@PHDTHESIS{ 2021:1147314246, title = {De um projeto de desenvolvimento nacional à subordinação ao capital externo: a dinâmica da indústria brasileira de máquinas agrícolas}, year = {2021}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/5562", abstract = "Essa pesquisa, em que estudamos a dinâmica da indústria brasileira de máquinas agrícolas, nos levou a defender a seguinte tese: no Brasil esse segmento industrial teve um desenvolvimento tardio se comparado ao de outros países, tais como os Estados Unidos, Alemanha e a Inglaterra. Ocorre que a formação social brasileira, cristalizada a partir da ocupação portuguesa, desenvolveu uma economia agroexportadora, em geral, apoiada no trabalho braçal o que contribuiu para atrasar a inserção de maquinaria na agricultura. As classes que controlaram a economia do país antes da década de 1930 (fazendeiros e o comércio exportador/importador), praticamente não apoiaram a industrialização, o que atrasou o desenvolvimento tecnológico, por exemplo, pouco desenvolvendo a siderurgia e o setor mecânico, imprescindíveis para a fabricação de máquinas agrícolas. Porém, a partir desse período (com a mudança no pacto de poder) a indústria de base (ferro, aço, petróleo, energia, entre outros) e o setor automotivo começaram despontar no Brasil, o que estimulou o segmento de fabricação de máquinas agrícolas, de modo que a partir dos anos 1960 já se produzia até tratores (especialmente por filiais de empresas estrangeiras), colheitadeiras automotrizes (com o predomínio de empresas nacionais) e os mais diversos implementos agrícolas, resultando que na década de 1970 praticamente estava consolidado esse setor industrial, com diversas empresas concentradas especialmente nos estados de São Paulo e Rio Grande do Sul. Esse processo foi estimulado por meio de políticas econômicas de apoio à indústria, como o Plano Nacional da Indústria de Tratores de Rodas (1959), Planos Nacionais de Desenvolvimento (PND’s), além do incentivo à formação de demanda para a comercialização de máquinas agrícolas, particularmente por meio do crédito rural para investimentos. Porém, as políticas econômicas implantadas a partir da década de 1980 não apoiaram a industrialização e reduziram o crédito rural, o que resultou em um processo de subutilização da capacidade produtiva da indústria de máquinas agrícola instalada no Brasil, ampliando a recessão e causando, particularmente a partir dos anos 1990, a falência de importantes empresas nacionais, bem como facilitou a entrada do capital externo, que adquiriu outras destacadas unidades industriais desse segmento. Mesmo com a retomada do crédito rural, ocorrida particularmente no período 2006-2013, o que reaqueceu as vendas internas da indústria de máquinas agrícolas, a desnacionalização de empresas persistiu, de modo que na atualidade esse setor encontra-se oligopolizado, controlado por poucas marcas concentradas em três grandes grupos industriais estrangeiros: AGCO Corporation, CNH Industrial e Deere & Company. Aparentemente, são grupos industriais dominantes, mas que fundamentalmente são controlados pelo capital financeiro, por poucos fundos de investimentos (sedeados principalmente nos Estados Unidos e na Europa) que partilham praticamente todo o mundo, controlando, inclusive, corporações industrias de outros segmentos.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Geografia}, note = {Centro de Ciências Humanas} }