@PHDTHESIS{ 2020:663373610, title = {Português como língua de acolhimento: uma proposta de ensino-aprendizagem}, year = {2020}, url = "http://tede.unioeste.br/handle/tede/5232", abstract = "Atualmente, o ensino de português como língua estrangeira (PLE) encontra-se em plena discussão, devido às mudanças que lhe são necessárias em decorrência da nova demanda de migrantes que, por questões humanitárias, tem entrado no país nos últimos anos. Essas pessoas chegam, muitas vezes, em situações de vulnerabilidade e precisam aprender a língua em caráter de urgência para promover a convivência no trabalho e na comunidade. Nesse cenário, o que se constata é que o país não está preparado para acolhê-los e possibilitar-lhes o aprendizado da língua portuguesa, que seria a primeira ação de acolhimento. Conscientes dessa realidade, esta pesquisa se volta para o tema Ensino de Português como Língua de Acolhimento (PLAc), e, de modo específico , para O processo de ensino da língua portuguesa para migrantes haitianos na cidade de Toledo (PR). Nessa perspectiva, propomos-nos a responder aos seguintes questionamentos: a) Que necessidades de aprendizagem movem migrantes haitianos quando buscam aprender a língua portuguesa? b) É possível elaborar uma prática de ensino de PLAc, considerando as necessidades de aprendizagem de migrantes haitianos, na sua relação com a proposta de alfabetização de adultos de Paulo Freire? c) A que constatações é possível chegar com o ensino de PLAc na perspectiva da Pedagogia Crítica? Para responder a essas indagações, buscamos, como objetivo geral, refletir sobre possibilidades de ensino de PLAc para migrantes haitianos, levando em consideração suas necessidades de aprendizagem, contempladas em um procedimento de ensino elaborado a partir de temas geradores. Metodologicamente, trata-se de uma pesquisa qualitativa- interpretativista (TRIVIÑOS, 1987; BORTONIRICARDO, 2008), de base etnográfica (ERICKSON, 1989, 2001), ancorada pela pesquisa-ação (LEWIN, 1978; THIOLLENT, 2009). Os sujeitos envolvidos foram 12 haitianos adultos que participaram de uma proposta de ensino de PLAc, ofertada em 2017. Nessa direção, esta pesquisa sustentou-se em obras da Linguística Aplicada (RAJAGOPALAN, 2003, PENNYCOOK, 2006; MOITA LOPES 2006); em reflexões voltadas às políticas e educação linguísticas no país (OLIVEIRA, 2003; CALVET, 2007; RAJAGOPALAN, 2013; CAVALCANTI, 2013), sua relação com as políticas linguísticas para o ensino de português como língua estrangeira (DINIZ; NEVES, 2018; YIP; GARCIA,2017) e português como Língua de Acolhimento (ANÇÃ, 2005, 2008, 2018; GROSSO, 2007, 2008; OLIVEIRA, 2010); e na Pedagogia Crítica de Paulo Freire (FREIRE, 1987[1970], 2003[1992]). A partir da análise dos dados gerados pelas entrevistas (individual e com grupo focal), foi possível selecionar os temas geradores, os quais despontaram em decorrência das necessidades de uso da língua para o convívio no trabalho e na sociedade. Com as aulas de PLAc, foi possível chegar às seguintes constatações: a) nas aulas de PLAc, é preciso considerar a multiplicidade cultural que pode enriquecer as interações entre os envolvidos no processo de aprendizagem; b) o conteúdo a ser trabalhado deve despontar-se das necessidades dos migrantes; c) o foco maior deve ser na oralidade, já que o interesse maior dos migrantes é fazer uso da língua oral para as interações no trabalho e na sociedade; d) como professoras de língua portuguesa no ensino regular, não estamos preparadas para trabalhar com o PLAc; e) por fim, o Brasil precisa investir em políticas linguísticas que favorecem a acolhida e o ensino do português aos migrantes.", publisher = {Universidade Estadual do Oeste do Paraná}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Centro de Educação, Comunicação e Artes} }