@MASTERSTHESIS{ 2022:1566520430, title = {Empoderamento, autoestima e autoafirmação: o discurso sobre o cabelo ruim e o bom no contexto da transição capilar}, year = {2022}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6083", abstract = "Esta pesquisa teve como objetivo analisar o discurso sobre o cabelo crespo na condição de produção de transição capilar e como, a partir dele, um determinado perfil-mulher é caracterizado. Para isso, escolheram-se Sequências Discursivas (doravante, SDs) que abordam os tipos de cabelo das mulheres. As SDs foram de duas matérias: uma da revista Veja e outra da Folha de São Paulo. Para além desses discursos, selecionaram-se recortes do texto de um blog e publicações e comentários no Instagram, sendo que esses discursos abordam o cabelo liso e o ondulado, cacheado e crespo. O lugar de circulação é o ambiente digital o qual menciona os sentimentos, as interferências sociais e acontecimentos no processo de volta ao crespo natural. A problemática da pesquisa era identificar que efeitos de sentido permeiam o dito sobre o empoderamento feminino, tendo em vista a (não) aceitação do cabelo natural e os sentidos sobre o processo de transição capilar. O objetivo geral era analisar o perfil-mulher constituído a partir do discurso sobre a transição capilar. Para isso, utilizamos o suporte teórico da Análise de Discurso de linha francesa, com destaque para os conceitos de Ideologia, Formação Discursiva (FD), Metáfora e Interdiscurso. A pesquisa foi de base qualitativa e de cunho interpretativista. Por meio da análise das SDs, foi possível identificar duas FDs distintas que se relacionam interdiscursivamente e produzem um deslocamento metafórico sobre o cabelo crespo. Constatou-se na análise, que a transição capilar, ou o retorno às “raízes”, é um processo que, supostamente, gera empoderamento, aumento da autoestima e autoafirmação, não explicitando os interesses mercadológicos que baseiam a sua defesa. Desse modo, percebeu-se a presença do movimento em favor do consumo, já que é assumido que produtos específicos auxiliam o cuidado das curvaturas e todo o processo. Uma vez que, socialmente, há diferentes discursos sobre os cabelos e os separam entre “bom” e “ruim”, constatamos a existência de duas FDs: uma em que o processo de alisamento é visto como positivo, já que o cabelo crespo seria ruim, e outra em que o processo de transição capilar acontece em uma FD que considera os fios naturais crespos como bons, justificando a volta ao natural. Observamos, assim, que a definição do cabelo, e do feminino por decorrência, ou seja, as caracterizações tanto positivas quanto pejorativas são realizadas por meio do cabelo em uso, com a avaliação atingindo o ser como todo. Assumir, ou não, os fios naturais é, pois, carregar sentidos/estigmas que ecoam socialmente.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }