@MASTERSTHESIS{ 2023:1430167008, title = {Caracterização de alterações inflamatórias no tecido mamário de mulheres agricultoras induzidas pela exposição ocupacional aos agrotóxicos}, year = {2023}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6579", abstract = "Segundo a Agência Internacional de Pesquisa para o Câncer (IARC), os agrotóxicos são substâncias com elevado potencial carcinogênico. Estudos documentam a elevada ocorrência de diversos tumores, incluindo o câncer de mama feminino, em populações expostas ocupacionalmente aos agrotóxicos ao redor do mundo. Ainda não está claro de que forma os agrotóxicos atuam como estimuladores da carcinogênese mamária. Acredita-se que além do dano direto ao DNA, outras alterações moleculares indicadoras de instabilidade genômica estejam associadas, como modificações epigenéticas e produção de mediadores da inflamação. Neste contexto, o presente estudo caracterizou o perfil de alterações inflamatórias no tecido mamário de mulheres sem câncer ocupacionalmente expostas aos agrotóxicos. Foram incluídas 102 mulheres atendidas no Hospital do Câncer de Francisco Beltrão (CEONC), Paraná, Brasil, no período de maio de 2015 a agosto de 2022, com biópsias e imagens negativas para câncer de mama. A caracterização da exposição ocupacional aos agrotóxicos foi realizada por instrumento validado para este fim. Foram consideradas expostas, mulheres trabalhadoras rurais com histórico de contato direto, passado e atual com agrotóxicos através da manipulação e preparo da calda de veneno, pulverização e/ou descontaminação e lavagem de roupas e equipamentos utilizados na aplicação dos agrotóxicos sem o uso de luvas de proteção (n=42). Para o grupo não-exposto, foram incluídas mulheres da área urbana ocupadas em atividades fora da agricultura, sem contato com agrotóxicos no passado ou no presente (n=60). Em amostras de tecido mamário normal, coletadas durante a biópsia e avaliadas como negativas para câncer por um patologista, foram avaliados como marcadores inflamatórios os níveis de estresse oxidativo através das medidas de lipoperóxidos e capacidade antioxidante total da amostra (TRAP) por quimioluminescência de alta sensibilidade, bem como os níveis de metabólitos do óxido nítrico (NOx). Também foram quantificados os níveis dos fatores de transcrição moduladores da inflamação PPAR-γ (receptor ativado por proliferadores de peroxissomo gama) e NF-κB (fator nuclear kappa B), além das citocinas pró inflamatórias fator de necrose tumoral alfa (TNF-α) e interleucina 12 (IL-12). Os níveis de lipoperóxidos, TRAP e NOx foram significativamente menores no grupo exposto. Em contrapartida, os níveis de PPAR-γ apresentaram-se aumentados no tecido mamário das mulheres expostas, sem variação do NF-κB. Houve ainda aumento tecidual de TNF-α nas mulheres expostas, sem variações significantes nos níveis de IL-12. Estes achados sugerem que existe uma assinatura inflamatória do tecido mamário associada à exposição aos agrotóxicos. A instabilidade genômica gerada pela exposição aos agrotóxicos cria um ambiente de inflamação sustentada evidenciado pela resposta de defesa do organismo frente ao estresse oxidativo (EO), concomitante a redução de mecanismos anti-tumorais importantes, podendo desencadear mecanismos relacionados à ocorrência de mutações e carcinogênese mamária.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Ciências Aplicadas à Saúde}, note = {Centro de Ciências da Saúde} }