@MASTERSTHESIS{ 2023:648046418, title = {A morte vivida: o paradoxo da finitude em Jean-Paul Sartre}, year = {2023}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6636", abstract = "Jean-Paul Sartre (1905-1980) mantém vivo interesse pela Psicologia em seus escritos filosóficos desde as obras de 1930. Desde a sua imersão na fenomenologia de Husserl, o autor redesenha criticamente essa relação epistemológica, a qual circunscreve os fenômenos humanos longe dos aparatos positivistas da ciência psicológica clássica, partindo da experiência concreta no mundo. Com isso no horizonte, esta pesquisa se constrói pelo seguinte enigma: como descrever o fenômeno da morte enquanto uma experiência paradoxal revelada pela finitude e esboçar uma clínica diante da finitude? O problema da pesquisa divide-se em dois momentos na obra sartriana, seja, inicialmente, a de sua psicologia fenomenológica, seja, em segundo lugar, sob o viés de sua psicanálise existencial. Em um posicionamento contrário à filosofia “digestiva”, própria do espiritualismo francês, ao idealismo e às teorias clássicas que explicam as ações humanas pela fisiologia, o movimento do jovem Sartre é de evocar, à primeira vista, o retorno às coisas mesmas via o cogito pré-reflexivo. Para este primeiro momento da obra sartriana, busca-se compreender seu diálogo com a fenomenologia, a fim de descrever a estrutura última da consciência. A emoção, a imagem, o sonho e a alucinação ganham sentido encarnado no mundo, por meio de um vínculo inextricável consciência-mundo, capazes de uma descrição fenomênica sem fazer uso de um eu transcendental puro (sentido husserliano), ou um inconsciente (sentido psicanalítico). Em um segundo momento, o trabalho se volta para uma descrição das condutas no território da liberdade, na intersubjetividade, na má-fé, na angústia e na responsabilidade descritas em O Ser e o Nada por uma nova abordagem psicanalítica de fundo existencial e por uma literatura engajada, discutida em Que é a Literatura?. Trata-se de um duplo percurso de análise acerca da realidade humana, a partir de uma vizinhança comunicante entre a filosofia e a literatura, para decifrar o projeto originário do existente humano em sua dimensão mais radical: a finitude. No terceiro capítulo, descrever-se-á a maneira como a temática da morte apresentou-se ao filósofo em meio a situação-limite contornada pelo período entreguerras. Tratar-se-á de desembaraçar compreensões a partir da fenomenologia existencial sobre o fenômeno da morte, da finitude e em que medida elas podem ser descritas como uma experiência vivida, acompanhada pelo dinamismo da consciência. A partir da experiência mediada pela prosa, no conto O Muro, acompanhar-se-á a narrativa da personagem Pablo Ibbieta e de seus companheiros de cela nas vésperas de seu fuzilamento. O paradoxo da finitude acontecerá por uma realidade humana que se coloca em questão em seu próprio ser e que mesmo na situação-limite, em que a morte desmorona qualquer sentido positivo da sua existência, nela, haverá o apelo à sua liberdade em inventariar um outro sentido de existir. Neste sentido inventivo e de inspiração, buscar-se-á nos aportes sartrianos a enunciação de uma práxis psicológica diante da finitude, contemplando a união entre a filosofia e a literatura sartriana.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }