@PHDTHESIS{ 2021:59825497, title = {O uso de agrotóxicos no sudoeste do Paraná a partir de uma perspectiva geográfica multiescalar}, year = {2021}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/5558", abstract = "O objetivo geral desta tese foi discutir a problemática que envolve a utilização de agrotóxicos no espaço geográfico, especificamente em 27 municípios do Sudoeste do Paraná (que compõem a Oitava Regional de Saúde), a partir de uma perspectiva geográfica e multiescalar. Para tanto, primeiramente, os procedimentos metodológicos se basearam em revisão bibliográfica apresentando a problemática dos agrotóxicos como um tema híbrido e delineando uma abordagem teórica ancorada na Geografia Agrária, no campo do conhecimento da Ecologia Política e no enfoque de uma Geografia Ambiental. A segunda etapa consistiu na coleta e análise de dados secundários de órgãos oficiais sobre utilização de agrotóxicos no Brasil e no Paraná, assim como os dados de intoxicações agudas por agrotóxicos. A terceira etapa envolveu a criação de um instrumento de inquérito epidemiológico (questionário sobre exposição aos agrotóxicos), o desenvolvimento de um banco de dados e análise estatística, bem como idas a campo e análise laboratorial de amostras de material biológico (urina), água e leite bovino, oriundas de dez Unidades de Produção e Vida Familiares (UPVFs), localizadas no Sudoeste do Paraná. Os resultados demonstraram que, a partir da lógica de priorização da agricultura de caráter capitalista, os agrotóxicos têm sido utilizados no território brasileiro em todas as escalas. No período compreendido entre 2009 e 2019, houve um crescimento de 103% no volume comercializado no país, o qual é destinado, principalmente, para as culturas de soja, milho e cana-de-açúcar, e o Brasil figura no cenário internacional, juntamente com Estados Unidos e China, como um dos países que mais consomem agrotóxicos no mundo. Além disso, mesmo existindo iniciativas de resistência e denúncia por meio de campanhas nacionais e pesquisas no âmbito das universidades, o número de ingredientes ativos liberados têm aumentado, bem como as tentativas de flexibilizar o marco regulatório por meio do Projeto de Lei 6.299/2002. No Paraná e na Mesorregião Sudoeste, a realidade não se mostra diferente. O estado comercializa aproximadamente cem mil toneladas de agrotóxicos por ano, principalmente para as culturas de soja, milho e trigo. Além disso, entre os mais comercializados, estão aqueles classificados como potencialmente cancerígenos para os seres humanos. Na escala dos nanoterritórios, ou seja, nas dez UPVFs investigadas, foi identificado contaminação nas amostras de água potável por: Glifosato (62,5%), 2,4-D (44,4%) e Atrazina (41,6%). Nas amostras de leite bovino também foram detectadas presença de Glifosato (71,4%), 2,4-D (60%) e Atrazina (75%), assim como nas amostras de urina dos aplicadores de agrotóxicos e seus familiares: Glifosato (58,3%), 2,4-D (34,7%) e Atrazina (84,6%). Defendemos, portanto, que a racionalidade econômica capitalista impõe um padrão de agricultura calcada na produção de commodities agrícolas e, consequentemente, na utilização de um pacote tecnológico repleto de produtos químicos. Entre tais produtos, destacam-se os agrotóxicos, os quais, sob o argumento de aumentar a produtividade e a lucratividade da agricultura, acabam por contaminar os ecossistemas e podem afetar nocivamente a saúde tanto dos sujeitos que os utilizam de forma ocupacional, quanto daqueles que consomem alimentos e água, por vezes, contaminados.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Geografia}, note = {Centro de Ciências Humanas} }