@MASTERSTHESIS{ 2021:34683991, title = {As mulheres e a violência simbólica em chove sobre minha infância}, year = {2021}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/5637", abstract = "Esta dissertação teve por objetivo analisar situações que reverberam violência simbólica que atinge mulheres, principalmente no âmbito familiar. Como objeto de pesquisa priorizou-se a obra da literatura brasileira contemporânea Chove sobre minha infância (2014), de Miguel Sanches Neto. A narrativa apresenta as vivências cotidianas de uma família em cenário rural do interior do Paraná. A partir de uma pesquisa teórica interdisciplinar entre a psicologia e a literatura, buscou-se a leitura crítica e interpretativa com vistas às práticas sociais e culturais vinculadas a reprodução de um modelo fundamentado no poder e no domínio masculino. Justifica-se a relevância da problematização sobre a violência simbólica, inclusive aquela enraizada no comportamento naturalizado dos personagens, na memória e nos costumes familiares alicerçados na cultura das estruturas sociais, pois todos os dias as mulheres são vítimas dessa violência e se faz urgente o debate para contribuir com a tomada de consciência e mudança de atitudes nas relações sóciohistórico-culturais. As reflexões aqui apresentadas visaram à compreensão e análise de como e sob quais formas ocorrem situações de violência simbólica relacionada às mulheres e sua representação na família. Nesse intuito, foram analisadas as relações familiares, os conflitos, o modo de vida e de trabalho das personagens Nelsa, Carmem Escobar, Carmem Sanches, Gasparina, “mulheres pintadas”, Miguel Sanches, Sebastião e Zé-Zabé. Assim como as relações que se entrelaçam nas práticas que perpassam o tempo e o espaço, as quais são reprodutoras do capital simbólico que legitima as crenças patriarcais, autoritárias e opressoras às mulheres.Recorreu-se ao potencial do conceito de violência simbólica de Pierre Bourdieu (2014) e ao suporte teórico de Beauvoir (2016), Engels (2001), Freyre (2013) e Lane (1989) para demais análises, dentre outros estudiosos. O estudo evidenciou que nas relações da família representada na obra instauram-se situações cotidianas de violência simbólica, as quais remetem aos resquícios das condutas e ideias do modelo patriarcal, além de constatar que é frequente a reprodução de tais práticas, muitas vezes silenciosas e ou não percebidas pela mulher. A partir das personagens femininas constataram-se comportamentos de dedicação, submissão e reprodução de padrões sociais que atendem expectativas para a união familiar, em meio a situações de violência simbólica naturalizadas em ações do cotidiano.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Cultura e Fronteiras}, note = {Centro de Educação Letras e Saúde} }