@PHDTHESIS{ 2020:231740140, title = {Mecanosfera: uma política-cosmológica em Deleuze e Guattari.}, year = {2020}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/5314", abstract = "Mil Platôs, de Gilles Deleuze e Félix Guattari, pode ser lido como um livro cosmológico. Essa é a primeira hipótese desta tese. Partindo da concepção maquínica presente na obra, em que tudo e todos são concebidos como máquinas potencialmente interligadas e o mundo como uma Mecanosfera, o conjunto das máquinas, a tese apresenta dois polos constituintes de uma cosmologia. De um lado, o polo das forças, em que os elementos do mundo não se encontram formados, são como partículas livres, singularidades de todo tipo, uma espécie de mundo pré-físico e pré-orgânico. De outro lado, a face das formas, em que as forças enfrentam processos de ordenamento e organização, ganhando certa consistência; as singularidades das forças são capturadas em procedimentos que lhes dão estabilidade e formas, produzindo o mundo físico-químico, orgânico e antropomórfico. A tese mostra como Deleuze e Guattari estão interessados em estabelecer os procedimentos de passagem que se dão entre os dois polos. Junto à filosofia dos autores, preocupa-se em investigar como algo é estratificado e trabalha com questões como estas: como algo do polo das forças ganha um tipo de consistência que lhe dá uma forma? Como partículas físicas formam uma rocha? Como humanos formam uma sociedade? Propõe que se trata de uma cosmologia na medida em que aborda o funcionamento de um sistema de estratificação que forma o mundo. Ao mesmo tempo, apresenta essa cosmologia como uma política – segunda hipótese. Primeiramente, porque indica que os filósofos tomam todos os processos de estratificação como uma questão política. Há tanta política em uma rocha quanto em um parlamento constituído. A política é apresentada na tese, portanto, como organização das forças, humanas ou não. Há política sempre que algo é estratificado. Depois, porque aponta para o surgimento de um tipo distinto de política no estrato humano: a capacidade de produzir linguagem e signos. Seguindo a leitura de Mil Platôs, a tese mostra, utilizando-se das noções de regimes de signos e de organismo, como essa competência linguística é capaz de fazer surgir no humano Formas Terminais. São fenômenos que bloqueiam as relações com outras forças e que se constituem como ideias e práticas de caráter essencialista, estabelecendo certos modos de existência como ideais e desejáveis. Ao final, o estudo indica que a dupla francesa também fornece elementos para pensar uma política oposta às Formas Terminais. Utilizando-se de Mil Platôs e outras obras escritas por Deleuze e Guattari, propõe uma Cosmopolítica da Vida voltada à busca de novas conexões com as forças da Mecanosfera. A fim de estabelecer essa Cosmopolítica, que tem como objetivo a produção de uma vida mais notável e interessante, utiliza-se, sobretudo, dos conceitos de nomadismo, povo por vir, devir e criação.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Centro de Ciências Humanas e Sociais} }