@MASTERSTHESIS{ 2022:1313485059, title = {Shakespeare: a quebra da ordem político-social e a relação entre governantes e governados}, year = {2022}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6218", abstract = "A presente pesquisa aborda a quebra da ordem político-social e a relação entre governantes e governados na tragédia de Macbeth. O mote da pesquisa encontra-se no centro da esfera política apresentada por Shakespeare nas tragédias de Júlio César (1599), Hamlet (1600-1601), Rei Lear (1605-1606) e Macbeth (1606-1607), escritas logo após seus dois conjuntos de peças sobre a história da Inglaterra. Argumenta-se que nessas tragédias a lei natural, que é representada por Shakespeare de dois modos, enquadra-se como um princípio que sustenta a ordem político-social que proporciona o bem comum das comunidades em que os personagens estão inseridos, assim, investiga-se o porquê de os personagens, em especial os protagonistas trágicos, ferirem a lei natural e romperem a ordem político-social e, como isto, afetam a relação entre governantes e governados. A investigação dos motivos que levam os personagens a agirem e as consequências provenientes de suas ações são justificadas por serem o fenômeno central das tragédias de Shakespeare. Nesse sentido, o rompimento com a ordem político-social e o declínio que culmina na morte dos protagonistas trágicos se dão, sobretudo, por conta de ações que levam a outras ações. O primeiro ponto abordado é um prelúdio às tragédias, por meio de uma contextualização política dos períodos elisabetano e jaimesmo, evidenciando que Shakespeare escreve suas obras dramáticas em meio a concepções herdadas, em parte, da visão de mundo medieval e, em parte, construídas a partir do pensamento Renascentista. Depois, coloca-se em foco os dois conjuntos de peças sobre a história da Inglaterra, buscando-se compreender como Shakespeare, no início de sua carreira, aborda a esfera política; como representa as ações cujo fim é a obtenção ou manutenção do poder e as suas consequências; e como retrata a relação entre governantes e governados. Na sequência, trata-se da natureza do mal que recai sobre os protagonistas trágicos de Júlio César e Hamlet e de suas construções dramáticas. Por fim, o objeto deste estudo é a tragédia de Macbeth: expõe-se as ações políticas que caracterizam os personagens; explora-se as nuances do rompimento com a ordem político-social realizado pelo protagonista trágico e mostra-se as consequências desse rompimento; e discute-se o motivo de o personagem romper com a ordem político-social. O estudo é conduzido por meio da análise da construção dramática dos protagonistas e da estrutura das tragédias de Júlio César, Hamlet e, com maior profundidade, Macbeth. Utiliza-se, como principais fundamentos das análises, textos de Barbara Heliodora, Agnes Heller e A. C. Bradley. Conclui-se que o motivo que leva Macbeth a ferir a lei natural e romper com a ordem político-social deve ser explicado em dois planos: um superficial, que se mostra no comportamento aparente do personagem; e um interno, que é condição de possibilidade para o plano superficial e se deve ao modo como Shakespeare realiza a construção dramática do protagonista. No que tange ao plano superfinal, Macbeth é motivado por sua ambição desmedida. No plano interno, isto é, no que se refere à construção dramática do personagem, Macbeth denota a mesma condição para agir que os protagonistas trágicos de Júlio César e Hamlet: a liberdade.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }