@MASTERSTHESIS{ 2022:48942293, title = {O silêncio das línguas cansadas: as diásporas do saber e o reexistir da educação escolar indígena}, year = {2022}, url = "https://tede.unioeste.br/handle/tede/6030", abstract = "Colocar em perspectiva histórica a educação é historicizar a memória. Esse movimento colabora para perceber como os caminhos políticos e conceituais, relativos aos acontecimentos processuais para formulação do que atualmente é entendido, concebido e experienciado como educação escolar indígena se desdobra entre o contexto institucionalizante de hierarquização e o desmonte e esvaziamento dos seus saberes e sentidos. A reprodução antológica de poder imbrica na (re)produção cultural e ancestral do conhecimento, da educação e do saber, o qual imerge ao apagamento de suas narrativas, histórias e memórias, refletidas em suas perdas na efetivação de sua alteridade sobre a aprendizagem, o ensino e a formação intercultural. Tal implicação ocorre atemporalmente na aplicabilidade de práticas coloniais de poder instrumentalizadas e mantidas por complexos tentáculos dominantes e marcas tecidas no corpo social e cultural do sujeito-indígena, fazendo com que a educação escolar indígena ainda esteja subalternizada nos processos e projetos coloniais. Nesse limiar, a construção dos processos pedagógicos e elaboração dos materiais didáticos, assim como as disciplinas, ocorre a partir de seus saberes e necessidades cosmológicas atravessados por dispositivos de domínio estabelecidos desde o colonialismo até as diversas faces da colonialidade atuantes no poder, no ser e no saber. A partirde então, questiona-se: “Quais os processos e a inter- relação entre a colonialidade apresentadacomo instrumento de poder e domínio sobre a educação, o conhecimento e o saber na formação escolar indígena?”. Assim, pretendeu analisar os impactos do colonialismo e a implicação da colonialidade nas incursões de apagamento do saber e no processo de implementação das políticas públicas de educação escolar indígena, após a aprovação da Constituição Federal (1988). Para tanto, apoia-se nas colaborações de pensadores do Sul Global envoltos no debate modernidade-colonialidade e nas produções de resistência política e literária indígena, que também se somam a conceitos e pensadores outros, a fim de ampliar e aprofundar o debate. Outrossim, utilizou-se o procedimento metodológico bibliográfico-investigativo, como a escuta das vozes indígenas de professores, discentes, bem como, outros sujeitos de comunidades indígenas do Estado do Paraná com o uso da História Oral Temática. Tendo em vista dialogar a escrita com oralidade buscando possíveis respostas nos ventos do Sul Global que trazem consigo significativa colaboração das vozes de docentes indígenas das etnias Guaranis e Kanhgág em Nova Laranjeiras no Paraná, Brasil. Buscou-se entender os processos que trazem ações coloniais consolidadas a partir de um ideário Ocidental e vigente, elaboram novos percursos de violência e violações de direitos e promulgam a diferença, na ausência da garantia ao direito e no constante apagamento de suas narrativas e alteridades. Intentou-se identificar tessituras da voz indígena dentro dos processos educativos e de aprendizagem em nível da Educação Básica. Assim, objetiva-se contribuir na (re)afirmação, dentro dos campos acadêmicos e sociais, que a educação escolar indígena é potencializadora de (re)existência, manifestações identitárias e corporais, expressões e cosmovisões, conhecimentos e identidades culturais étnicas, a partir da emancipação de seus saberes por meio da “desobediência epistêmica” encontrada na práxis e luta decolonial. Rompe-se com a dominação colonial advinda do Norte Global tornando-se ocupantes desses lugares dos quais são participantes ativos e legítimos no contexto da sociedade brasileira, nos quais o exercício institucionalizantede decisão e poder sejam plurinacionais e pluridiversos, a fim de conceber a educação escolar indígena como interlocução política-epistêmica necessária para (re)existência, retomada e (re)conhecimento de sua “humanidade” perante a banalização de suas histórias e humanidades.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Centro de Ciências Humanas} }