@MASTERSTHESIS{ 2021:192455280, title = {O desenvolvimento do psiquismo na perspectiva do professor de arte: contribuições da Psicologia Histórico-Cultural}, year = {2021}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/5511", abstract = "A presente pesquisa apoia-se na perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, por ser a que melhor explica o desenvolvimento psíquico e o papel da escola nesse processo. Objetivou investigar qual a compreensão dos professores de Arte da rede estadual de Cascavel (PR) acerca dos conceitos de desenvolvimento do psiquismo e sua relação com as funções psicológicas superiores, além de refletir sobre quais as consequências dessa concepção na práxis pedagógica. Com esse propósito, desenvolveu-se uma pesquisa de campo com 15 professores que correspondem a 44% dos professores efetivos da disciplina de Arte que atuam nas escolas estaduais no município pesquisado. Os dados foram coletados em 2019, por meio de um questionário aplicado coletivamente, com preenchimento por escrito, individualizado e presencial. Apenas 6% dos professores verbalizaram um conceito de desenvolvimento psíquico coerente com o proposto pela Psicologia Histórico-Cultural; 47% trouxeram algum elemento fragmentado referente a esse conceito e 47% dos professores não souberam ou apresentaram apenas fragmentos de ideias alheias ao conceito, ou seja, cerca de metade dos professores de Arte o desconheciam totalmente. Quanto ao conceito de funções psicológicas superiores, 73% dos professores pesquisados o desconheciam, 20% apresentaram algum elemento fragmentado desse conceito, e 6% o expressaram. A reflexão sobre o resultado da pesquisa revela, portanto, a ausência de discussões coletivas sobre esses conceitos no espaço escolar. Se a palavra não circula, não impacta os seres humanos, não é por eles apropriada e não se formam conceitos. Para que esses conceitos fossem apropriados seria necessário que circulassem nas discussões coletivas, possibilitando a objetivação de reflexões sobre o processo pedagógico, com base nas contribuições da Psicologia Histórico-Cultural. Buscou-se, ainda, verificar quais as consequências para o processo pedagógico da não apropriação dos conceitos constatada, investigando sobre o material utilizado pelos docentes para o preparo das aulas, suas ações pedagógicas, bem como seus limites e desafios. Notou-se que falta intencionalidade no processo pedagógico, no sentido de promover a humanização dos sentidos e a sensibilidade estética. A não consciência sobre o papel docente nesse processo, a dissociação entre a teoria e a prática, contribuem para a indisciplina, o desinteresse e a falta de concentração por parte dos alunos. Verificaram-se condições inadequadas relacionadas à competência do Estado, como falta de materiais e recursos tecnológicos, bem como de espaços físicos adequados às aulas de Arte. Observaram-se dificuldades pedagógicas devido ao fato de a disciplina exigir um professor que domine as quatro linguagens artísticas: Artes Visuais, Teatro, Música e Dança, enquanto a formação inicial aborda uma única delas. Ainda, há necessidade de que o Estado promova formações continuadas, por meio de cursos e se organizem grupos de estudo na escola, voltados ao desenvolvimento do pensamento teórico, considerando a Atividade de Estudo como importante alternativa de ensino na disciplina de Arte, de forma a suprir essa carência e promover a reflexão sobre o trabalho docente, tomando por base, os fundamentos teórico-práticos da Psicologia Histórico-Cultural. Dessa maneira, o professor poderá planejar e implementar tarefas efetivando uma aprendizagem significativa pela mediação dos conteúdos de forma organizada, a fim de consciência do aluno ao observar uma obra de arte, desenvolvendo sua criatividade, entendendo o significado histórico e a importância de compreender e representar a realidade por meio das linguagens artísticas de maneira a promover o desenvolvimento do psiquismo, por meio do ensino. Conclui-se entendendo que o trabalho pedagógico na escola deve ir além dos conceitos cotidianos, possibilitando aos alunos apropriarem-se dos conceitos científicos e, nesse processo, desenvolverem suas funções psicológicas superiores, entre as quais a imaginação criadora e o pensamento teórico e estético-artístico, de forma a que se instrumentalizem para uma leitura e consequente ação transformadora da realidade. Porém, questiona-se como o professor que não teve e não tem essa formação, poderá desempenhar o papel de agente mediador no desenvolvimento da personalidade de seus alunos que a apropriação do pensamento teórico exige. Constata-se que o problema não é individual, trata-se de um problema social, que exige do Estado cumprir seu papel de oportunizar condições para o desenvolvimento genérico humano, no qual a arte promova a transformação cultural e criativa no professor, no aluno, enfim no homem genérico, no sentido da humanização. Portanto, na direção oposta à barbárie desumanizadora que se instala a passos largos, na qual o homem é apenas um recurso para o capital.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }