminino e os vínculos afetivos (e apresentamos a prisão como fronteira afetiva), a maternidade e o maternar. A partir de toda a discussão, das reflexões de autores como Foucault, Goffman, Bauman e Winnicott, e das entrevistas realizadas, constatamos que a maternidade é polissêmica e elas tem compreensões diversas da maternidade. Algumas conseguem reconhecer suas falhas no maternar, no (des)cuidado de seus filhos, por sua ausência em função também da prisão. De modo geral entendem que ser mãe envolve afeto, cuidado e proteção e compreendem também que a prisão não é o melhor lugar para o desenvolvimento das crianças. Verificamos que as mulheres presas se organizam com a rede familiar de apoio disponível. Por meio das análises, de tantas histórias de vida, observamos que muitas delas são marcadas por violências e condições de vulnerabilidade. Os profissionais da saúde física e mental, como os psicólogos, são essenciais para o desenvolvimento dessas pessoas, também nas prisões. A organização e estruturação, pessoal e social, é fundamental para o pleno exercício da maternidade. Portanto, esta tese apresenta reflexões, especialmente para o desenvolvimento de políticas públicas. Temos a convicção de que pensar nas mulheres, dentro e fora da prisão, e nos seus filhos, é pensar nas relações que se estabelecem entre eles e, amplamente, nos valores presentes nesta cultura e nessas construções psíquicas desenvolvidas.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Cultura e Fronteiras}, note = {Centro de Educação Letras e Saúde} }