@PHDTHESIS{ 2022:1597790115, title = {O que quer uma mulher?: uma experiência parrhesiásta em torno dos enigmas da feminilidade}, year = {2022}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6171", abstract = "Esta Tese estuda o conceito de parrhesía relacionado com a mulher, por meio das práticas do franco-falar sobre si que são operadas em sua construção da feminilidade. Textos foucaultianos e psicanalíticos são suas principais referências bibliográficas, especialmente os últimos três cursos desenvolvidos por Foucault, proferidos entre 1981 e 1984, no Collège de France, a saber: A hermenêutica do sujeito; O governo de si e dos outros e A coragem da Verdade. Dentre os textos psicanalíticos estão as obras de Freud e Lacan, principalmente acerca da histeria, feminilidade e sexualidade femininas, e de autoras e autores orientados pela vertente freudo-lacaniana. Seu objetivo principal é discutir os enigmas da feminilidade a partir da questão posta pela clínica psicanalítica “O que quer uma mulher?” em sua articulação com o conceito de parrhesía elucidado por Foucault. Para isso, problematiza a sexualidade feminina sob o domínio dos dispositivos de saber-poder e a feminilidade a partir de experiências de mulheres que exerceram a parrhesía na medida em que ousaram enfrentar leis sociais, morais, políticas e científicas em sua época, por meio de práticas do dizer-a-verdade sobre si mesmas. Esta pesquisa, entretanto, evidencia que predominaram menos as práticas parrhesiástas do que as nefastas práticas discursivas de saber e poder sobre a mulher e seu corpo, cujos efeitos incluem submissão e sofrimento psíquico. Para sustentar que há parrhesía no discurso feminino desde a Antiguidade, elegeram-se a narrativa literária Antígona, de Sófocles; o texto em que Freud relata clinicamente a história de Ida Bauer, conhecida por meio da publicação do Caso Dora, a jovem mulher que o ensina a escutar o inconsciente; referências a Safo de Lesbos e Aspásia de Mileto, filósofas na Antiguidade; textos de e sobre Hildegarda de Bingen e Christine de Pisan, autoras na Idade Média, Mary Wollstonecraft e Marie-Olympe de Gouges, autoras no século XVIII, Lou Andreas-Salomé e Gabriela Mistral, autoras no século XIX e início do século XX e da autora brasileira Nísia Floresta. Mulheres parrhesiástas que desconfiaram da solidez das formulações teóricas clássicas, patriarcais, fortemente excludentes, apostando, com irreverência, nos caminhos tangenciais. Ao final, discute o gozo suplementar como próprio da sexualidade feminina e afirma que a parrhesía se contrapõe à submissão e ao sofrimento psíquico, possibilitando a invenção e a expressão da feminilidade, seja por meio da palavra falada ou escrita.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }