@PHDTHESIS{ 2022:335337128, title = {Mortalidade de trabalhadores agrícolas por câncer de próstata e a exposição a agrotóxicos no estado do Paraná}, year = {2022}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6244", abstract = "Os trabalhadores agrícolas estão expostos direta e indiretamente aos agrotóxicos, o que gera um expressivo ônus à sua saúde, devido à toxicidade intrínseca dessas substâncias e a capacidade de promover o desenvolvimento de cânceres hormônio dependentes, entre eles o de próstata. Desde os anos 2000 é crescente o número de estudos brasileiros que avaliam as externalidades negativas dos agrotóxicos sobre a saúde do trabalhador, contudo, ainda há carência de trabalhos sobre o câncer de próstata. Portanto, esta tese objetivou analisar a mortalidade de trabalhadores agrícolas por câncer de próstata, no estado do Paraná, entre 2003 e 2020 e sua relação com a exposição a agrotóxicos. Trata-se de um estudo ecológico e exploratório. Os dados foram obtidos no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), no Sistema de Monitoramento do Comércio e Uso de Agrotóxicos do Estado do Paraná e na Produção Agrícola Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Calcularam-se as taxas e tendências de mortalidade de trabalhadores agrícolas por câncer de próstata (por 100 mil habitantes) e suas razões de chances de óbito. Correlações entre a taxa de óbito e algumas varáveis agrícolas foram analisadas pelo Índice de Moran e por um modelo de regressão linear espacial. As análises mostraram tendência significativa decrescente (p=0,043) da taxa de mortalidade por câncer de próstata para trabalhadores agrícolas. Apesar da tendência de redução, considera-se esta população vulnerável, uma vez que as taxas de mortalidade dos ocupados rurais foram maiores que das demais ocupações em todo o período de análise. Além disso, verificou que os trabalhadores rurais possuem até 12,19 (IC95% 10,07 - 14,76) vezes a chance de morrer por câncer de próstata se comparando com trabalhadores de outras áreas chances. Entre 2013 e 2020, houve elevação de 12,70% no consumo de agrotóxicos do Paraná. Já a área plantada cresceu apenas 3,34%, ou seja, houve ampliação da quantidade de agrotóxicos utilizada por hectare, passando de 8,87 kg/ha em 2013 para 9,82 kg/ha em 2020. Ressalta-se que os ingredientes ativos de agrotóxicos mais utilizados nas lavouras paranaenses foram o glifosato e o paraquate, produtos que apresentam plausibilidade biológica para a ocorrência de câncer. Ainda, o modelo de regressão espacial mostrou associação significativa (p<0,010) entre a taxa de mortalidade por câncer de próstata e a taxa de consumo de agrotóxicos. Conclui-se que a população de trabalhadores rurais está sobre maior chance de óbito por câncer de próstata. A existência de relação entre exposição a agrotóxicos e a mortalidade dessa neoplasia não pode ser descartada. Espera-se com estes dados auxiliar na elaboração de políticas públicas e ações de redução da mortalidade por câncer de próstata nesta população, e, fomentar estratégias de controle do uso de agrotóxicos, contribuindo com o alcance do objetivo 3 “saúde e bem estar’ dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional e Agronegócio}, note = {Centro de Ciências Sociais Aplicadas} }