@MASTERSTHESIS{ 2022:2106612969, title = {Medicalização da infância: estudo sobre as pesquisas dos programas de pós-graduação em educação e psicologia no Brasil (2010-2020)}, year = {2022}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6321", abstract = "A presente pesquisa vincula-se aos estudos realizados pelo Grupo de Pesquisa sobre Ensino Aprendizagem e Teoria Histórico-Cultural (GEPEATH) do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE e está inscrita na Linha de Pesquisa Cultura, Processos Educativos e Formação de Professores. A medicalização da infância alocada em um espectro amplo, qual seja, a medicalização da vida, se insere como uma estratégia massiva no enfrentamento das pretensas dificuldades no processo de aprendizagem e/ou problemas de conduta manifestos por crianças, especialmente no contexto escolar. Estratégia que tende à transposição de problemáticas cotidianas, sociais heterogêneas à dimensão biológica, individual homogeneizante, culpabilizando os sujeitos e isentando de responsabilidade as demais instituições sociais. O fenômeno da medicalização tem sido alvo de estudos na tentativa de demonstrar como os sofrimentos humanos e a própria existência vêm sendo patologizada desde a mais tenra infância. Nesse sentido, objetivou-se compreender as discussões sobre o processo de medicalização da infância no âmbito das Pós-Graduações brasileiras em Educação e Psicologia, nível de mestrado, recorrendo-se a uma pesquisa qualitativa do tipo estado do conhecimento: de caráter bibliográfico, descritivo e inventariante. Para tanto, foi realizado um mapeamento (outubro de 2021) por meio da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), delimitando-se o recorte temporal de dez (10) anos: de 2010 a 2020. Período que coincide com a criação do Fórum Sobre Medicalização da Educação e da Sociedade (FSMES) (2010), porquanto a literatura sugere um aumento nas pesquisas após o lançamento deste. Como fundamentação teórica, parte-se dos pressupostos da Teoria Histórico-Cultural (THC) que têm no Materialismo Histórico-Dialético suas bases filosóficas e epistemológicas. Os resultados obtidos indicam que as dificuldades no processo de aprendizagem e os problemas de conduta manifestos pelas crianças no contexto escolar não raramente são tomados como disfunções que acometem o corpo biológico. E, enquanto saber remediador das tensões no interior da escola, as intervenções de cunho médico repercutem no imaginário coletivo como sendo responsáveis pela melhora no funcionamento biológico e cognitivo da criança, responsáveis por sua aprendizagem e desenvolvimento. Justifica-se, então, o uso de psicofármacos na infância para dar conta da “criança problema”; da criança que não acompanha os demais colegas nas etapas de ensino correspondentes; da criança marcada por processos de sofrimento, independentemente de quais sejam. Ainda, as exigências da sociedade capitalista somado aos interesses da indústria farmacêutica contribuem para a promoção inadvertida de medicamentos, propagando formas de relacionamento esteadas nos psicofármacos, incidindo igualmente sobre a formação de docentes, suas concepções e práticas. A temática demonstra relevância e a necessidade de discussão coletiva, de modo que familiares, professores e outros profissionais formem uma unidade de proteção às crianças e enfrentamento de processos medicalizantes. Finalmente, a pesquisa corresponde a um movimento de compreensão do fenômeno da medicalização da infância, conhecimentos datados historicamente e situados contextualmente, portanto, mutáveis e permeados de lacunas. Dessa forma, sugere-se a extensão de estudos, de pesquisas a teses, congressos na área, periódicos e ao contexto escolar, sobretudo na intenção de caminhar e construir saberes conjuntamente. Além, é claro, de escutar e acolher as principais implicadas no processo: as crianças.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Centro de Ciências Humanas} }