@PHDTHESIS{ 2022:665973745, title = {Os fundos financeiros e o agronegócio brasileiro: as vinculações globais entre as multinacionais e o capital financeiro}, year = {2022}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6405", abstract = "A relação criada entre o sistema financeiro e o agronegócio brasileiro, nas últimas décadas do século XX e nas duas primeiras do século XXI, levou ao desenvolvimento dessa tese que está pautada no estudo das conexões entre os fundos financeiros e as empresas de capital aberto que atuam nesse segmento produtivo dentro do território brasileiro. Os maiores fundos financeiros cresceram no centro do sistema capitalista e converteram-se, nas últimas décadas, em gigantescos complexos de alocação de capital especulativo que passaram a buscar frações do capital produtivo que apresentassem retornos financeiros no curto e médio prazo nas diversas partes do mundo. Para entender como se chegou na articulação atual entre a cadeia produtiva do agronegócio e o sistema financeiro, se buscou o entendimento de como o neoliberalismo promovido pelo eixo central do capitalismo global transformou e/ou desregulou o modo produtivo capitalista forjado após a metade do século passado, em que o planejamento econômico e parte do investimento produtivo era realizado em conjunto com o Estado. A análise dos anos 1990 nos permitiu entender que a extrema confiança em mecanismos privados de realocação de capital gerou deficiencias na organização produtiva nacional, corroboradas por um avanço das empresas multinacionais do exterior através de aquisições que geraram oligopólios setoriais e dependência tecnológica estrangeira. As instituições e mecanismos de fomento produtivo que foram extremamente importantes para edificação do aparato produtivo nacional perderam força no final dos anos 1990. Logo, o BNDES e as linhas de crédito vinculadas a recursos governamentais tiveram sua abrangência reduzida, em face do surgimento de meios privados de concessão de crédito produtivo. Mesmo entre os anos 2000-2015, em que se teve um breve momento de retomada de formas de planejamento e fomentos produtivos na aliança entre investimentos públicos e setor privado, a confiança de que o setor privado deveria ser o principal indutor de investimentos não foi deixada de lado. No atual momento, entende-se que os fundos crescem como um dos principais instrumentos para transitar entre ativos reais e financeiros, se inserindo nas frações de capital por meio do mercado de capitais e utilizando a estrutura das grandes empresas como pontos fixos no território, de modo que não é mais possível se falar em financeirização sem se falar no papel dos fundos financeiros. O fato observado por meio das composições dos maiores acionistas nas empresas de capital aberto que atuam junto ao agronegócio foi o de que os fundos exercem participações em praticamente todas elas, criando uma ramificação de ligações que permite uma classificação do fenômeno como uma grande rede financeira, interligada por sistemas informacionais que admitem a capacidade de migração de capitais entre as empresas e também entre países ou centros financeiros mundiais. Assim, a tese central defendida é a que os fundos financeiros representam um escalão superior da financeirização, de modo que não é possível se falar em financeirização sem destacar o papel dos fundos nos diversos segmentos produtivos, e com isso, também no agronegócio.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Geografia}, note = {Centro de Ciências Humanas} }