@MASTERSTHESIS{ 2021:786706764, title = {Condições de vida e trabalho de imigrantes haitianos residentes no município de Cascavel/Paraná}, year = {2021}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/5435", abstract = "No Oeste do Paraná, os haitianos começaram a chegar em 2010, trazidos por empresários locais e pela abundância de oferta de emprego, especialmente em frigoríficos de abate de suínos e aves. A onda migratória de haitianos para o Brasil engendra novos desafios para as políticas públicas destinadas a assegurar os direitos fundamentais no país. Considerando esses fatores, constitui como objetivo geral desta pesquisa: analisar os modos de vida e trabalho de imigrantes haitianos residentes no município de Cascavel/Paraná e sua relação com o processo saúde-doença. A pesquisa se caracteriza como exploratória e descritiva com abordagem quantitativa. O conceito da eterminação social foi usado como marco teórico conceitual da presente pesquisa. A coleta de dados foi realizada por meio de aplicação de entrevista semiestruturada junto a imigrantes haitianos. Foram entrevistados 128 participantes entre os meses de dezembro de 2019 a janeiro de 2020 e julho de 2020 a dezembro de 2020. Os resultados mostram uma população majoritariamente masculina 75,0% (n=96), de jovens adultos 71,0% (n=91), falam duas línguas ou mais 87,5% (n=112), de religião católica 61,7% (n=79), com escolaridade de nível médio ou acima 57,0% (n=73), sendo que 57,8% (n=74), chegou ao Brasil entre os anos de 2015 e 2017 em busca de trabalho. Dos entrevistados, a maioria, 82,0% (n=105) estavam empregados e ocupando postos em frigoríficos 72,4% (n=76) e na construção civil 16,2% (n=17), mas 18,0% (n=23) estava desempregada no momento da pesquisa de campo. Entre os com emprego 91,4% (n=96) possuem vínculo formal e 8,6% (n=9) são autônomos (pequenos negócios). Embora tenham enfrentado diferentes dificuldades desde a chegada ao Brasil, como o tipo de trabalho que realizam, com rotinas extenuantes e repetitivas, jornadas prolongadas e desconhecimento sobre direitos sociais e trabalhistas, 67,9% (n=87) do total de entrevistados avaliam como boa a sua vida no País. Dos que estão empregados, a renda é de um salário mínimo para 92,4% (n=97), caracterizando uma vida de consumo bastante austera, tanto pelos baixos salários, como pela necessidade de remessa de valores para os familiares que permanecem no Haiti, nesta condição estão 25,8% (n=33) dos entrevistados que remetem 40,0% da renda mensal ao país de origem. Em relação a vida ideológica e organizativa, destaques para atividades de lazer em que 57,8% (n=74) veem televisão, 28,9 % (n=37) encontros entre amigos e 13,2% (17) ouvir música. 2,3% (n=3) declararam ter acesso à educação e 90,6% (n=116) mencionaram o acesso à saúde pública. A auto-organização cria redes de apoio e solidariedade para enfrentar as dificuldades no processo de imigração. Não foi relatado obstáculos para o acesso aos serviços públicos de saúde. Conclui-se que o favorecimento da vinda de imigrantes haitianos para atuarem em frigoríficos da região, pode indicar exploração do trabalho de grupos vulneráveis econômica e socialmente. Políticas de integração e o reconhecimento da formação escolar do país de origem, podem contribuir para melhorar a condição de vida desta população em nosso País.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Saúde Pública em Região de Fronteira}, note = {Centro de Educação Letras e Saúde} }