@MASTERSTHESIS{ 2022:1396736027, title = {A geografia na relação trabalho e educação: (contra)tendências para o ensino médio}, year = {2022}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6407", abstract = "A presente dissertação objetiva responder a problemática de quais as (contra)tendências da dinâmica capitalista na relação trabalho e educação para o ensino-aprendizagem de Geografia no ensino médio. Para isso, tem como objetivo geral compreender as tendências da dinâmica capitalista da relação trabalho e educação para o ensino-aprendizagem de Geografia no ensino médio e delinear possibilidades de contratendência. A hipótese original para a resolução desta problemática era de que o interesse do capital na formação para o trabalho tende a reduzir ou até mesmo remover os conteúdos geográficos do ensino médio, e de que o ensino de Geografia pode contribuir com a formação humana politécnica e omnilateral como resistência a esse processo. Parte-se da constatação de que, embora o trabalho seja elemento constituinte do ser humano, o capitalismo subverte esse significado e o torna trabalho alienado para que, por meio da exploração da mais-valia, possa reproduzir seu processo de acumulação. A partir da década de 1970, o capital internacional sofre uma crise de superprodução e, como saída para este momento, redireciona sua estratégia de acumulação, intensificando a exploração do trabalho. Como consequência deste processo, são difundidos no Brasil elementos do pós-fordismo, sobretudo do Toyotismo, que prezam pela flexibilidade, adaptabilidade e individualismo como aspectos centrais para a necessária reestruturação produtiva. Verificamos que este movimento estratégico do capital tem impactos na educação nacional, sobretudo no ensino médio. A partir da análise de políticas educacionais recentes (2010-2020), como o Plano Nacional de Educação (PNE), o Pacto Nacional pelo Fortalecimento do Ensino Médio, as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNEM), o Programa Ensino Médio Inovador (ProEMI), a Contra-Reforma do Ensino Médio e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), constatamos que a dualidade histórica do ensino médio é reforçada, com o fortalecimento da formação para o mercado de trabalho pautada nos princípios da reestruturação produtiva. Em seguida, notamos que a Geografia, no ensino médio, também é afetada por esses movimentos na política educacional, sofrendo simultaneamente tanto de um processo de eliminação, sobretudo pela perda de espaço, deslegitimação e descaracterização, quanto de um processo de conciliação, no qual é ajustada às novas necessidades do capital por meio do fortalecimento da Geografia descritiva, do desenvolvimento de conhecimentos geográficos adaptativos, da restrição ao local em contraposição ao lugar, da impossibilidade do pensamento multiescalar, dentre outros. Todavia, uma contratendência à lógica educacional do capital é a adoção do trabalho enquanto princípio educativo, com o qual resgata-se a condição ontológica do trabalho em contraposição ao emprego, valorizando a politecnia na busca pela formação omnilateral. A Geografia do Trabalho tem mostrado as contribuições possíveis da Geografia para o entendimento da espacialidade do trabalho e, a partir da multiescalaridade, com o movimento do lugar para o global,12 a Geografia pode contribuir na construção de um projeto educativo que propicie a formação omnilateral por meio do trabalho enquanto princípio educativo, superando a visão limitante do trabalho enquanto emprego. A totalidade da discussão realizada demonstra, dessa maneira, a validade da hipótese originalmente elencada.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Geografia}, note = {Centro de Ciências Humanas} }